Caso Cesare Battisti: o julgamento do terrorista italiano no STF
Caso Cesare Battisti O julgamento do terrorista italiano no STF Nesta quarta o Supremo Tribunal Federal julga a extradição do terrorista italiano que foi considerado asilado político pelo Ministro da Justiça brasileiro
Foto:Arquivo e Elza Fiúza/ABr Fontes: Corriere della Sera O Supremo Tribunal Federal (STF) enfrentará amanhã um dos julgamentos mais difíceis de sua história. Os ministros da terão de decidir se o italiano Cesare Battisti, que está preso no Brasil desde março de 2007, deve ou não ser extraditado para o seu país. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quer que Battisti, ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), seja entregue à Itália, embora ele tenha sido condenado no seu país, em 1993, à prisão perpétua pela autoria de quatro assassinatos ocorridos entre 1977 e 1979 período em que integrou a organização de esquerda Proletários Armados para o Comunismo. Em janeiro, o ministro da Justiça, Tarso Genro, atendeu a um pedido de Battisti, que se diz vítima de perseguição política, e concedeu-lhe refúgio. Na ocasião, o ministro justificou sua decisão alegando “fundado temor de perseguição” contra Battisti. Para Tarso, além de não ter tido direito a ampla defesa, Battisti teria sua integridade ameaçada caso retornasse à Itália. A decisão do ministro contrariou parecer do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), que já havia se negado conceder refúgio a Battisti. Por conta dessa decisão, houve um incidente diplomático entre o Brasil e a Itália. O então embaixador italiano no Brasil, Michele Valensise, foi chamado a Roma para esclarecer a decisão brasileira. Dada a importância do caso, as duas partes - o governo italiano e Battisti - contrataram advogados renomados para defendê-las. Do lado da Itália está o criminalista Nabor Bulhões, que, no passado, participou da defesa do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Já Battisti conta com a defesa do ex-deputado federal pelo PT Luiz Eduardo Greenhalgh e do constitucionalista Luis Roberto Barroso, apontado como candidato à vaga aberta no STF com a morte do ministro Carlos Alberto Menezes Direito, na semana passada. Foto: Reuters Para julgar a extradição de Battisti, o tribunal terá de passar por cima de um precedente recente, que é favorável aos refugiados. Em março de 2007, o STF decidiu que não seria possível julgar o pedido de extradição do padre colombiano Olivério Medina, ligado às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que tinha obtido refúgio do governo brasileiro. |
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