8 de set. de 2009

Chávez no tapete vermelho de Veneza

Chávez no tapete vermelho de Veneza
O que o dinheiro não faz? O prestigiado e importante diretor americano Oliver Stone, fez um documentário pró-Chavez, "South of the Border", como se ele fosse um herói sul americano enfrentando a máquina americana, pai dos pobres e salvandor do continente 

Foto: AP

Chávez assediado pela imprensa em Veneza:“Oliver Stone é um gênio do cinema. Conseguiu “cheirar” o ar da mudança na América do Sul", disse Chávez aos jornalistas. Talvez Stone, que já foi preso por porte de droga, ande mesmo cheirando demais

Fontes: Ipsilon , Reuters, Time, Los Angeles Times

O diretor de cinema Oliver Stone, não é um nome qualquer, tem prestígio e talento, uma filmografia extensa e premiada, com títulos como Platoon, Wall Street – Poder e cobiça, Nascido em 4 de julho, Assassinos por natureza e Nixon. Ganhou dois Oscars e três Globos de Ouro como diretor e um Oscar e um Globo de Ouro como roteirista e suas obras sempre receberam indicações para premiações e chamaram as atenções como polêmicas e densas.

Já dirigiu os maiores astros de Hollywood como Tom Cruise e Anthony Hopkins. Pode surpreender, quando agora aparece dirigindo e defendendo Hugo Chávez, o ditador venezuelano, num filme de mal disfarçada propaganda ao polêmico presidente que tem se revelado sobremaneira critico dos Estados Unidos, impiedoso com os opositores, agressivo com os meios de comunicação que lhe teçam críticas e violador constantes dos preceitos constitucionais.

Foto: Getty Images

Chávez e Stone desfilando pelo tapete vermelho de Veneza

Acontece que se observada a obra do diretor vê-se que, não foi só dinheiro, se bem que deve ter recebido uma bolada, ele é também um ferrenho antiamericano. Não se pode estranhar, portanto, quando agora no lançamento do filme, no circuito paralelo em Veneza, tenha o próprio Hugo Chávez, como convidado de honra e o trate como astro, herói e benfeitor da humanidade.

Oliver Stone inclusive afirmou que os meios de comunicação dos Estados Unidos e o governo norte-americano têm buscado demonizar o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e também outros dirigentes esquerdistas sul-americanos. Ele argumenta, no filme, que os presidentes da América do Sul teriam direito de enfrentar Washington.

"O que está ocorrendo na América Latina, ali há um movimento de Renascimento", afirmou o presidente venezuelano a jornalista.

Chávez, que viajou a Veneza para assistir à estréia do filme, chegou cercado por guarda-costas, mas acabou relaxando, pois não encontrou nenhuma hostilidade e caminhou junto com Stone, pelo tapete vermelho, dando autógrafos e posando para fotografias como uma estrela de cinema.

O filme inclui não apenas entrevista com Chávez, mas também com outros seis líderes da América Latina: Evo Morales, da Bolívia, Lula, do Brasil, Rafael Correa, do Equador, Cristina Kirschner, da Argentina, e Raul Castro de Cuba, ou seja, ouviu-se apenas a panelinha, o fã clube do quintal de Chávez.

Foto: Getty Images

O presidente venezuelano, deu autógrafos, ouviu gritinhos de fãs e foi bastante assediado: um sucesso de público

O filme saiu bem ao gosto do presidente venezuelano, a ponto dele ter se arriscado a ir assisti-lo no lançamento mundial. Não aparece na película nenhuma entrevista com qualquer líder oposicionista venezuelano a Chávez, nem se menciona o fechamento do canal de televisão que lhe fazia criticas.

Aparece, no filme, gente falando mal de Chávez, a maioria políticos e jornalistas americanos. Foram, porém editados e organizados, lembrar que Stone é um grande roteirista, para parecerem exagerados e extremistas de direitas, como as declarações de um comentarista que compara Chávez, a Hitler.

"Creio que o filme, se você assistiu, mostra muito claramente o nível de estupidez em declarações que são feitas sobre o senhor Chávez", afirmou Stone a jornalistas em Veneza, onde o filme estreou mundialmente neste segunda-feira.

"Mas não queria fazer um filme sobre os ataques dos meios norte-americanos. Sentia que seria demasiado pequeno para o que represente este homem. Este homem é um grande fenômeno", acrescentou.

De acordo com Stone, dessa forma, foi feita uma "espécie de filme de viagem para visitar outros presidentes, e vimos o lado positivo do que está acontecendo, a mudança na região. É um fenômeno histórico muito importante que é ignorado na América".

Lembrar que há um filme biográfico do presidente Lula,”Lula, o filho do Brasi”l com um dos maiores orçamentos da história do cinema brasileiro, com financiamentos chapas-brancas, pronto para ser lançado no próximo ano, do famoso diretor brasileiro, Fábio Barreto, que já foi indicado para o Oscar. Logo será Lula em algum tapete vermelho por aí.


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