A guerra dos royalties Foto: José Cruz/Abr e Ricardo Stuckert / PR
Eduardo Campos e Sérgio Cabral, briga de cachorro grande
Fontes: Diário de Pernambuco
A questão dos royalties na regulamentação do pré-sal será trazida para o centro da discussão logo que passe esse primeiro momento de escaramuças entre governo e oposição sobre o regime de urgência, comenta a jornalista Marisa Gibson, para a página política do Diário de Pernambuco.
Os governadores Eduardo Campos (PSB), de Pernambuco, e Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro, deram a primeira demonstração ontem, em Brasília, durante cerimônia, no Palácio do Itamaraty, quando o assunto era a liberação de recursos para saneamento, e não o pré-sal.
Ao defender um modelo de divisão dos royalties que beneficie todos os estados e não apenas São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro, Eduardo não usou meias palavras e Sérgio Cabral, por sua vez, não engoliu seco.
"Se os recursos dos royalties ficarem concentrados em menos de 200 municípios de só três estados, vamos estar reproduzindo a mesma concentração de riquezas que segue a história do país", afirmou Eduardo, falando em nome dos governadores do Nordeste.
E disse mais: "Os nordestinos não querem quebrar pactos federativos, mas não aceitaremos ficar excluídos deste grande bem que a natureza deu ao Brasil e que não deve pertencer apenas ao povo do Rio de Janeiro, ao povo de São Paulo ou do Espírito Santo e sim, à nação brasileira".
Cabral saiu irritado da cerimônia e bradou que o Rio tem 15 milhões de habitantes e contas a pagar e não vai admitir que retirem dinheiro do seu estado. Sempre que fala desse assunto o governador do Rio de Janeiro tem perdido a calma e atirado em todas as direções.
”A rigor, essa guerra vai envolver 24 estados brasileiros contra São Paulo, Rio, e Espírito Santo, e será uma luta desigual. São Paulo e Rio de Janeiro são os maiores arrecadadores de impostos do país, e quando se coloca dinheiro na balança, os estados mais pobres, mesmo sendo maioria, têm menor peso. Vale lembrar que uma das promessas do presidente Lula, ao ser eleito para o primeiro mandato, foi a Reforma Tributária, que até hoje não se concretizou por discordâncias entre os pobres estados consumidores e os ricos estados produtores.”
Os governadores nordestinos devem apresentar uma proposta conjunta ao Congresso para a repartição dos recursos obtidos com a exploração o pré-sal:
"Vamos trabalhar de maneira coordenada numa resposta à articulação dos estados produtores de petróleo, Rio , São Paulo e Espírito Santo" prometeu o governador de Pernambuco apoiado pelos nordestinos .
Como se vê, a polêmica está só começando. |
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