Antonio Toffilo vai ser Ministro mesmo sendo réu Tão ágil em resolver os problemas jurídicos de Lula, Tofoli deixou um processo, em que é réu, desde 2002 mofando no fórum de Macapá, agora a sentença lhe caiu na cabeça
Foto: Agência Brasil
Para o juiz, o contratação de Toffoli acabou infringindo dois princípios constitucionais: o da legalidade e o da moralidade.
Fontes: Estadão, Época, Veja
O Indicado pelo presidente Lula para ocupar o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal, José Antonio Dias Toffoli, 41 anos, ex-advogado-geral da União, vai ser Ministro do Supremo Tribunal Federal, pois o governo tem maioria na Comissão de Justiça e no Plenário do Senado, e todo mundo sabe que o presidente Lula o quer vestindo a toga da mais alta corte do país.
Mesmo que o jovem advogado, 41 anos, não tenha mestrado, tenha sido reprovado duas vezes no concurso para juiz estadual e apresente escassa produção acadêmica. Sua experiência profissional mais evidente, antes de entrar no governo, foi a de advogar para o PT e para o presidente.
O fraco currículo, como jurista e nenhuma experiência como julgador, contrapõe-se a uma vivência que não deveria ser exercida por integrantes da Suprema Corte de nenhum país: Toffoli é réu, condenado pela Justiça, em dois processos que correm em primeira instância no estado do Amapá. O próprio Toffoli diz que informou ao presidente a existência das condenações, o que não impediu sua indicação.
Nos processos ele aparece como alguém que se apoderou de forma irregular de dinheiro público.
A revista Veja dessa semana comenta que:
O juiz Mário Cezar Kaskelis em sentença condenando Toffoli a devolver a quantia de 700.000 reais, aos cofres públicos, dinheiro recebido "indevidamente e imoralmente" por contratos "absolutamente ilegais", celebrados entre seu escritório e o governo do Amapá.”
Os negócios que resultaram na dupla condenação do candidato a ministro do STF ocorreram entre 2000 e 2002, na gestão do então governador do Amapá, João Capiberibe. Nesse período, Toffoli acumulou dois trabalhos prestados a Capiberibe. O primeiro foi o de "colaborador eventual" do governo do estado. O segundo, levado a cabo pelo escritório de advocacia de Toffoli, foi o de defender os interesses pessoais de Capiberibe e de seu grupo político junto ao Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília.
Uma das condenações visa a manobra feita pelo governador contratando Toffoli como “colaborador” eventual do governado do Amapá. Enquanto recebia dinheiro para assessorar o governo do Amapá, Toffoli defendia também interesses pessoais de Capiberibe em três processos no TSE.
 Cópia da sentença publicado na Veja
No dia 14 de julho de 2000, o governo do Amapá contratou Toffoli como "colaborador eventual", sem precisar honorários ou função específica. Dez dias depois, Toffoli ingressou com uma ação no TSE em favor de Capiberibe. A sentença condenatória contra Toffoli sugere que se está aqui diante não de uma coincidência, mas de uma manobra para pagar com dinheiro público um advogado e seu escritório por prestarem serviços particulares ao governador.
Foto: Agência Carta Maior
 Toffilo acompanhando do seu guru, o então todo poderoso Chefe da Casa Civil, José Dirceu
Os processos contra o futuro ministro tramitam no Tribunal de Justiça do Amapá. Ambos resultam de ações populares, um instrumento jurídico que, segundo a Constituição que Toffoli talvez venha a defender, pode ser utilizado por qualquer cidadão que pretenda anular um "ato lesivo ao patrimônio público ou à moralidade".
O ato lesivo resultou da contratação do escritório do atual advogado-geral da União pelo governo do Amapá. O objeto do contrato era "prestar serviços técnicos profissionais na esfera judicial e/ou administrativa". Toffoli e seu sócio receberam 420 000 reais no decorrer de um ano. Nas palavras de Mário Cézar Kaskelis, um dos juízes do caso, trata-se da "exorbitante quantia" de 35 000 reais mensais (60 000 reais, em valores atualizados), para deixar à disposição do governo do estado dois advogados.
Complica ainda mais o caso o fato de os advogados terem sido contratados ao cabo de um mecanismo que pareceu ao juiz Kaskelis uma "suposta licitação... eivada de nulidade".
Escreveu o juiz: "Houve simplesmente uma espécie de terceirização dos serviços que a administração pública já dispunha, através do seu quadro de procuradores. O contrato é absolutamente ilegal, estando viciado por afronta ao conjunto de regras da administração pública e da moral jurídica".
Em outro processo, que corre na 4ª Vara Cível de Macapá, o juiz Luiz Carlos Kopes Brandão condenou Toffoli, em 2006, a devolver 20 000 reais recebidos diretamente do governo do Amapá, como "colaborador eventual". Diz o juiz Brandão: "Não é preciso esforço algum para perceber a ilegalidade e a lesividade do contrato. Houve afronta aos princípios da impessoalidade e da moralidade".
Veja diz que a favor do candidato de Lula para a vaga do ministro Direito no STF, é preciso reconhecer que as evidências mais fortes de ilegalidade apontam mesmo para o comportamento do governador do Amapá e de seus auxiliares.
Procurado por VEJA, o ex-governador João Capiberibe, também condenado no caso, forneceu a seguinte negativa:
"Estou achando tudo isso muito estranho. Tenho convicção de que o Toffoli nunca advogou para mim. Não tenho a menor lembrança de ter passado alguma procuração para ele. Eu nunca assinaria esses contratos de advocacia porque sei que seriam ilegais".
Mas assinou e Toffoli comprovadamente trabalhou para Capiberibe, como advogado, em pelo menos outros oito processos envolvendo aliados do governador. |
A opinião dos juízes é bem outra, para eles, Toffoli e seu escritório, cientes ou não da ilegalidade do contrato, devem arcar com o prejuízo.
Os juízes se baseiam na lei que regula a ação popular, o instrumento utilizado nos dois processos. O juiz Kaskelis é especialmente contundente nesse particular:
"Eles (os advogados) estavam conscientes de que lesavam o Erário e, após receberem pelos contratos ilegais/imorais, não podem agora ter chancelados tais procedimentos pelo Judiciário". O juiz observa ainda um elemento agravante no caso:
"Não se pode vislumbrar a existência de boa-fé da sociedade de advogados e seus membros que, pela própria natureza dos serviços que prestam em conluio com agentes administrativos, desempenharam conduta sabidamente contrária à lei".
Toffoli chega com candidato a Ministro do Supremo Tribunal Federal sem comprovado “saber jurídico” e a “moral ilibada” sob suspeita.
Reparando bem, se não estivéssemos numa república petista, com essa ficha suja, o Advogado Antonio Toffoli, não poderia, nem deveria ser nem Advogado Geral da União, mas vai ser Ministro do Supremo Tribunal Federal, pois o presidente Lula quer. |
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