22 de abr. de 2013

Canadá frusta ação de terroristas ligados ao Al Qaeda do Irã

CANADÁ - Terror
Canadá frusta ação de terroristas
ligados ao Al Qaeda do Irã
Autoridades canadenses anunciaram nesta segunda-feira que prenderam e indiciaram duas pessoas que planejavam realizar um ataque terrorista a um trem de passageiros, a um trem de passageiros que liga Toronto a Nova Iorque.

Foto: CC BY ahisgett, Flickr

O transporte férreo canadense é muito popular. Um atentado por certo vitimaria muitas pessoas

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Estadão, New York Daily, BBC Brasil, Veja, Uol, The Time of Israel

A polícia canadense divulgou nesta segunda-feira que prendeu dois homens acusados de conspirar para descarrilar um trem de passageiros na região de Toronto, no Canadá, em uma operação que, segundo as autoridades policiais, foi apoiada por elementos da Al-Qaeda no Irã.

"Se esse complô tivesse sido realizado teria resultado na morte ou grave ferimento de pessoas inocentes", disse a autoridade da Polícia Real Montada canadense James Malizia a jornalistas em Toronto.

A polícia afirmou que deteve Chiheb Esseghaier, de 30 anos, de Montreal, e Raed Jaser, de 35, de Toronto, os articuladores do plano terrorista.

Segundo autoridades, não há evidencias, que a ação canadense, estivesse ligada aos atentados contra a Maratona de Boston, nos Estados Unidos, que mataram na semana passada três pessoas e feriram mais de 200.

Nenhum deles é cidadão canadense, mas a polícia não revelou a nacionalidade da dupla.

O jornal Ottwa Citizen afirma, porém, que o acusado Esseghaier é tunisiano, enquanto Jaser é um palestino com cidadania nos Emirados Árabes Unidos, de acordo com fontes confiáveis. Acrescenta ainda que as autoridades canadenses foram alertadas pela primeira vez sobre o suposto complô e as atividades dos suspeitos por um membro da comunidade muçulmana, no Canadá.

Um porta-voz do Instituto National de Pesquisa Científica, perto de Montreal, confirmou que Esseghaier fazia um pós-doutorado na área de energia e ciências dos materiais doutorado na instituição. onde ingressou em 2010.

Autoridades norte-americanas disseram que o ataque teria como alvo uma linha de trem entre Nova York e Toronto, uma rota que percorre o Vale do Hudson, em Nova York, e entra no Canadá perto das Cataratas do Niágara. A polícia canadense disse apenas que o plano envolvia um trem da empresa VIA na área de Toronto.

Foto: Mike Diabattista/Flickr

Whirlpool ponte sobre o rio Niagara conectado Ontário, no Canadá, Nova Iorque, EUA. A ponte tem tráfego de veículos no nível mais baixo e serviço de transporte ferroviário no nível superior

O jornal Ottwa Sun especula que entre os planos dos terroristas havia a possibilidade do atentado consistir na explosão de uma bomba que atingisse o vão livre da ponte sobre o rio Niagara, entre Nova Iorque e Ontário, ou descarrilhar o trem que diariamente e por diversas vezes, faz esse trajeto. Pelo cenário espetacular e pela quantidade de passageiros que utilizam constantemente esse serviço, se consumado o atentado seria certamente uma tragédia de grandes proporções.

Malizia declarou que a polícia acredita que os dois tinham capacidade e intenção de realizar o ataque, mas não havia nenhuma ameaça iminente para o público, os passageiros, ou a infraestrutura.

As prisões aconteceram no momento em que a população de Boston, nos Estados unidos, ainda se recupera das explosões da semana passada.

As autoridades canadenses ligaram os dois suspeitos com facções da Al Qaeda no Irã, para a surpresa de alguns especialistas em segurança.

"Os indivíduos estavam recebendo o apoio de elementos da Al Qaeda localizados no Irã", disse Malizia.

O Irã abrigou algumas figuras de destaque da Al Qaeda sob a forma de prisão domiciliar após os ataques de 11 de setembro de 2001, mas, não houve, até agora, pouca ou nenhuma evidência, de atuação desses terroristas, em tentativas conjuntas de cometer violência contra o Ocidente.

A BBC - England reporta que logo que foi divulgada a notícia o Irã reagiu prontamente negando qualquer relação com dois homens presos no Canadá por suspeita de planejar um ataque terrorista.

As autoridades canadenses disseram que um ataque havia sido planejado com o apoio de elementos da Al-Qaeda no Irã, apesar de não haver evidência de patrocínio estatal.

Ministro das Relações Exteriores iraniano Ali Akbar Salehi afirmou que sugerem uma ligação entre a al-Qaeda e o Irã era "ridícula".

"Esta é a coisa mais hilária que eu já ouvi na minha vida de 64 anos". "É realmente ridículo afirmar a existência de ligação da Al-Qaeda com o Irã. Espero que as autoridades canadenses pensem com um pouco mais de racionalidade em respeito a inteligência das pessoas e da opinião pública mundial".

O ministro refere-se ao fato da Al-Qaeda - um movimento islâmico salafista militante - prega uma ideologia anti-xiita radical que o coloca firmemente em desacordo com o Irã xiita.

No entanto, os analistas dizem que, apesar desta inimizade, a Al-Qaeda e o Irã têm tolerado um ao outro quando lhes convém.

Em setembro passado Canadá cortou relações diplomáticas com o Irã, fechando sua embaixada em Teerã e expulsar todos os diplomatas iranianos remanescentes do Canadá.

Na época ministro das Relações Exteriores John Baird disse que o Canadá via o Irã "como a ameaça mais significativa para a paz global e a segurança no mundo de hoje".

Observadores dizem que as ligações do Irã com a Al-Qaeda são complexas e nebulosas. Hpa evidências que algumas das figuras importantes do grupo - incluindo o filho de Osama Bin Laden, Saad Bin Laden, e o ex-chefe de segurança Saif al-Adel, abrigaram-se no Irã depois da invasão norte-americana do Afeganistão em 2001.

Eles foram supostamente mantidos em prisão domiciliar pela Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, apesar de Teerã nunca reconheceu sua presença.

De acordo com o governo americano, Mustafa Hamid, sogro de Saif al-Adel, é o elo entre a Al-Qaeda e o governo iraniano. Após a queda do regime talibã, foi ele que negociou a transferência segura de vários altos membros da Al-Qaeda e suas famílias para Iran. Mas em meados de 2003, por motivos desconhecidos, Mustafa Hamid foi preso pelas autoridades iranianas e não se soube mais dele.

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