O quase secreto jantar frances de Jobim
O quase secreto jantar frances de Jobim Porque a agenda do Ministro da Defesa era tão imprecisa e vaga naquela tarde-noite francesa?
Foto: Arquivo Fontes: Ministério da Defesa – Agenda Ministro Nelson Jobim, 63 anos, (PMDB-RS) tem obrigação de ser experiente. Afinal já exerceu funções importantes nos três poderes da república. Foi do poder legislativo, Deputado Federal Constituinte, Ministro da Justiça do Governo Fernando Henrique, Presidente do Supremo Tribunal Federal e no Governo Lula há 02 anos exerce o cargo de Ministro da Defesa. Sempre foi exibido e imagina-se um poço de sabedoria, isso, às vezes, atrapalha, como no recente acidente do avião da Air France quando foi chamado de “Bavard”, falastrão pela imprensa francesa, por ter assumido a responsabilidade de falar sobre o acidente e ter dito uma porção de sandices. Nessa última semana, de 11 a 19 de julho, o Ministro Jobim passou na França. Cumprindo uma agenda leve mais muito bem tratado, não pelo seu desempenho como porta-voz do acidente aéreo, mas porque ele representa um negócio de bilhões, que nesse momento de crise, cresce de ainda mais em importância, para o governo Frances e a indústria de armas do país. Estranhamente a viagem de Jobim à Paris foi feita na maior discrição. Mesmo quando abordado se fez mudo e reticente, fugindo as suas características. Chegou a Paris no sábado e ficou até a segunda sem agenda oficial. Um fim de semana aborrecido em Paris, da mesma maneira que seu chefe Lula, havia feito na semana passada. Na segunda-feira almoçou com M. Hervé Morin – Ministro da Defesa da França (Hotel de Brienne) e uns compromissos com integrantes do Ministério de Sarkozy. No dia seguinte, da tribuna de honra do Governo Frances, em meio a autoridades de todo o mundo, assistiu o desfile de 14 de julho, dia nacional da França, quando se comemora a Tomada da Bastilha. No dia 15 Jobim visitou a fábrica dos aviões Rafale e deu um passeio no caça supersônico, em velocidade moderada. Depois disso, os outros lugares visitados pelo ministro, nos outros dias da semana, constante de sua agenda oficial, foi um tour a vinhedos e recantos turísticos refinados. Esteve em Cannes-La-Bocca, Toulouse, Mont-de-Marsan e Bordeaux, entre outros. Um item da agenda do Ministro, porém, chamou a atenção, falava de uma ida a Saint Emilion, como se Jobim, tivesse a missão de examinar os refinados vinhedos da região. O blog do Colunista, da Revista Veja, Antônio Ribeiro, sediado em Paris estranhou e descobriu que o verdadeiro motivo da ida de Jobim a Saint Emilion era um jantar no exuberante Chateau Dassault. O Ministro achou que não ficaria bem que o distinto público soubesse que ele era comensal dos Dassault. Estava certo o Ministro, não é mesmo recomendável, que um funcionário público, que negocia com empresas privadas, tenha relações tão aconchegantes com o fornecedor, em condições tão especiais, fora do ambiente e do clima de negociação oficial. Foto: Divulgação A família Dassault, além de outros negócios, como vinhos finos, é também fabricante do caça Rafale, o avião cuja fabrica o ministro visitou e que ganhou a concorrência para renovar a esquadrilha da Força Aérea Brasileira (FAB). |
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