27 de jul. de 2009

Zelaya: um presidente sentado a beira do caminho

Zelaya: um presidente sentado a beira do caminho
O presidente deposto monta um circo na fronteira Honduras-Nicaragua tentando chamara a atenção internacional

AP

Decadência final: Cada vez mais distante de voltar ao poder, perde aliados, está ameaçado de expulsão da Nicarágua e até o Departamento de Estado Americano diz não ter sido um golpe de estado que lhe tirou do poder.

Fontes: El Heraldo, La Prensa , La Tribuna, G1, Vermelho, La Prensa

Manuel Zelaya está desde ontem, sentado a beira do caminho, na fronteira entre Honduras e Nicaragua, acampado, esperando que algo aconteça para voltar a ser presidente de Honduras.

O ex-presidente pernoitou pelo segundo dia seguido no hotel Fronteira, na cidade de Ocotal, no extremo do estado de Nueva Segovia a 225 quilometros de Managua, acompanhado do chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, alguns colaboradores e um grupo de partidários.

Ontem ao chegar na zona fronteiriça em Las Manos, testou os militares que lá estavam, erguendo uma corrente que delimita os dois países, dando alguns passos dentro do território hondurenho.

Enquanto dirigia-se ao oficial que comandava o contingente que guardava a fronteira dizendo que queria se comunicar com o alto comando hondurenho.

Sem ouvir resposta, o presidente deposto, viu o militar recuar sua tropa para mais uns 25 metros da fronteira, respeitando a área de tolerância neutra, sempre comum entre dois países, pronto para tomar as medidas legais, a partir daquele ponto, para evitar que depois não se dissesse que o presidente foi preso em território nicaragüense.

Claro que o militar que foi posto na fronteira para esperar Zelaya é alguém instruído quanto aos procedimentos e deve ter sido designado para cumprir a ordem de prisão do presidente, por ter coragem e habilidade para fazê-lo.

Zelaya possivelmente também estava informado do procedimento legal, e viu o dispositivo sendo montado para prendê-lo em mais alguns passos. Deu meia volta rapidamente e se abrigou no meio da imprensa internacional.

Foto: Reuters

Xiomara Castro de Zelaya, a esposa do presidente deposto ficou retida com os filhos e uma caravana de simpatizantes de Zelaya que pretendia se juntar a ele na fronteira, pois a área esstá sob toque de recolher e ninguém pode para lá se dirigir.

Agora o presidente alega que só vai entrar em Honduras quando sua esposa e filhos tiverem chegado a fronteira. Como o atual presidente, diante da situação, fechou e os acessos via terrestre as fronteira com a Nicaragua, Xiomara de Zelaya, a esposa do presidente deposto e seus filhos ficaram retidos pelas tropas do exército na cidade de Arenales, El Paraíso.

Da mesma forma os seguidores de Zelaya que tentaram dirigir-se a fronteira em onde se encontra o presidente acampado foram impedidos de prosseguir.

Foto: AP

Desesperado e cada vez mais sozinho o presidente fez um discurso na fronteira com um megafone, para os jornalista e alguns seguidores:

"Estão diante do presidente da Republica de Honduras eleito pela vontade popular. Não vamos aceitar um presidente manobrado por militares. Fora Micheletti", bradou ao vento.

Zelaya começa a não ser mais uma unanimidade mundial, nem latina. A Colombia dá mostras que pode reconhecer o novo governo, o presidente de Costa Rica e mediador da crise de Honduras, Oscar Arias, afirmou que a presença de Manuel Zelaya na fronteira com a Nicaragua "não ajuda a reconciliação.”

Foto:

Os parlamentares americanos estão nas extremidades da foto

Os senadores americanos do Partido Republicano, Brian P. Bilbray e Tom Dime, chegaram no início da tarde de hoje em Honduras e estão reunidos com o presidente do país, Roberto Micheletti.

O objetivo da reunião seria dar mais detalhes da atual situação política do país, mergulhada em uma crise desde o dia 28 de junho, quando o então presidente, Manuel Zelaya, foi deposto. Além de Micheletti, eles terão contato ainda com alguns empresários e líderes de partidos políticos.

Segundo a emissora de rádio "América", também está prevista a vinda para o país do governador da Flórida, Jeb Bush, e de mais seis senadores.

Enquanto isso a oposição da Bancada Democrática Nicaraguense (BDN-liberal) anunciou hoje que apresentará na Assembleia Nacional uma resolução para exigir a expulsão do presidente de Honduras deposto Manuel Zelaya.

Núñez Morales, deputado perante o Parlamento Centro-Americano (Parlacen), afirmou que Zelaya utilizou solo nicaraguense para criar um conflito em Honduras.

O parlamentar nicaragüense declarou que: "O que a comunidade internacional estabeleceu são sanções para Honduras no âmbito diplomático e econômico, e não ordenou a nenhum país colaborar com uma intervenção para impor Zelaya outra vez na Presidência".

Foto: AP

Pizza é servida aos soldados encarregados de guardar a fronteira contra a invasão de Zelaya, será uma profecia?

Algumas publicações afirmam que o porta voz do Departamento de Estado, Phillip Crowley, numa coletiva de imprensa em Washington, respondendo a um jornalista que perguntara se o governo norteamericano considerava os acontecimentos em Honduras como um “golpe de Estado”, o porta voz respondeu com rotundo “Não”.

Alguém do Departamento de Estado Americano deve ter lido e interpretado a Constituição de Honduras e constatado que Manuel Zelaya cometeu crime de traição e por isso foi legalmente destituído.


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