12 de jul. de 2009

Obama nos corações e mentes da África

Obama nos corações e mentes da África
O presidente americano pediu democracia e fim da corrupção no continente, falando no parlamento de Gana

Foto: Finbarr O'Reilly/Reuters

Fontes: The New York Times, Estadão, Globo Video

Em sua primeira visita à África Subsaariana como presidente dos EUA, Barack Obama, pediu ontem, em Gana, que os países africanos acabem com as práticas antidemocráticas no continente. Obama insistiu que a ajuda do Ocidente deve ser combinada com a governabilidade africana e exortou os países do continente a acabar com os conflitos, as epidemias e a corrupção.

Foto: Saul Loeb/AFP - Getty Images

Obama disse aos africanos: “Sim, vocês podem!”

Obama fez seu discurso no Parlamento de Gana, em Acra, e elogiou o país por impulsionar suas instituições democráticas e promover transferências pacíficas de governos.

"O desenvolvimento depende de uma boa administração. Esse é um ingrediente que faltou durante muito tempo em vários lugares", discursou. Ele ainda ressaltou que a ajuda americana está ligada ao respeito das regras democráticas. "O que faremos, será aumentar nossa assistência aos indivíduos e instituições responsáveis, com base no esforço e no apoio de regras para um bom governo. Devemos começar com uma premissa simples: o futuro da África pertence aos africanos", disse Obama.

Foto: Reuters

Gana foi o país escolhido para o primeiro discurso de Obama na África Subsaariana por ser considerado exemplo de estabilidade e democracia para o restante do continente. A escolha chegou a causar mal-estar no Quênia, terra de origem da família paterna de Obama - e onde disputas étnicas mergulharam o país no caos. Gana, por seu lado, simboliza uma África diferente das imagens de guerra, miséria e corrupção do continente mais pobre do mundo.

Foto: Getty Images

O presidente ganense, John Atta Mills, foi eleito em votação pacífica e transparente em dezembro, após a qual o ex-partido governista entregou o poder sem provocar crises.

Em meio à festa e à euforia causadas nas ruas de Acra por sua estada de menos de 24 horas em Gana, Obama assinalou que a África segue como vítima das guerras, da corrupção e de maus governantes. Ele ainda reconheceu a responsabilidade do colonialismo, mas convidou os africanos a fugir da facilidade de acusar terceiros. "O Ocidente não é responsável pela destruição da economia do Zimbábue na última década, ou pelas guerras que recrutam crianças como combatentes."

Foto: Reuters

Certo momento Obama quebrou a rígida segurança e cumprimentou o povo de Gana

Obama insistiu para que todas as nações apoiem governos "fortes e sustentáveis". "A história nos oferece um veredicto claro: governos que respeitam os desejos de seu povo são mais prósperos, estáveis e têm mais sucesso", afirmou.

Mais cedo, Obama disse esperar que sua viagem prove que o continente não está isolado de questões mundiais. Ele ainda ressaltou o sucesso econômico de Gana. Reformas no país produtor de cacau e ouro, que deve começar a extrair petróleo no ano que vem, também ajudaram a trazer investimentos e crescimento sem precedentes antes do impacto da crise financeira mundial.

Foto: Jim Young/Reuters

Ganenses vestiram-se para homenagear o seu irmão negro, no posto do homem mais poderoso do mundo.

O repórter do jornal nacional, Renato Ribeiro, disse que aquele não foi “um sábado comum nem para os africanos, nem para Obama




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