1 de jul. de 2009

O fator Michael Jackson nas eleições do Irã

O fator Michael Jackson nas eleições do Irã
A morte do astro pop, quem diria, acabou ajudando Ahmadinejad

Foto: Wordpress - arquivo

Fontes: Blog Oriente Médio, BBC Brasil, G1, Estadão

A morte de Michael Jackson teve mais força na crise do Irã que as determinações do aiatolá Ali Khamanei de que as manifestações oposicionistas fossem suspensas no país. De repente com toda a mídia voltada apenas com a morte do astro pop americano, os seguidores de Mir Hossein Mousavi, que perdeu as eleições e acusou que o resultado havia sido fraudado, perderam espaços e sumiram do noticiário.

Com os protestos momentaneamente esquecidos e amortecidos, declarou-se oficialmente, Ahmadinejad como tendo sido reeleito com 63% dos votos e que não houve irregularidades no pleito, segundo o Conselho dos Guardiões do Irã – órgão que supervisiona o processo eleitoral no país – após uma recontage parcial dos votos da eleição fraudada em 12 de junho.

O candidato da oposição, Mir Hossein Mousavi, insiste que houve fraude a favor do atual mandatário e exigiu a convocação de uma nova eleição.

A recontagem apenas parcial foi apenas uma formalidade, pois o conselho dos Guardiões já havia afirmado que qualquer irregularidade nas eleições não afetaria o resultado do pleito, mas abre caminho para a confirmação formal de Ahmadinejad no cargo.

Além disso a milícia pró-governo iraniana Basij pediu nesta quarta-feira a abertura de uma ação judicial contra o candidato oposicionista derrotado nas eleições presidenciais do mês passado, Mir Hossein Mousavi, pela participação dele nos protestos que ocorreram no país após a divulgação dos resultados.

A milícia, formada por cerca de 90 mil voluntários e com capacidade adicional de mobilizar quase um milhão de militantes islâmicos, é normalmente convocada para acabar com distúrbios por meio da força e esteve envolvida na repressão aos protestos contra a reeleição do presidente, Mahmoud Ahmadinejad.

Em uma carta assinada pela milícia e publicada pela agência de notícias iraniana Fars, o grupo acusa Mousavi de cumplicidade na ameaça à segurança nacional e propaganda contra o Estado.

Semana passada um importante clérigo iraniano, aiatolá Ahmed Khatami, pediu, durante as preces, uma resposta dura aos protestos no país e disse que "merece execução qualquer um que pegue em armas para lutar com o povo". "Deve ser combatido até a completa destruição qualquer um que lute contra o sistema islâmico ou contra o líder da sociedade islâmica", afirmou.

Em uma declaração publicada no website de Mousavi, o oposicionista disse que considera ilegítimo o novo governo de Ahmadinejad. Ele pede ainda a libertação de manifestantes detidos durante os protestos no país e diz que vai orientar seus partidários a manter os protestos, de forma legal e sem riscos de novas mortes.

Não se pode dizer que a morte do cantor americano Michael Jackson salvou as eleições fraudadas de Ahmadinejad, mas sem dúvidas o falecimento do artistas, facilitou, em muito, o regime e a confirmação da vitória do presidente iraniano, que seguramente não devia ser fã do famoso cantor pop, mas ficou lhe devendo essa.


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