31 de jul. de 2009

Gilmar Mendes mira Tarso Genro e acerta Lula

Gilmar Mendes mira Tarso Genro e acerta Lula
O presidente do STF disse que “no governo do presidente Lula a PF adotou a prática de vazar informações sigilosas de inquéritos, orientada por uma decisão política", comentando o fato da OAB ter acionado o Ministro da Justiça, que atribuiu a advogados, o vazamento dos diálogos da família Sarney

Foto: Roosewelt Pinheiro/ABr

Com a crise no senado atingindo Sarney em cheio, Gilmar Mendes foi ao Senado dar apoio moral ao maranhense, mas não ficou a vontade quando chamaram a imprensa para registrar a visita

Fontes: Portal Terra, Zero Hora, Folha de São Paulo, Folha de São Paulo

O Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) ingressou com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) cobrando explicações do ministro Tarso Genro (Justiça) sobre as declarações em relação ao vazamento de gravações interceptadas pela Polícia Federal envolvendo a família do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).

Aquelas gravações divulgadas pela imprensa mostrando o presidente do senado, o filho dele, Fernando Sarney, e a neta, Maria Beatriz Sarney, negociando uma vaga no Senado para o namorado dela, Henrique Dias Bernardes.

Segundo a ação, assinada pelo presidente nacional da OAB, Cezar Britto, as declarações são "inaceitáveis" e o ministro "enxovalha a honra dos advogados de forma genérica". A OAB pede que Tarso apresente os nomes dos profissionais da advocacia que, pelas suas declarações, foram responsáveis pela divulgação das conversas.

Em entrevista à Folha, o ministro havia dito que o vazamento "pode ser feito por advogados para desviar o foco ou para comprovar a inocência de seu cliente".

Foto: Wilson Dias/ABr

Na época dos habeas corpus de Daniel Dantas, Tarso Genro e Gilmar Mendes trocaram farpas pela imprensa e as relações entre os dois ficaram tão tensas, que mereceu até interferência de Lula.

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, que nutre uma estranha simpatia por José Sarney, solidariedade de grampeados e não gosta de Tarso Genro, o chefe dos grampeadores, muito menos da Policia Federal, que andou lhe grampeando , aproveitou a situação e disparou contra a pratica do uso político das escutas telefônicas, fartamente utilizada no Governo Lula.

De início o presidente do STF respondeu que não iria fazer comentários sobre o pedido da OAB, pois poderia ter que julgar o requerimento, mas acabou não resistindo e disparou:

"É verdade que no modelo anterior em que o inquérito era puramente sigiloso havia vazamentos. Aí não se pode dizer que era culpa dos advogados. Os advogados não tinham acesso. A Polícia Federal durante todo o governo Lula praticou com grande tranquilidade a prática do vazamento".

Foto: Marcello CasalJr/ABr

O HOMEM QUE SABE DEMAIS: Lacerda “vazou” para Portugal com um cargo inventado por Lula para silenciá-lo amigavelmente, afinal ele não grampeava e divulgava por conta própria

O ataque prosseguiu com menção a Paulo Lacerda, ex-diretor geral da PF, prosseguiu Mendes:

"Eu acho que é até uma marca da gestão Paulo Lacerda na PF. Era o vazamento, até vazamento para dadas emissoras de televisão. Então não era um modelo de processo sigiloso. Havia vazamentos porque havia uma decisão política de vazar", disse.

Lacerda foi diretor-geral da PF de 2003 a 2007, e na gestão dele as investigações da Operação Satiagraha começaram. Quando ocorreu a prisão do banqueiro Daniel Dantas, em julho de 2008, Lacerda dirigia a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), que forneceu agentes para a Satiagraha.

Naquele mês, o juiz Fausto De Sanctis decretou a prisão de Dantas por duas vezes, mas o banqueiro foi libertado por dois habeas corpus, deferidos por Mendes, que passou a ser grampeado, e alguns dos seus diálogos com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) acabaram na imprensa.


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