Jordanianos compram esposas entre refugiadas sírias, aproveitando situação de penúria das famílias
TURQUIA - JORDÂNIA Jordanianos compram esposas entre refugiadas sírias, aproveitando situação de penúria das famílias Enquanto Andrew Harper, representante da agência de refugiados da ON, diz indignado que não consegue imagimar nada mais asqueroso que pessoas se aproveitarem de mulher refugiadas, o vice-presidente do Partido Republicano turco, Farouk Logoglu, denunciou, no Parlamento, que as mulheres sírias abrigadas em campos de refugiados turcos, estão sendo "vendidas aos xeques ricos dos países árabes". Foto: Thaier al-Sudani/Reuters Postado por Toinho de Passira Antes do início da guerra civil síria, Kazal estava apaixonada por seu vizinho, na cidade de Homs. "Ele tinha 20 anos e eu sonhava em me casar com ele", diz ela. "Nunca imaginei que fosse casar com alguém que eu não amasse, mas eu e minha família passamos por momentos difíceis desde que viemos para Amã."
"Vivi com meu marido em Amã (capital da Jordânia), mas não éramos felizes. Ele me tratava como uma empregada e não me respeitava como esposa. Era muito rígido comigo. Estou contente que tenhamos nos divorciado." Seus olhos azuis se enchem de lágrimas quando ela fala sobre o casamento. "Concordei (em me casar) para ajudar minha família. Chorei muito quando fiquei noiva. Nunca mais casarei por dinheiro. No futuro, espero me casar com um garoto sírio que tenha a minha idade." 'SEXO PARA SOBREVIVÊNCIA' Andrew Harper, representante da agência de refugiados da ONU (UNHCR) na Jordânia, se diz preocupado com o fato de os 500 mil refugiados sírios no país estarem cada vez mais recorrendo a medidas drásticas como a de Kazal. "Não temos recursos suficientes para ajudar todos os que precisam", diz ele. "A grande maioria dos refugiados são mulheres e crianças. Muitas não estão acostumadas a sair para trabalhar, então o sexo para a sobrevivência acaba virando uma opção." Seu escritório, no centro de Amã, está cercado por centenas de refugiados recém-chegados, fazendo longas filas para se registrar e pedir ajuda. Ele diz que agentes da UNHCR já intervieram em alguns casos, em que famílias estavam oferecendo suas filhas para casamentos. "Não consigo imaginar nada mais asqueroso do que pessoas que buscam mulheres refugiadas. Você pode chamar isso de estupro, de prostituição, do que quiser, (o fato é que) isso é usar as (pessoas em situações) mais fracas como presas."
'SACRIFÍCIO'
'ENTRE 50 E 80 ANOS' Foto: Reuters |
Nenhum comentário:
Postar um comentário