A herança podre de Maduro, de Nelson Motta, para O Globo
BRASIL – VENEZUELA – Opinião A herança podre de Maduro Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, acredita que o seu país é o mais violento da America do Sul, por causa dos enredos das novelas. Isso não é uma piada. Postado por Toinho de Passira Não há herança mais maldita do que governar o país mais violento da América do Sul. Para enfrentar a criminalidade que mata por ano 75 pessoas por grupo de 100 mil (no Brasil selvagem morrem 26 e no Chile, três), o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, chamou os donos das três redes de televisão e denunciou a origem do mal: “Por que as novelas têm de divulgar a deslealdade, a traição, o narcotráfico, a violência, a cultura das armas, a vingança?” Os roteiristas venezuelanos estão em pânico. Como fazer uma novela sem traição, vingança, deslealdade, assassinatos, cobiça, ódio, inveja, e todas as coisas que Maduro diz que levam ao crime e à violência? Chávez já havia proibido videogames violentos há cinco anos, quando o país era bem menos violento. Maduro assegura que a pobreza não é a única causa da delinquência, “porque a Venezuela tem os índices mais altos do mundo em superação da pobreza” (para matar Lula de inveja). Mas as mortes cresceram 15% de um ano para cá. “Às vezes o que a escola faz em seis horas, um programa televisivo destrói em uma. Não vamos permitir programas que divulguem a prostituição, as drogas, a violência.” E bradou retumbante: “Vamos interromper o festim da morte.” Algum passarinho precisa avisá-lo de que há muito mais consumo de programas com esses venenosos “antivalores do capitalismo” em países como o Japão e a Inglaterra do que na Venezuela, mas nenhum festim da morte: as vítimas de homicídios são de 0,4 (menos de meio japa) e 1,7 inglês por grupo de 100 mil. Como o marido traído, Maduro quer tirar a televisão da sala. Como Chávez, o mexicano, o arguto lider chavista disse que como já sabe que quase 90% dos crimes ocorrem em 80 municípios, basta deslocar 3 mil soldados do Exército para as regiões violentas. E pronto. O secretario Beltrame poderia informá-lo que quando uma UPP toma uma comunidade a bandidagem não vai vender artesanato, se muda para áreas menos policiadas. Ver o ex-motorista de metrô Nicolás Maduro dirigindo a Venezuela é como imaginar o Brasil com Carlos Lupi na Presidência da Republica. Só que Lupi é mais esperto. * Nelson Motta é jornalista |
Nenhum comentário:
Postar um comentário