Quem matou PC Farias, o tesoureiro de Collor? No banco dos réus os culpados ou bodes expiatórios?
BRASIL - Justiça Quem matou PC Farias, o tesoureiro de Collor? No banco dos réus os culpados ou bodes expiatórios? Quatro PMs que na condição de seguranças particulares faziam a segurança da casa de praia do empresário Paulo César Farias, O tesoureiro das campanhas eleitorais o ex-presidente Fernando Collor, estão sentados no banco dos réus num tribunal em Maceió. Quer eles sejam condenados ou não, ninguém jamais saberá a verdade sobre o crime que aconteceu há 17 anos e só agora está sendo julgado. Foto: Arquivo Postado por Toinho de Passira Quase 17 anos após a morte do empresário Paulo César Farias, o PC, e de sua namorada, Suzana Marcolino, começa nesta segunda-feira o julgamento de quatro acusados de envolvimento no caso. O casal foi encontrado morto a tiros em 23 de junho de 1996, na casa de praia do empresário, em Maceió. As circunstâncias do crime nunca foram esclarecidas. Inicialmente, a polícia defendeu a tese de que Suzana matou o namorado e, então, tirou a própria vida. Mas após a elaboração de novos laudos, cresceu a suspeita que a morte do casal teria sido um duplo homicídio. Em 1999, quatro seguranças do empresário e o irmão de PC, Augusto Farias, foram indiciados pelo crime. Augusto foi apontado como o mandante. À época deputado federal pelo PPB (hoje PP), Augusto contou com foro privilegiado e seu caso foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal, que acabou decidindo pelo arquivamento em 2005, após um parecer favorável do Ministério Público Federal. Foto: Itawi Albuquerque/Futura Press/Estadão Já os quatro seguranças, Adeildo dos Santos, Josemar dos Santos, José Geraldo da Silva e Reinaldo Correia de Lima Filho, não conseguiram que seus processos fossem arquivados. Segundo a promotoria, eles são acusados de participação ou terem sido omissos, uma vez que deveriam zelar pela segurança de PC. No momento do crime, eles eram, além de Suzana, as únicas pessoas presentes na mansão do empresário. Já que o Ministério Público não crê na tese de crime passional, a suspeita recaiu sobre os seguranças.
Em 1993, ao ter sua prisão preventiva decretada, PC fugiu do país para a Tailândia - e voltou algemado. No ano seguinte, foi condenado a sete anos de prisão por falsidade ideológica e sonegação fiscal, mas fugiu do país em seguida. Cumpriu um ano e meio de prisão, até obter a liberdade condicional por decisão do Supremo Tribunal Federal. Fora da cadeia, tentou retomar sua vida como empresário, até que foi encontrado morto. Existem muitos fatos e versões sobre esse misterioso assassinato. Histórias e estórias invadiram Alagoas e o país. Dizia-se que haviam sidos os irmãos de PC Farias, os mandantes dos crimes, para quem o empresário havia disponibilizado a maior parte do dinheiro da corrupção, temendo que a justiça confiscasse sua riqueza. Agora que estava em liberdade, exigia o dinheiro de volta, com correção monetária, já que eles haviam enriquecido aplicando o dinheiro em negócios e no mercado de capitais. Sem querer devolver o recebido eles teriam eliminado o irmão mafioso. Falou-se também, que a polícia e a justiça alagoana contribuíram para manter o caso insolúvel. Os irmãos, antes que fosse feitas perícias mais detalhadas na cena do crime, autorizaram que o cômodo fosse lavado, desmontassem a cena do crime e inclusive que o colchão, onde os dois haviam morrido fosse queimado, apagando, o máximo possível, as prováveis evidências. Noutra teoria conspiratória, imaginou-se que a morte de Paulo César fosse uma queima de arquivo, por saber demais e está ameaçando abrir a boca, revoltado por ter sido ele, o único penalizado e preso. Fernando Collor, no caso, era o mais reluzente suspeito e beneficiário do desaparecimento de PC. Por fim, comentou-se que a maior parte da fortuna que Paulo César conseguiu através da corrupção, inclusive o quinhão do butim que seria dividido com o ex-presidente, hoje senador Fernando Collor, estaria perdida, depositada numa conta numerada, na Suíça, cujo número e instituição só ele sabia. Entrou pela perna do pinto... Foto: Dida Sampaio/Estadão |
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