Dívida da Odebrecht vai a R$ 62 bi, de David Friedlander, para O Estado de S. Paulo
BRASIL - Economia Dívida da Odebrecht vai a R$ 62 bi Débito dobrou em dois anos e provocou um prejuízo de R$ 1,58 bilhão ao grupo no ano passado; empresa diz que se não tivesse ocorrido variação cambial teria obtido lucro e que a dívida aumentou para bancar investimentos em novos negócios. Executivos da empresa diz que está tudo bem e sobre controle. Então tá. Postado por Toinho de Passira Depois de se firmar como a maior empreiteira do País, dominar o setor petroquímico com a Braskem e espalhar sua marca por áreas tão diferentes quanto a produção de etanol e a construção de submarinos, a Odebrecht começa a encarar a conta dessa trajetória fulminante nos últimos anos: a dívida do grupo disparou e atingiu R$ 62 bilhões, com bancos e investidores que compraram suas debêntures. Essa dívida está espalhada por várias empresas - e praticamente dobrou desde 2010. O débito cresceu 36% apenas em 2012, segundo o balanço consolidado do ano. As demonstrações foram publicadas no dia 25 de abril no Diário Oficial da Bahia e em um jornal daquele Estado, onde fica o conselho de administração da Odebrecht. Uma das consequências imediatas do aumento no endividamento foi um prejuízo consolidado de R$ 1,58 bilhão em 2012. No conjunto, as empresas da Odebrecht até tiveram lucro operacional de R$ 4,6 bilhões. Mas esse desempenho foi todo comido pelo crescimento das despesas financeiras decorrentes da dívida e virou prejuízo. O grupo pagou R$ 3,3 bilhões em juros e seu balanço ainda sofreu impacto negativo de R$ 3,5 bilhões, consequência da valorização do dólar em sua dívida. "Sem a variação cambial, teríamos dado lucro", afirma Felipe Jens, vice-presidente de Finanças do grupo. Embora a receita tenha crescido 22%, totalizando R$ 76 bilhões no ano passado, a dívida equivale hoje a pouco mais de 3,5 vezes o patrimônio líquido de R$ 17 bilhões da Odebrecht. O vice de Finanças reconhece que o tamanho do passivo pode assustar quem olha de fora. Mas Jens diz que a companhia está acostumada a trabalhar alavancada em empréstimos e que internamente a avaliação é de que o risco está bem calculado e a dívida segue sob controle. Este ano, vencem compromissos de R$ 9,2 bilhões - 15% da dívida total. O restante são compromissos de longo prazo. Segundo Jens, o endividamento vem aumentando principalmente para bancar investimentos nos novos negócios do grupo. "É dívida para fazer investimento, com prazo de maturação compatível com a capacidade de geração de receita, custo adequado e na moeda correta", afirma o executivo. "A dívida está crescendo porque a companhia investe, não é para cobrir buraco de empresa." INVESTIMENTOS |
Nenhum comentário:
Postar um comentário