Suspeita sobre sexo de atleta causa protestos de seus compatriotas na África do Sul
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Caster Semenya medalha de Ouro dos 800m “femininos” 1m55s45 no mundial de Atletismo de Berlim
Fontes: BBC Brasil
Ontem a sul-africana Caster Semenya subiu ao pódio para receber a Medalha de Ouro, conquistada nos 800 metros do Mundial de Atletismo de Berlim, mas Semenya pode ser obrigada a devolver a medalha caso os testes da Federação Internacional de Atletismo não confirmem que ela é mulher.
A corredora, de 18 anos de idade, atraiu as atenções não só por seu excelente desempenho, mas por sua constituição física, considerada masculina demais pelos organizadores da competição.
Semenya, entretanto, disse não se importar com a polêmica, que começou há três semanas.
"Não dou a mínima para isso", afirmou.
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A foto oficial da chegada das atletas da final do 800m mulheres, Semenya muito à frente
Na África do Sul, ela vem sendo chamada de "menina dourada", e várias entidades saíram em sua defesa, a federação de futebol do país classificou a investigação de "racista".
O partido do governo sul-africano, o CNA (Congresso Nacional Africano), afirmou que a decisão é "sexista" e que a atleta deveria ser elogiada por sua determinação.
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Dorcas Semenya, mãe da campeã Caster Semenya, exibe a primeira página de um jornal local, noticiando a investigação sobre o sexo da atleta
"Caster não é a única atleta com constituição masculina, e a Federação Internacional de Atletismo deveria saber disso", afirma nota do partido.
A avó da jovem, que a criou em um vilarejo no interior da Província de Limpopo, reagiu com bom-humor às dúvidas sobre o sexo da neta.
"As pessoas podem dizer o que quiserem, mas a verdade é que a minha criança é uma menina. Não estou preocupada com essas coisas", disse Dorcus Semenya.
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A indiana Santhi Soundarajan e polonesa Stella Walsh, pederam as medalhas
Esta não é a primeira vez que este tipo de suspeita recai sobre atletas mulheres. Há três anos, a vencedora dos 800 metros nos Jogos Asiáticos, a indiana Santhi Soundarajan, perdeu a medalha após ser reprovada no teste de gênero.
Outro exemplo famoso foi o da medalhista olímpica de ouro e prata nos Jogos de 1932 e 1936, a atleta polonesa Stella Walsh. Em um exame póstumo, em 1980, ficou constatado que ela tinha órgãos genitais com características ambíguas.
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A sul-africana Carter Semenya, ao centro, recebeu a Medalha de ouro, a esquerda a queniana Janeth Jepkosgei Busienei, Medalha de prata e a direita a britânica Jennifer Meadows de Medalha de bronze, durante a cerimônia para final de 800 metros da mulher no Campeonato Mundial de Atletismo em Berlim
Mesmo assim, os testes de gênero sexual, baseados em coletas de amostras de saliva, foram abolidos às vésperas dos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, depois de terem sido considerados pouco confiáveis.
Atualmente, em casos especiais, como no de Semenya, são usados testes mais completos e mais caros, que incluem atestados de um ginecologista, um psicólogo e um especialista em gênero.
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