24 de ago. de 2009

Suplicy tira Sarney do sério

Suplicy tira Sarney do sério
O presidente do senado quis dá um tom de normalidade na casa, um ambiente pós-encandalo, mas o senador paulista não deixou

Foto:Wilson Dias/ABr

Sarney querendo usar os bigodes de Euclides da Cunha para se esconder

Fontes: Agência Brasil

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi a tribuna do Senado com a pretensão de dar um clima de normalidade e rotina, e para tanto sapecou um discurso em homenagem ao seu companheiro da Academia Brasileira de Letras, o genial Euclides da Cunha, cujo centenário da morte, aconteceu no último ida 15, que era bigodudo, escreveu “Os Sertões” e foi traído pela mulher.

Durante meia hora Sarney compilando tudo que foi publicado sobre Euclides nos últimos dias, fez um discurso cheio de adjetivos e tiradas de intelectual de província, como se o senado fora Grêmio Lítero Recreativo de Bacabal, no Maranhão.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) que não é escritor, não freqüenta a Academia Brasileira de Letras, não tem bigodes, mas já foi casado com Marta Suplicy, pediu um aparte e fugindo do assunto literário voltou a pedir esclarecimentos sobre as denúncias de quebra de decoro que provocaram as representações contra o presidente do Senado.

“A situação não está bem resolvida. O arquivamento das representações não resolveu suficientemente os problemas do Senado", disse Suplicy. O petista ainda criticou o presidente Sarney dizendo que a entrevista concedida por ele à Globo News não cumpriu a função de "reconhecer os próprios erros".

“Quando Vossa Excelência observou que não cometeu qualquer falta, que não sente culpa de coisa alguma, ora presidente Sarney. Há ocasiões que, se erros cometemos, é importante reconhecermos", disse.

"Se Vossa Excelência não se deu conta que alguns procedimentos não foram adequados, seria importante ouvir seus companheiros no Senado sobre algumas coisas que muitos de nós não consideramos o mais adequado e gostaríamos de transmitir isso a Vossa Excelência. O reconhecimento dos próprios erros também é importante", disse Suplicy.

Sarney reagiu irritado dizendo que Suplicy não o tratou com educação ao questioná-lo em plenário, quando discursava sobre o escritor. Para Sarney, Suplicy agiu por "paixão política".

Foto: Wilson Dias/ABr

”Não está sabendo do combinado Suplicy? Vou contar para Lula! Renan vai te pegar!” – teria dito o presidente Sarney

"Vossa Excelência coloca neste gesto um gesto que não é de Vossa Excelência. A não ser que tenha sido tomado por paixão política para que tenha desrespeitado as regras da educação e convivência parlamentar. Eu coloquei todas as acusações feitas à minha presidência do Senado. Se Vossa Excelência tiver alguma a apontar, coloque se é da minha primeira presidência, da segunda. Se naquela época não protestou, qual tomamos nos últimos cinco meses se não corrigir o Senado?

Quis encerrar a discussão dizendo que não queria arranhar a memória de Euclides da Cunha", mas não deu certo pois Suplicy continua com a mesma cantilena:

"As pessoas desejam um esclarecimento mais cabal que as dúvidas sobre os conteúdos das representações sejam dirimidas. Eu ouvi discursos de Vossa Excelência, fiquei com muitas dúvidas, gostaria de vê-las esclarecidas", continuou o pai de Supla.

Desde que o Conselho de Ética decidiu arquivar 11 processos contra Sarney, é a primeira vez que ele discursou no plenário do Senado. Além de Sarney e Suplicy, mais quatro senadores estavam em plenário no momento do debate: Mão Santa (PMDB-PI), Mozarildo Cavancalti (PTB-RR), Geraldo Mesquita (PMDB-AC) e Roberto Cavalcanti (PRB-PB), que não se entrometeram.

Sarney acabou a fala, desceu da tribuna, ainda conversou irritado com Suplicy fora dos microfones, o senador paulista estivesse destoando do acordo do esquecimento geral que havia sido combinado na semana passada. Aguardem no próximo ato, o senador Renan Calheiros abrir o baú e tornar público alguma coisa vexatória sobre Suplicy.




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