Chávez diz que Colômbia e EUA são “narcoestados”
Chávez diz que Colômbia e EUA são “narcoestados” O presidente venezualano tenta redassar para os adversarios as acusações de ligações com a narcoguerrilha e apoio a tráfico que pesam sobre ele
Foto: Reuters Fontes: G1 No domingo, no seu programa Alô Presidente, Hugo Chávez atacou o governo colombiano de várias formas, inclusive dizendo que tinha o direito de "dirigir-me ao povo da Colômbia" enviando sua mensagem "bolivariana". "Deve se fazer todo o possível para que minha palavra chegue aos colombianos. A oligarquia de lá tem medo dessa mensagem. Deve se fazer por todos os meios, porque querem nos associar com a guerrilha e nós não temos acordos com a guerrilha, muito menos com o narcotráfico", bradou diante dos microfones. Em 16 de agosto, Chávez publicou anúncio de página inteira nos principais jornais da Colômbia, com uma mensagem a seus colegas da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), criticando a negociação entre Bogotá e Washington para ampliar a cooperação militar. O convênio foi descrito como uma "ameaça" para Caracas. Chávez dirigi-se ao povo colombiano, numa clara tentativa de intervenção política, dizendo que acordo militar Washington-Bogotá "é uma traição à confiança ao povo da Colômbia e a toda a América do Sul.” “Essas tropas estadunidenses podem matar, violar, roubar sem que a justiça colombiana possa tocá-los, porque tem imunidades.” Registrou o presidente venezuelano. "O Imperio reclama imunidade para suas tropas, que estão repletas de drogados, assassinos e violadores. É tal o grau de degeneração nas tropas ianques que mulheres denunciam, a todo instante, violações no Iraque e em outras missões.”- comentou Chávez. "Toda a Colômbia está sendo transformada em uma base (americana). Já começaram a vazar detalhes do acordo, não poderão mantê-lo em segredo. Os militares gringos estarão autorizados a operar em qualquer parte da Colômbia", destacou Chávez. Na ocasião Chávez exibiu um documento redigido, segundo ele, pelo "comando de mobilidade aérea" das forças militares americanas, e anunciou que o levará para a reunião extraordinária da Unasul do dia 28 de agosto em Bariloche. A reunião extraordinária foi convocada para discutir o impacto do acordo militar fechado entre Colômbia e EUA na semana passada. “Eu levarei comigo (o documento). Vou ouvir as mentiras do governo da Colômbia", disse Chávez, que congelou as relações com Bogotá após a assinatura do acordo, que prevê o uso de sete bases militares colombianas por forças americanas. Chávez leu no suposto documento oficial americano que "os Estados Unidos exigiram liberdade de ação em zonas estratégicas globais", denunciando que o objetivo almejado por Washington com o acordo é "tomar a faixa (petrolífera) do Orinoco", assim como a Amazônia brasileira. Por outro lado disse que mandou vigiar os investimentos colombianas que estão na Venezuela, com receio que a Colômbia esteja usando o seu país para lavar dinheiro do narcotráfico. “Uma 'narcoeconomia' foi imposta à Colômbia e há capital colombiano que é lavado aqui", advertiu Chávez aos governadores durante seu programa. "Mandei investigar todas as empresas colombianas na Venezuela para ver de onde vêm esses capitais, para ver se mascaram capitais de procedência duvidosa. Não é que todos sejam ruins, mas boa parte desses capitais está contaminada", argumentou Chávez. O presidente explicou que a Venezuela é uma "vítima" do negócio do narcotráfico, que tem Estados Unidos e Colômbia como eixos. “Nós somos vítimas desses dois sistemas, dos EUA, onde está o maior consumo do mundo, e da Colômbia, onde está a maior produção do mundo, mas nos atacam e dizem que a culpa é nossa", explicou Para o presidente da Venezuela, há várias razões pelas quais não convém aos EUA acabar com o comércio da droga, e citou "o dinheiro que movimenta" como a principal delas. “Eles são um 'narcoestado' e a Colômbia também o é", disse Chávez, ao acrescentar que o tráfico de drogas é um "fenômeno diabólico, produto do imperialismo e do capitalismo". O governo de Alvaro Uribe já reagiu através do embaixador da Colômbia na Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Alfonso Hoyos, afirmou que Bogotá rechaçará as ações do "projeto expansionista" do governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Hoyos rechaçou os "insultos" do dirigente venezuelano a seu país. O governo do presidente Álvaro Uribe apontou que "de nenhuma maneira se pode tolerar que se insulte colombianos de bem". O embaixador já afirmou que a intenção da Colômbia é deixar anotado ante a OEA as declarações de Chávez, como um elemento de ingerência nos assuntos internos colombianos. |
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