4 de ago. de 2009

Renan e Collor atacam Simon abaixo da cintura ...

Renan e Collor atacam Simon abaixo da cintura ...

Foto: Geraldo Magela/Ag Senado

Simon pregava a paz no Senado enquanto mordiscava Sarney quando ... Renan e Collor entraram em cena

Fontes: O Globo, Blog Cristina Lôbo, Ascenso Ferreira

Segundo ato: A sessão recomeçou sem José Sarney, parecendo que nada ia acontecer de novo, até que Pedro Simon (PMDB-RS) foi para a tribuna fazer mais um pronunciamento pedindo a saída do e Sarney, em mais uma daquelas falas performáticas, cheias de gestuais mas sem nenhum efeito prático, como o Gaúcho do poema do pernambucano Ascenso Ferreira que riscava os cavalos, tinindo as esporas, través das cochilhas ... em louca arrancada. “Para que?” “Pra nada!”

Foto: Geraldo Magela/Ag Senado

Mas Renan Calheiros estava atento e disposto a mostrar que ninguém falaria da saída de Sarney impunemente e pediu um aparte:

Respeitosamente foi desconstruindo Simon dizendo em resumo que ele falava mal de Sarney historicamente desde quando perdeu a vaga de vice-presidente de Tancredo Neves, para o senador maranhense.

Simon perdeu o controle da situação, e meio desequilibrado disse que era mentira e partiu para o ataque acusando Renan de ter sido aliado de Collor e o ter abandonado no dia em que ele estava sofrendo o impeachamant.

Renan disse que tudo que fez foi publicamente, e que não se arrependia. Ouve um bate-boca onde Renan acusou Simon quando ministro da agricultura do governo Sarney ter feito uma importação de carne irregular, mas não entrou em detalhes.

Foto: Geraldo Magela/Ag Senado

“Fernando Collor de Mello chegou ao Plenário ofegante depois de uma corrida de seu gabinete até a sessão para defender o colega Renan Calheiros e, ao mesmo tempo, negar que tenha decidido lançar-se à presidência da República em reunião com amigos na China, entre os quais, Renan Calheiros.” como Pedro Simon havia dito há pouco.

Ao que parece Simon sabe alguma coisa comprometedores desse momento da vida de Renan e Collor que enfureceu o ex-presidente que partiu para o ataque enfurecido.

- Engula, digira ou faça o que quiser - disse Collor, que proibiu Simon de pronunciar seu nome em discurso.

O mais aterrador é que ele estava com aquele olhar esquisofrenico dos velhos tempos em que era caçador de marajás.

A tática deu certo, depois disso além de ninguém defender Simon com veemência, também não se falou mal de Sarney, nem pediu a sua saída, durante todo o resto da tarde.

Renata de Lo Prete diz hoje em sua coluna que ”ao cabo da sessão de pugilato verbal de ontem, os líderes mais ponderados da Casa vaticinavam”: que a permanência de Sarney ficar “no cargo não é a capacidade de gritar mais alto, mas o número de senadores a sustentá-lo na cadeira”. E prossesgue:

”Nesse cenário, as atenções se voltam novamente para o PT, que se reúne hoje para discutir a crise. Mais que notas retóricas se espera que a bancada liderada por Aloizio Mercadante responda uma pergunta singela: votará pela abertura de processo contra Sarney no Conselho de Ética?”

Veja no vídeo da Globo News os melhores momentos do bate-boca:



Renan insinua ligação de Simon com negócio suspeito
Ricardo Noblat no seu Blog provoca Renan a explicar melhor

Foto: Geraldo Magela/Ag Senado

O senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, deve uma explicação ao país depois do bate-boca que travou ontem à tarde no Senado com seu colega Pedro Simon (PMDB-RS).

Confiram no trecho abaixo que corresponde às notas taquigráficas da sessão do Senado:

Senador Pedro Simon (PMDB – RS) – Não entende por que ainda estou lá. É isso aí, e eu entendo.

Senador Renan Calheiros (PMDB – AL) – Não, não é isso!

SIMON– V. Exª é um homem de governo. Eu sou um homem que normalmente estou na oposição. É difícil de se entender.

Renan– V. Exª é que é um homem de governo...

SIMON– Eu?

Renan– ...depende das circunstâncias.

SIMON– Eu?

Renan– Sim. V. Exª depende da circunstância.

SIMON– Qual é a circunstância?

Renan– Todas.

O Sr. Cristovam Buarque (PDT – DF) – Eu fui citado e gostaria de responder.

Renan– V. Exª nega, aqui, desta tribuna, tudo que faz no particular, nos escaninhos, nos debates internos. É coerência que V. Exª precisava ter que nós estamos cobrando.

SIMON– V. Exª fala em coerência!?

Renan– Ô, Senador Simon, eu conheço V. Exª; os dois pesos e as duas medidas que V. Exª usa.

SIMON– V. Exª conhece a mim e o Brasil conhece V. Exª. O Brasil conhece V. Exª.

RenanQuando o senhor era Ministro da Agricultura, nós tivemos uma importação de carne aqui defeituosa. O Presidente Sarney conhece a correção de V. Exª, que é um homem honesto, mas ele não pediu o afastamento de V. Exª. V. Exª conhece a Por do Sol? V. Exª conhece a Por do Sol?

SIMON– É impressionante...

RenanConhece a Por do Sol?

SIMON– É impressionante... É impressionante...

RenanV. Exª conhece a Por do Sol?

SIMON– Realmente quando a imprensa disse que o Senador Salgado ia buscar fatos da vida de todo mundo é verdade...

RenanV. Exª conhece a Por do Sol?

SIMON– S. Exª falou e agora V. Exª está repetindo. Esse fato a que V. Exª está-se referindo aconteceu no Ministério da Agricultura seis meses depois de eu ter saído. Eu era Governador do Rio Grande do Sul. Há um erro nisso tudo. É mentira! Quem informou a V. Exª informou errado. É mentira!

RenanV. Exª conhece a Por do Sol? Conhece a Por do Sol?

SIMONÉ mentira!

RenanConhece a Por do Sol?

SIMONEssa importação de carne, esse erro que houve foi no Governo depois de mim! Eu não era mais Ministro!

Renan– V. Exª está aqui falando do neto do Presidente. O País precisa conhecer V. Exª. O País precisa conhecer V. Exª.

SIMON– Eu acho que o Brasil precisa conhecer a mim.

Renan( Fora do microfone.) – Precisa conhecer V. Exª. O País conhece a mim. O País conhece as minhas vísceras.

SIMON(Fora do microfone.) – A V. Exª o Brasil conhece.

Renan( Fora do microfone.) – Eu abri minha vida pública. V. Exª precisa ser conhecido pelo Brasil.


Noblat comenta:

"Fica clara a insinuação de Renan de que Simon teve algo a ver com uma importação suspeita de carne durante o governo do então presidente José Sarney. "

"Simon se refere à importação como "um erro" cometido quando ele já havia saído do Ministério da Agricultura e era governador do Rio Grande do Sul."

"Como autor da insinuação, Renan deveria se sentir obrigado a esclarecê-la. Do contrário passará por mentiroso, chantagista e manipulador de informações."


Um comentário:

Ana Maria disse...

Passira,

Muito boa sua reportagem, como de hábito.

Parabéns, você disse o que eu pensava, só não acrescentou os meus "@#%$&".

Abraço,

Ana Maria