10 de ago. de 2009

Marina Silva, presidente do Brasil?

Marina Silva, presidente do Brasil?

Foto: Elza Fiúza/ABr

Fontes: O Globo, Folha de São Paulo, Folha Online, O Globo

Com a possibilidade de Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima, 51, a Senadora Marina Silva (PT-AC), deixar o Partido dos Trabalhadores e sair candidata a Presidente do Brasil, pelo Partido Verde, as eleições de 2010 ganham uma dinâmica completamente nova, mesmo que suas chances de vitória sejam, no momento, remotíssimas.

A principal questão é que Marina vai trazer o debate ecológico: aquecimento global, desmatamento, desenvolvimento sustentável e principalmente a Amazônia, para o centro da sucessão presidencial.

Isso não quer dizer que o debate ecológico lhe seja de todo favorável, pois ao sair da toca, para se candidatar, seu desempenho a frente do Ministério do Meio Ambiente, já começa a ser reavaliado com fortes críticas de que ela teria muito cedido até pedir demissão.

Não se sabe se o fato, de ao final, ter pedido demissão, redimir-lhe-á dos quilômetros de florestas devastadas e permissões ambientais dúbias, como a que permitiu a transposição das águas do Rio São Francisco.

Não precisa fazer plástica para melhorar a imagem, não tem atrás de si história polêmicas de corrupção, até porque nunca exerceu gestões executivas, a não ser o ministério o meio ambiente, com pouca verba e poder.

Não foi testada suficientemente como administradora pública, mas depois de Lula ficou difícil usar esse argumento, embora os seus dois principais possíveis adversários Dilma Rousseff (PT-RS) e José Serra (PSDB) têm a seu favor essa ampla experiência a frente de desafios administrativos de grande porte, que podem ser avaliados.

Politicamente a candidatura de Mariana Silva cria embaraços à candidatura de Dilma, que foi sua adversária dentro do governo, que aparecerá como o personagem “Cruela”, dos 101 Dálmatas, querendo tocar projetos criticando a ministra do meio ambiente, por não deixá-la desmatar sem dó nem piedade.

José Serra perde uma parcela do eleitorado que havia conquistado por falta de opção. Dos votantes, que não aprovam a escolha de Dilma como candidata, ou que está decepcionado com Lula, mas a ponto de sonhar com um tucano de volta ao Palácio do Planalto.

O Partido Verde ganhará muita projeção nacional com uma candidata à presidência da republica e a candidatura de Gabeira a governador ou senador pelo Rio de Janeiro, torna-se um projeto dos mais viáveis.

O discurso de Heloísa Helena ficará perdido com a candidatura de Marina por um partido pequeno e sem apoio de poderosos.

Há muitas possibilidades da Senadora Marina Silva resistir à tentação e ficar no PT, até porque em fim de mandato de Senadora, sua candidatura inviabilizaria seus projetos no Acre, onde provavelmente, com facilidade, eleger-se-ia Governadora ou Senadora.

Se ao aventurar-se não for eleita presidente, amargurará quatro anos sem mandato, o que às vezes é fatal para um político.

Marina Silva aparece assim como uma terceira via, frágil e ameaçadora, mais uma opção para o país, que depois de 20 anos vai ter uma eleição sem que Lula seja candidato.


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