7 de ago. de 2009

Sonia Sotomayor a 1ª hispânica na Suprema Corte USA

Sonia Sotomayor a 1ª hispânica na Suprema Corte USA
O senado americano confirmou, ontem, a filha de porto-riquenhos, criada no Bronx, como a primeira pessoa de origem hispânica a tomar assento numa cadeira do Supremo norte americano

Foto: Getty Images

Sotomayor, a nova juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos

Fontes: Agencia EFE, Último Segundo, Estadão

Sonia Sotomayor, de 55 anos, é a nova juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos A magistrada é a primeira indicação do presidente Barack Obama para a Suprema Corte. Ela é a 111ª pessoa a ocupar uma vaga na corte e a terceira mulher a fazê-lo. Em toda a sua história, a Suprema Corte teve 110 magistrados: 106 homens brancos, dois afro-americanos e duas mulheres.

A confirmação da magistrada no cargo representa uma importante vitória política para o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, eleito com o apoio de grande parte dos cerca de 50 milhões de latinos que há no país.

O Presidente Obama disse, sobre a nomeação de Sotomayor, "com essa votação histórica, o Senado afirmou que a juíza Sotomayor tem o intelecto, o temperamento, a história, a integridade e a independência de pensamento para servir habilmente a mais alta corte de nossa nação."

A juíza substituirá David Souter, um liberal indicado por um presidente republicano. Sotomayor não deve mudar a balança ideológica da corte. Souter estava entre a ala liberal dos juízes, que nos últimos anos normalmente perdia por 5 votos a 4 para os conservadores.

A nomeação de Sotomayor, aprovada no plenário do Senado com 68 votos a favor e 31 contra, como estava previsto. Com 60 das 100 cadeiras da casa, os democratas votaram todos a favor de Sotomayor, com exceção do senador por Massachusetts Edward Kennedy, que está gravemente doente e não compareceu à sessão.

Também não houve surpresas no lado republicano. Os nove legisladores do partido que disseram que boicotariam a nomeação da magistrada, mantiveram sua postura.

Grupos hispânicos de todo o país se referiram à nomeação da magistrada como um avanço considerável em sua representação nas instituições dos EUA.

Sonia deve assumir o cargo no sábado, em uma cerimônia privada aberta apenas para seus familiares. Haverá em seguida um segundo juramento, comandado pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts, com a presença da mídia e de amigos.

Na posse, que pela primeira vez deverá ser exibida pela TV americana, a juíza jurará o cargo acompanhada de outra figura que teve de enfrentar antes de chegar ao Supremo: John Roberts, presidente da entidade.

Sonia Sotomayor, a ministra da Suprema Corte

Nascida em 25 de junho de 1954 de pais originários de Porto Rico, ela cresceu no Bronx, um bairro popular do norte de Nova York. Seu pai, um operário, morreu quando ela tinha nove anos. Ela foi criada junto com a irmã mais nova por sua mãe, uma enfermeira.

As origens modestas não a impediram de ser diplomada com boa nota (summa cum laude) na prestigiosa universidade de Princeton (Nova Jersey) em 1976. Ela obteve três anos mais tarde um doutorado em direito da universidade de Yale (Connecticut), uma das mais reconhecidas do país.

Sotomayor fala sempre em tribunais como "o último refúgio dos oprimidos" e se define como uma pragmática com "os pés no chão".

Divorciada e sem filhos, ela é apaixonada por seu trabalho. Mas alguns a consideram muito exigente e pouco acostumada a rever suas posições.

"É um terror no tribunal", "ela tem temperamento forte e ela se irrita facilmente" são alguns dos comentários anônimos dos advogados que trabalharam com ela, segundo o almanaque judiciário federal, uma publicação especializada do ramo.


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