Preso o General Opositor a Chávez

Preso o General Opositor a Chávez O ex-ministro da Defesa, acusado de enriquecimento ilícito foi preso pela polícia secreta do exército, muitos acreditam que Chávez está por trás dessa e de outras ações para silenciar os opositores Foto: Juan Barreto/Agence France-Presse — Getty Images Chávez e Baduel nos tempos de confidentes. Agora o presidente acusa o general de lhe ter dado “uma punhalada” e de servir o imperialismo Foto: Gabriel Osório for The New York Times Fontes: NY Times, O Globo , El Carabobeno, El Universal O ex-ministro venezuelano da Defesa, Raúl Isaías Baduel, (foto) um dos responsáveis pelo regresso de Hugo Chávez ao poder em Abril de 2002, foi detido esta quinta-feira por homens armados perto de casa, a 100 quilómetros a oeste de Caracas. Sua prisão ordenada por um tribunal militar baseia-se na possibilidade dele ter cometido o crime de enriquecimento ilícito. A detenção ocorreu cerca do meio-dia, quando o carro do militar que estava com a esposa, foi cercado por homens a paisana portando armas curtas empunhadas, dizendo que tinham uma ordem de prisão e o levaram em circunstâncias similares aos sequestros das polícias políticas das ditaduras, tendo a sua esposa sido ameaçada e posta sob a mira de revolver. Presume-se que se tratava de funcionários da DIM (Directoria de Inteligência Militar), que habitualmente realiza esse tipo de ação, com esse grau de truculência.. Raúl Isaías Baduel está sob investigação por alegado uso irregular de recursos do Exército, quando era comandante das Forças Armadas Venezuelanas (Exército). O general na reserva foi um dos homem de confiança do presidente Hugo Chávez, inclusive foi um dos responsáveis pelo regresso de Hugo Chávez ao poder, em Abril de 2002, quando o haviam prendido numa guarnição militar destituindo do cargo de presidente. Em Julho de 2007, Baduel demitiu-se das funções de Ministro do Poder Popular para a Defesa e foi para a reserva criticando o governo que estava em campanha para conseguir a reeeleição permanente. O general trabalhou para evitar que o primeiro referendo não fosse aprovado e se saiu vitorioso. Recentemente porém em nova votação popular Chávez conseguiu a vitória, e já pode se candidatar quantas vezes quiser. Mas o sistema de se perpetuar no poder, alcançado pelo presidente venezuelano tem um calcanhar de Aquiles: ele é obrigado a ganhar sempre as eleições, de seis em seis anos. Para evitar surpresas e por se imaginar o único capaz de governar a Venezuela, ele resolveu desestimular ou mesmo extinguir qualquer sinal de oposição. Não tem sido original: sempre acusa os opositores de corrupção, e começa por detratá-los nos seus comícios e programas de TV, logo depois um promotor, aparece com um pedido de prisão, baseado numa investigação feita pelo governo. Foto: Reuters Povo faz manifestação em Maracaibo, no começo desse mês, contra a prisão do líder oposicionista Há poucos dias, o principal líder oposicionista do país, Manuel Rosales, passou à clandestinidade para evitar a prisão, assim como o general também é acusado de enriquecimento ilícito. No ano passado, durante uma campanha eleitoral, Chávez chamou Rosales de ladrão e traficante, e prometeu colocá-lo na cadeia em seguida apareceu um pedido de prisão. Nas eleições regionais do ano passado, a oposição conseguiu eleger vários prefeitos e governadores. Chávez costuma chamar esses políticos oposicionistas de "fascistas" e recomendou que todos eles também fossem investigados por corrupção. Foto:Reuters CABRA MARCADO PARA SER PRESO: O prefeito de Caracas, Leopoldo López, é outro oposicionista importante, que tem denunciado ao mundo, e dentro da Venezuela, que o objetivo de Hugo Chávez silenciar e eliminar a oposição para ter o "controle absoluto do poder", sem nenhuma contestação, algo como uma ditadura dissimulada em eleições viciadas. Deve ser o próximo alvo de Chávez.