23 de abr. de 2009

Câmara vai continuar voando à vontade

Câmara vai continuar voando à vontade
O presidente Michel Temer recua depois de anunciar medidas de moralização e vai submeter às mudanças de regras para as passagens aéreas a votação secreta no plenário da Câmara, com o previsível resultado de que nada vai mudar

Foto: Luiz Cruvinel/SEFOT – Secom

O presidente Michel Temer dizendo que ia fazer e acontecer, antes da sessão

Fontes: Jornal do Brasil

Durou apenas um dia a intenção de estabelecer medidas ditas “moralizadoras” da Câmara, em relação ao bacanal das passagens aéreas. Bastou o presidente Michel Temer anunciar que, de agora em diante, só quem poderia voar por conta das cotas aéreas era o próprio deputado, ou por algum assessor em casos extremos e não mais por familiares, começou a receber pressões.

Com projetadas inicialmente as restrições anunciadas poderiam já passar a valer de forma automática, sem necessariamente passar pela votação do Plenário da Câmara, mas numa reviravolta, coagido pelos colegas deputados, que pouco se importam com o que pensa a opinião pública, o presidente recuou e transformou a decisão num projeto de resolução, com necessidade dos votos dos parlamentares.

Foto: Rodolfo Stuckert/SEFOT - Secom

Os deputados reagiram a moralização

Pelos protestos, como o do deputado Ciro Gomes, (veja abaixo) e de outros parlamentares, que acusaram o presidente de fazer isso apenas para dar “uma satisfação à opinião pública”, não se pode acreditar que a medida “moralizadora” vá ser posta em prática, aprovada numa votação secreta.

O deputado Sílvio Costa (PMN-PE) chegou a reclamar em Plenário que a medida poderia vir a acabar com seu casamento, já que ele não poderia mais levar sua esposa para Brasília usando recursos de sua cota aérea o que iria prejudicar o casal.

Como os parlamentares costumam chegar, em Brasília, na terça-feira, e regressam na quinta de noite, não dá para imaginar que um casamento possa ser desfeito, pela ausência de um dos cônjuges, que por semana, passe três dias fora de casa, em função do “trabalho”.

A não ser que o nobre deputado tema que aconteça com ele o mesmo fenômeno que atingiu a cabeça do senador Eduardo Suplicy.


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