7 de abr. de 2009

Morales quer cotas para os índios no parlamento

Morales quer cotas para os índios no parlamento
A oposição quer suprimir a possibilidade dos índios disputarem vagas privativas, um recadastramento eleitoral e maior autonomia para a Corte Eleitora

Foto: Getty Images

O Congresso Boliviano decide, hoje, destino das eleições gerais do país

Fontes: ANSA , Abril Notícias, Rádio Fides, Jornada Net

Evo Morales briga com a oposição do Senado boliviano, por estar questionando o novo Código Eleitoral, apresentado pelo governo, que irá valer nas próximas eleições presidenciais do dia 6 de dezembro, já aprovado pela Câmara, onde Evo Morales tem maioria absoluta.

Evo participando do carnaval indígena em Orinoca, Oruro
A divergência se dá principalmente por causa de uma disposição que destinando 14 dos 127 assentos disponíveis, privativamente para os candidatos indígenas provenientes de áreas rurais.

Os governadores e dirigentes de comitês cívicos estão trabalhando para recolher pelo menos 500 mil assinaturas e exigir um referendo para que haja novas regras eleitorais e um recadastramento geral.

Para eles, uma iniciativa como esta violaria a Constituição, já que 60% da população do país vivem nas cidades.

"Não se pode dividir os cidadãos em categorias. Da mesma forma, alguns grupos não podem ser privilegiados para que sejam os únicos a concorrer a certos espaços", disse o presidente do Senado, Oscar Ortiz (foto).

Evo Morales diz que não a lei já aprovada pela câmara não será modificada em nada e mandou o ministro de Autonomias, Carlos Romero, denunciar que a oposição estaria orquestrando "um golpe similar ao do ano passado", referindo-se aos violentos protestos ocorridos em setembro de 2008 nos estados do leste e do norte do país.

Amanhã o Congresso se reunirá em regime especial, com membros das duas casas, para tratar do assunto.

Governadores e prefeitos e comitês cívicos ligados à oposição defendeam uma maior autonomia para a Corte Eleitoral
O Evo Morales em contrapartida, sinalizou que os todos os parlamentares do Movimento Ao Socialismo (MAS), o seu partido faria uma renúncia coletiva se a oposição bloquear nesta terça-feira uma lei necessária para que ocorram as eleições gerais de 6 de dezembro.

A saída dos parlamentares do MAS, maioria absoluta no Congresso, geraria uma crise institucional, e pela constituição devido a impossibilidade de funcionamento da câmara, o presidente estaria autorizado a convocar o pleito por decreto.

Nesta terça-feira termina o prazo de 60 dias estabelecido pela nova Constituição da Bolívia, promulgada em 7 de fevereiro, para aprovar um regime eleitoral e convocar pleitos gerais.

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