18 de abr. de 2009

Por que Hugo Chávez puxa o saco de Obama?

Por que Hugo Chávez puxa o saco de Obama?
O ditador só é valente em casa

Detalhe da Primeira página do The New York Times

Fontes: Estadão, La Hora, Veja Abril,

Ninguém resistiu pelo inesperado a imagem de Hugo Chávez, ontem, 17, apertando sorridente a mão do presidente dos Estados Unidos, até o The New York Time estampou a imagem na sua seletiva primeira página, por certo está será a foto marcante da 5.ª Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago.

Mas surpreendente que isso, foi que a iniciativa partiu do próprio presidente venezuelano, Chávez, forte critico dos Estados Unidos, e inimigo declarado do ex-presidente americano George W. Bush, quanto a Obama desde que ele tomou posse, em janeiro, recebeu do venezuelano tanto críticas como elogios.

Aprimorando a surpresa do inesperado e cortês encontro Chávez, com toda a sua latinidade sedutora, usou o mais largo sorriso enquanto dizia:

"Com esta mesma mão, há oito anos, eu cumprimentei Bush. Quero ser seu amigo".

Não pára por aí, o primeiro orgão de informação a publicar o conteudo da conversa, que havia sido fotografada mais só presenciado de perto pela jornalista Alexandra Sánchez, funcionária do governo venezuelano, foi a página de internet do Governo da Venezuela que serviu de referência as agências de notícias internacionais.

Hoje para não ficar só com a parte simpatica, o presidente venezuelano presenteou Barack Obama, com o livro "As Veias Abertas da América Latina", escrito pelo uruguaio Eduardo Galeano, logo após o presidente americano ter encerrado o seu pronunciamento. Após receber o livro, Obama agradeceu, mostrou o presente às câmeras e pousou-o sobre a mesa.

Detalhe da capa e da pagina política de jornais venezuelanos

Claro que todos os jornais venezuelano repetiram a foto em todas as primeira páginas, mais dois em especial dão manchetes interessantes, o Diario de La Verdade, de Maracaibo diz na sua manchete política: “Chávez se abraza con el imperio” , (império é a forma pejorativa com que o presidente venezuelano se refere aos Estados Unidos), no outro La Hora, de Porlamar, que dá como manchente principal acima do encontro dos dois presidente: ”Reservas internacionales bajan a 28 milliones de dólares”

Desde a campanha que Obama vem falando que os Estados Unidos, não pode ficar refém, nem fortalecer economicamente “inimigos” por causa das necessidades de petróleo, e falava da necessidade de utilização de novas energias alternativas e de outras fontes de fornecimento de petróleo, além das atualmente utilizadas.

Apesar de falar mal dos americanos dia e noite, todo mundo sabe que a Venezuela de Hugo Chávez depende da venda de petroleo para os americanos, seu principal cliente, para sobreviver economicamente. Por causa disso, e apesar da briga permanente com o presidente George Bush, o governo Venezuelano jamais deixou de cumprir qualquer itém dos contratos de petroleo com os Estados Unidos, bem como os americanos, devoradores de petróleo deixaram de comprar aos venezuelanos.

Esse aperto de mão, esses sorissos de Chávez e sua simpatia com Barack Obama, é uma amizade por interesse, os americanos sabem disso, e quanto mais o venezuelano se abaixa, mas Obama consciente do seu poder e da correção como está conduzindo sua política externa de energia, põe de molho as barbas do mandatário da Venezuela.

Aquela abordagem toda a Lula, o Cara, o interesse nas energias alternativas do Brasil, o inicio das negociação de parceria, para exploração do petroleo brasileiro, pôs o presidente Hugo Chávez em alerta geral.

Recentemente andou pela China, Japão em busca de espaços novos, mas com a crise mundial, não encontrou muito espaço, para novas investidas. Voltou com o rabo entre as pernas e disposto a baixar as calças para os americanos, embora finja uma certa rebeldia.

Vai mal das pernas a economia venezuelana

O estadão do dia 12 publica uma matéria onde diz que “é crítica a situação da Petróleos de Venezuela” (PDVSA), estatal responsável por 45% das receitas tributárias e por 90% das exportações venezuelanas. Sem pagar fornecedores, a empresa não consegue manter a produção, deixando sem recursos a "revolução bolivariana" do coronel Hugo Chávez.

O orçamento venezuelano para 2009 baseou-se num preço de US$ 60 o barril do petróleo, mas estima-se que o preço médio, este ano, fique ao redor de US$ 40 o barril (em 2008, o petróleo venezuelano, foi cotado, em média, a US$ 86,81 o barril).

Com esse preço do barril, para que houvesse equilíbrio, evitando um rombo de US$ 10 bilhões, o orçamento teria de ser cortado em 18%. A alternativa seria tomar esse dinheiro no exterior ou mais do que dobrar a dívida interna. Tendo poucas alternativas para se financiar, o governo preferiu consumir vorazmente as suas reservas.

O Fundo de Desenvolvimento Nacional, que chegou a dispor de US$ 57 bilhões, foi reduzido a apenas US$ 6 bilhões já no final de dezembro, o que levou Chávez a transferir US$ 12 bilhões das reservas internacionais para o fundo. Com isso, as reservas cambiais caíram para o patamar de US$ 28 bilhões.

"Aparelhada" por Chávez, a PDVSA tornou-se exemplo de má gestão, camuflada até 2008 pelos preços do petróleo. Com a queda das cotações, já no último semestre a estatal começou a se endividar para honrar compromissos e financiar os projetos políticos do caudilho. Tomou emprestados US$ 3,5 bilhões de tradings japonesas e US$ 4 bilhões do governo chinês. A conta começou a ser cobrada neste ano.

As operações da PDVSA dependem de prestadores de serviços estrangeiros, que não estão sendo pagos regularmente. A norte-americana Anadarko deixou a Venezuela no ano passado. Na semana passada, outra prestadora de serviços, a Helmerich & Payne, interrompeu as operações de 4 das 11 perfuradoras de poços terrestres 1 que tem em operação no país. A PDVSA só lhe pagou 1% do que deve e ela cogita de abandonar o país, informou o jornal Valor.

A PDVSA vive seu pior momento desde a greve de fevereiro de 2003, quando demitiu 18 mil funcionários. Multinacionais como Exxon e Conoco Philips também cogitariam de deixar o País, só hesitando devido às enormes reservas provadas da Venezuela, de 172 bilhões de barris, e as perspectivas de exploração no longo prazo, ou seja, depois da era Chávez.

Em fevereiro, 3.500 empregados de prestadoras de serviços que operam os terminais do Lago Maracaibo não receberam salários e entraram em greve, suspensa quando a PDVSA passou a pagá-los diretamente.

Ocorre que a PDVSA, a mando de Chávez, deixou de ser uma empresa petrolífera para se transformar em holding que explora as mais diversas atividades, de supermercados a imobiliárias. Quando nadava em dólares, propiciou os recursos para Chávez adquirir emissões de títulos da Argentina, além de financiar as aventuras bolivarianas na Bolívia, na Nicarágua e em partes mais distantes do mundo. A PDVSA subsidia, ainda, a popularidade do caudilho, vendendo o litro de gasolina a 4 centavos de dólar, preço 27 vezes mais barato do que no Brasil.

Um plano para o período 2006-2012, denominado Semente Petroleira, pretende elevar a produção para 5,8 milhões de barris/dia, tornando a Venezuela o quarto maior produtor mundial. A meta é vista como inatingível pelos analistas, pois a Venezuela, embora informe que produz 2,9 milhões de barris/dia, na verdade diminuiu a produção, da média diária de 2,35 milhões de barris, em 2008, para 2,18 milhões, em janeiro, e 2,10 milhões de barris, em fevereiro.

A estatal enfrenta dificuldades até para conseguir equipamentos destinados a manter a produção, como informa o presidente da Sociedade Venezuela de Engenheiros do Petróleo, Fernando Sánchez.

Para se ter uma idéia da emergência, o Jornal venezuelano El Nacional, publicou no fim de março, que numa semana as reservas internacionais venezuelanas caíram em US$ 561 milhões, e que as reservas internacionais do país fecharam 2008 com US$ 42,054 bilhões, atualmente são de apenas US$ 28,516 bilhões, segundo informação do Banco Central da Venezuela (BCV).

Portanto, cada vez mais vamos ver Chávez assim, solicito e simpático com o império, valentia e mau humor, só em casa, com a oposição.



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