15 de abr. de 2009

Obama libera Cuba aos cubanos americanos

Obama libera Cuba aos cubanos americanos

Foto: AP

A emoção do reencontro em Havana

Fontes: Reuters, Euronews, Folha Online, Estadão, Jornal Digital, Granma

O presidente americano Barack Obama causou uma revolução pacífica quando suspendeu na segunda-feira todas as restrições às viagens familiares de cubanos americanos à ilha, liberando também o envio de remessas e autorizando empresas de telecomunicações a operarem em Cuba.

Durante o governo do ex-presidente George W. Bush, as viagens entre os dois países só eram possíveis a cada três anos e os cubano-americanos só podiam enviar até 300 dólares por trimestre para os seus parentes na ilha.

Foto: AP

No dia seguinte parecia que todos os vôos que saiam de Miami iam para Havana

O embargo a Cuba é um emaranhado de leis que proíbe o comércio com o país latino e sanciona qualquer intercâmbio não autorizado, incluindo viagens culturais, a compra ou a venda de mercadorias e também operações bancárias. Afora as dificuldades para comprar medicamentos e equipamentos que, ainda que excetuados do embargo, como os alimentos, das sanções terminam sendo mais caros, pelas dificuldades financeiras e legais.

As ruas de Havana foram tomadas na terça-feira por manifestantes que comemoravam o anúncio do governo dos Estados Unidos.

Foto:Arquivo

No Conselho de Segurança da ONU: os americanos colocam os soviéticos e cubanos na parede com provas irrefutáveis de fotos das bases de mísseis em Cuba. A Rússia retirou as armas da Ilha, após dias de tensão, com riscos de início da 3ª Guerra Mundial

Essa foi à maior ofensiva que os americanos lançaram contra o governo castrista desde que teve inicio o embargo econômico a ilha em 1952, em represália, por ter Fidel Castro permitido que os russos colocassem mísseis em seu território, tendo como objetivos atingir alvos no vizinho Estados Unidos.

Com se sabe, o território cubano está tão próximo dos Estados Unidos, que de algumas praias de Miami é possível avistar a claridade das luzes de cidades da Ilha de Fidel.

São comoventes as imagens dos primeiros cubanos americanos que chegam a Cuba, levando dinheiro, bens de consumo e alegria para os parentes na Ilha que parece ter parado no tempo, desde 1962, quando os americanos optaram por romper com o regime de Fidel, que antes havia expulsado do seu território, todos os americanos e confiscado os seus bens e investimentos.

Foto: AP

Havana é uma cidade parada no tempo, como um cenário vivo dos anos 50

Alguns dos melhores hotéis de cuba, na atualidade, ainda são os hotéis que castro encontrou quando apoiado pelos Estados Unidos, derrubou a ditadura do General Fulgêncio Batista, antigo aliado dos americanos, em 1952.

Desde então os americanos tem tentado através de ações militares, de espionagem e até em forma de atentados, acabar com o regime comunista implantado na ilha por Fidel Castro, 82, afastado do poder, desde 2006, espontaneamente, por motivos de saúde, hoje liderado por seu irmão, Raúl Castro, 77, mas sob a orientação do velho caudilho.

Foto: Reuters

Os vôos que saem de Miami para Cuba sempre tem um traço em comum: o excesso de bagagem

Mas nada se compara a este gesto político do Presidente Barack Obama, que cumpre assim uma de suas promessas de campanha, para com os seus eleitores descendentes de cubanos, concentrados na Flórida.

Cuba vai ser invadido por uma onda de cubanos americanos bem sucedidos na America a contar sobre possibilidades de melhorias de vida, de liberdade, de confortos e comodidades trazidos pela tecnologia, conhecimento e evolução da sociedade americana.

Foto: Reuters

Os cubanos residentes nos EUA, costumam possuir, como colecionadores, veículos dos anos 50, que ainda são usados em Cuba e circulam pelo bairro da Little Havana, em Miami, numa forma de matar a saudade da Ilha natal

A estrutura hoteleira e turística de Cuba será pequena e precisará se reformular para receber tantos turistas. Os visitantes chegarão sedentos em deleitar-se com a cultura cubana, suas músicas, danças, comidas, charutos e bebidas exóticas, mais ao mesmo tempo, deixarão marcas indeléveis e inesquecíveis de sua passagem.

Foto: AP

Mais emoção no aeroporto Jose Marti em Havana, com a chegada dos parentes vindos dos Estados Unidos.

Entre outras medidas, Washington autorizou os operadores de telecomunicações dos Estados Unidos a prestar serviços em Cuba, com a possibilidade de TV a cabo, embora não se imagine que o regime va permitir a princípio tanta liberdade, uma vez que até hoje, consegue fazer restrições sérias a utilização da internet.

Independentemente das questões políticas, o mundo dos negócios viu com bons olhos o levantamento das restrições a Cuba. As acões das empresas que têm comércio com a ilha registaram fortes valorizações

A tendência e que o regime de Fidel e os castritas vão cair de maduros, derrubados sem um tiro ou violência, pelos ares de liberdade soprados pelos cubanos americanos desde o continente americano. Bem melhor que a invasão militar fracassada a Baía dos Porcos em 1961, será essa nova invasão sem riscos de fracassos, dificílima de ser contida e controlada pelos irmãos Castro e seus seguidores.

Quem viver verá.

FIDEL CASTRO QUER MAIS

Num primeiro momento Fidel Castro reagiu às medidas lamentando que não tenha sido tratado sobre o fim do embargo, afirmando, porém, que:

”Cuba resistiu e resistirá. Não estenderá jamais suas mãos para pedir esmolas.”

No dia seguinte, baixando o tom comentou: "A medida de aliviar as restrições às viagens em si é positiva, embora mínima".

Os artigos foram publicados no jornal Granma, órgão oficial do partido, num site oficial e lido duas vezes no noticiário da televisão estatal.


Nenhum comentário: