A arrogante “democracia” de Vladimir Putin
RUSSIA - EUA – Opinião A arrogante “democracia” de Vladimir Putin Uma dezena de manifestantes que participaram de um protesto contra Putin, em Moscou, realizado em maio de 2012, estão sendo julgados por incitar a violência que, segundo a maioria dos observadores, foi iniciada pelas forças de segurança do governo. Alexei Navalny, um popular blogueiro político que deseja se candidatar para concorrer à presidência da Rússia, está sendo julgado por acusações forjadas, para impedi-lo de concorrer ao cargo. Foto: Kevin Lamarque / Reuters Postado por Toinho de Passira Os líderes ocidentais têm silenciado quase que totalmente enquanto o presidente russo Vladimir Putin lança uma campanha de táticas típicas de Estados policiais contra os russos que fazem oposição abertamente a ele. No entanto, ao enfatizar as práticas que priorizam os direitos humanos, o Ocidente poderia inspirar os russos que buscam obter mais liberdade sem colocar em risco a maior parte dos objetivos comuns que mantém com a Rússia. A Rússia não é a versão revivida da União Soviética totalitária. Mas as medidas que Putin adotou após as grandes manifestações de oposição a seu governo começaram a acontecer, no final de 2011, sugerem uma arrogância típica do antigo poder totalitário soviético. Na defensiva, Putin está tentando a todo custo fortalecer sua base política ao mobilizar nacionalistas e xenófobos. Grupos independentes, como o Golos, que monitora as eleições, e o Memorial, que promove os direitos humanos e a divulgação da história de forma honesta e verdadeira, podem ser fechados em breve pois se recusam a se registrar como "agentes estrangeiros", um termo que, em russo, descreve os espiões. Nas últimas semanas, o grande mestre de xadrez Garry Kasparov, além de Pavel Durov, fundador da maior empresa de mídia social da Rússia, e de Sergei Guriev, que já dirigiu a principal escola de economia da Rússia, optaram por permanecer no exterior devido ao medo de serem presos por motivos políticos. Uma dezena de manifestantes que participaram de um protesto contra Putin, realizado em maio de 2012, estão sendo julgados por incitar a violência que, segundo a maioria dos observadores, foi iniciada pelas forças de segurança do governo. Alexei Navalny, um popular blogueiro político que deseja se candidatar para concorrer à presidência da Rússia, está sendo julgado por acusações forjadas. A condenação de Navalny --que é muito provável-- o tornaria inelegível para concorrer ao cargo Foto: Aleksandr Utkin/RIA Novosti Jornalistas que criticam as autoridades russas foram espancados. Outros russos foram presos por acusações inventadas, uma tática criada para intimidar a classe média urbana, que se mostra cada dia mais alienada. A rede de TV estatal alimenta os espectadores com uma rígida dieta de propaganda anti-EUA, superior e incomum até mesmo nos tempos soviéticos. Foto: Jeremy Nicholl Na década de 1990, o Ocidente perdeu o apoio popular na Rússia após aconselhar a privatização de propriedades estatais e, em seguida, não ter criticado a corrupção que grassou durante a implementação dessas mesmas privatizações. O Ocidente não deve repetir os mesmos erros agora ao não defender aqueles que têm enfrentado a intensificação da repressão na Rússia. Foto: CTZ A chanceler Angela Merkel, da Alemanha, tem sido mais direta em relação à situação na Rússia. Em novembro passado, diante de Putin, ela reprovou a condenação das jovens do Pussy Riot, que protestaram pacificamente em uma catedral de Moscou. E, em abril passado, Merkel disse que as organizações independentes da Rússia mereciam uma "boa oportunidade" de atuar. |
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