Mostrando postagens com marcador Vladimir Putin. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Vladimir Putin. Mostrar todas as postagens

21 de jul. de 2014

Risco à paz mundial - Veja

RÚSSIA – CRIMES CONTRA A HUMANIDADE
Risco à paz mundial
O presidente russo Vladimir Putin empurra o mundo para o limiar de um conflito bélico ao financiar separatistas no leste da Ucrânia. Seus comandados abateram um avião com 298 a bordo

Foto: Reuters

"Putin estava feliz no Brasil. Ele está claramente usando a América Latina como uma frente contra os Estados Unidos", diz a cientista política ucraniana Lilia Shevtsova

Postado por Toinho de Passira
Reportagem de Duda Teixeira, Nathalia Watkins, Carlo Cauti, Raquel Beer, Leonardo Motta e Valeria Bretas
Fonte: Veja

Grandes guerras começam por motivos bem menos graves do que a derrubada de um avião civil com 298 pessoas a bordo, como ocorreu na semana passada nos céus da Ucrânia. Todos os indícios levantados até agora apontam para milicianos separatistas treinados e monitorados por tropas russas. Eles têm domínio territorial sobre a área de onde, como comprovam fotos de satélites, decolou o míssil supersônico que atingiu em cheio o Boeing 777 da Malaysia Airlines — a mesma companhia que há meses teve um jato idêntico misteriosamente desaparecido nas águas do Oceano Índico.

Grandes guerras começam também por agressões desse tipo, muitas vezes feitas por acidente ou engano. Pode ser essa a explicação para o ataque fatal ao avião da Malaysia Airlines que fazia o voo MH17, de Amsterdã a Kuala Lumpur. Desde que se apoderaram de baterias de mísseis antiaéreos Buk, de fabricação russa, e foram treinados para usá-los por monitores enviados por Moscou, os separatistas vinham tendo crescente sucesso em derrubar aviões inimigos naquela região. Cada disparo certeiro era comemorado em russo nas redes sociais frequentadas pelos separatistas.

Foto: Dmitry Lovetsky / Associated Press

Carros de bombeiros chegar ao local do acidente de um avião de passageiros perto da aldeia de Hrabove, Ucrânia, como o sol se põe 17 de julho.

Na quinta-feira passada, logo depois do desaparecimento do Boeing 777 da Malaysia Airlines, um oficial russo encarregado por Moscou de dar ajuda aos separatistas ucranianos, jubilante, postou durante algumas horas apenas o registro de mais um avião abatido. O oficial julgava tratar-se de um An-26 — Antonov turboélice de transporte de tropas e carga — da Força Aérea da Ucrânia. Não era. O avião abatido foi o Boeing 777 com quase 300 civis inocentes de várias nacionalidades a bordo. Na véspera, quarta-feira 16, os separatistas tinham celebrado na internet a derrubada de um Su-25 ucraniano. Esse anúncio continua lá. O relativo ao An-26 sumiu rapidamente. Foi a primeira tentativa dos russos e seus aliados na Ucrânia de apagar a marca do crime.

Felizmente, no mundo de hoje, as nações contam com redes de prevenção de grandes guerras bem mais eficientes do que as existentes no século passado, quando nas duas deflagrações bélicas mundiais somadas morreram quase 80 milhões de pessoas. Mas, apesar de todos os mecanismos de segurança atuais, pode-se dizer sem muita margem de erro que a derrubada do Boeing 777 civil na região fronteiriça entre a Ucrânia e a Rússia, na semana passada, é a mais grave ameaça à paz mundial neste século. "A indignação que eu sinto neste momento não pode ser descrita com palavras", disse Barack Obama, na última sexta-feira. O presidente americano só não construiu a frase responsabilizando diretamente Moscou pelo atentado. Nem precisava, pois Obama, valendo-se dos eufemismos e despistes de que a linguagem diplomática se nutre, disse a mesma coisa de outra maneira ao aprofundar ainda mais as sanções econômicas à Rússia que a Casa Branca havia decretado antes do disparo letal do míssil.

No epicentro dessa zona de morte e instabilidade encontra-se Vladimir Putin, o presidente russo, que usa o expansionismo como forma de propaganda política interna e, assim, vem conseguindo índices elevados de apoio popular. Na semana passada, enquanto o v mundo assistia atônito ao aparecimento de uma prova atrás da outra de que os russos tinham envolvimento direto na operação que matou quase 300 passageiros inocentes, a taxa de aprovação de Putin batia seu recorde histórico, com 83%. Adoração interna e desaprovação externa é uma receita desastrosa. Os líderes que enveredam por esse caminho oferecem perigo ao seu povo e ao mundo.

Foto: Dmitry Lovetsky / Associated Press

Um homem cobre um corpo com uma folha de plástico perto do local de um avião de passageiros Malaysia Airlines caiu perto da aldeia de Rozsypne, Ucrânia

Quando os corpos foram encontrados despedaçados no chão na Ucrânia, Putin acabava de chegar a Moscou, vindo do Brasil, onde participou de uma cúpula do grupo dos Brics — Brasil, Rússia, índia, China e África do Sul. Na segunda-feira 14, a presidente Dilma Rousseff encontrou-se com Putin depois da reunião e disse: "Somos reconhecidos por nossa atuação autônoma no plano internacional em favor de um mundo mais justo, mais próspero e pacífico". Resta saber agora como os presidentes dos países reunidos sob a sigla Brics reagirão a essa tragédia. Como enfatiza a Carta ao Leitor desta edição, eles não podem simplesmente ignorar o massacre de civis patrocinado por um país-membro: "Se os integrantes do grupo dos Brics fingirem que não viram o crime e passarem a mão na cabeça do companheiro Putin, estarão se condenando ao fracasso ético e moral, justamente o que destrói as chances de sucesso cm todos os outros campos".

Em março, Putin enviou soldados mascarados e sem distintivo no uniforme para a Península da Crimeia, parte da Ucrânia. Os "homenzinhos verdes", como ficaram conhecidos, expulsaram soldados dos quartéis, ocuparam prédios públicos e canais de televisão. Putin dizia que não tinha participação na empreitada. Ainda assim, anexou a Crimeia.

No fim de março, deu medalhas aos que participaram da ação. Simultaneamente, milhares de soldados foram enviados pela Rússia para o leste da Ucrânia. O objetivo era conseguir mais um naco de território ou, na impossibilidade disso, dificultar ao máximo que o país seguisse o caminho bem-sucedido de outros Estados europeus, que saíram da esfera soviética, abraçaram a democracia e o livre mercado e se distanciaram da autocracia e do estatismo russo. Os Estados Unidos e a Europa impuseram sanções econômicas para punir Putin pelo avanço à margem da lei internacional. O efeito foi nulo.

Foto: Dmitry Lovetsky / Associated Press

Pessoas caminham entre os escombros no local do acidente do avião abatido por míssil na Ucrânia

O que farão de concreto agora que a derrubada do avião da Malaysia Airlines vai se tornando impossível de escamotear? "Qualquer controlador de voo treinado sabe distinguir na tela do radar um avião civil de um militar", diz o engenheiro sueco Mikael Robertsson, fundador do site FlightRa-dar24, que acompanha o tráfego aéreo comercial ao redor do planeta. O sistema russo de mísseis Buk é dotado de radar e receptor de sinais de transponder, que diferenciam claramente os tipos de aeronave. "Putin estava feliz no Brasil. Ele está claramente usando a América Latina como uma frente contra os Estados Unidos", diz a cientista política ucraniana Lilia Shevtsova, do Carnegie Endowment, em Moscou. Aos seus amigos tropicais agora só restam duas opções: agem por princípio e isolam Putin ou se rendem ao pragmatismo e entram em uma guerra que não é deles.


*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda a publicação original

28 de dez. de 2013

Anistiada pela Rússia, brasileira do Greenpeace, presa sob acusação de vandalismo, já está em Porto Alegre

BRASIL - Meio Ambiente
Anistiada pela Rússia, brasileira do Greenpeace, presa sob acusação de vandalismo, já está em Porto Alegre
A gaúcha Ana Paula Maciel, que integrava o grupo de 30 ativistas do Greenpeace detido na Rússia, aterrissou às 11h, neste sábado, em Porto Alegre, sua cidade natal. Foram cem dias de apreensão e incerteza desde foi presa em águas internacionais durante um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico. Acusados de pirataria e vandalismo, ela e os outros ativistas, correram o risco de passar até 15 anos na prisão.

Foto: Greenpeace

"Resolveram nos dar a anistia porque era a única forma de sair do buraco no qual eles mesmos se meteram". - disse a biáloga Anta Paula, no aeroporto de São Paulo, sua primeira escala no Brasil, referindo-se à Rússia

Postado por Toinho de Passira
Fontes:  R, Terra, Diario de Pernambuco , Zero Hora, Greenpeace

A bióloga e ativista do Greenpeace, Ana Paula Maciel, de 31 anos, desembarca no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, na manhã deste sábado (28). Ana Paula foi presa com outros 27 ativistas e dois jornalistas em 19 de setembro de 2013 a bordo do barco Artic Sunrise, acusados de pirataria durante protesto contra a exploração de petróleo no Ártico.

A ativista recebeu a anistia e visto de saída do governo da Rússia e e em seguida partiu para Porto Alegre (RS), onde já se encontrou com sua família.

Em entrevista concedida à Agência Efe nesta semana, a brasileira disse que sente alívio por poder voltar para casa, mas que o momento não é de comemoração. Ela explicou que a anistia concedida pelo governo local não significa o encerramento definitivo das acusações contra ela e o restante do grupo.

Foto: Diego Vara/Agência RBS

No Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, Jairo Maciel, pai de Ana Paula, aguardava a filha com um presente: uma orca de pelúcia

— Ao contrário do que está sendo divulgado, a Rússia simplesmente parou de investigar o caso, mas agora em nossa ficha criminal vai constar 'hooliganismo' (vandalismo).A bióloga brasileira Ana Paula Maciel, ativista do Greenpeace que foi presa na Rússia com outros integrantes da organização ambiental, disse nesta quinta-feira (26) em entrevista à Agência Efe que sente alívio por poder voltar para casa, mas que o momento não é de comemoração.

A ativista explicou que a anistia concedida pelo governo local não significa o encerramento definitivo das acusações contra ela e o restante do grupo.

"Ao contrário do que está sendo divulgado, a Rússia simplesmente parou de investigar o caso, mas agora em nossa ficha criminal vai constar 'hooliganismo' (vandalismo)", corrigiu Ana Paula.

"Fomos perdoados por um crime que não cometemos", explicou a ambientalista, que teme principalmente pelo futuro dos quatro ativistas russos detidos após o protesto do Greenpeace no mar Ártico.

"Eles ficarão com a ficha suja em seu país", alertou. Ana Paula explicou que nesta sexta-feira assinará um documento afirmando que entrou ilegalmente na Rússia contra sua vontade e que, desta forma, poderá deixar o país.

A Rússia não exige visto para brasileiros, apenas um carimbo de entrada, algo que a bióloga não possui pois ingressou forçosamente no país.

Ana Paula afirmou que se sente aliviada por poder voltar a seu país, mas também que o sentimento dos ativistas do Greenpeace não é de comemoração.

"É o fim de uma saga de três meses, mas fomos perdoados por um crime que não cometemos e pelo qual não deveríamos ter sido acusados", criticou a bióloga, para quem a prisão do grupo representou um golpe à liberdade de expressão. Além disso, Ana Paula lamentou que a companhia estatal russa Gazprom tenha começado a perfurar petróleo no Ártico justamente na época em que a anistia foi concedida.

"Não há motivos para comemorar", afirmou. Os 30 tripulantes da embarcação "Artic Sunrise" foram detidos em águas do Ártico em 19 de setembro pela guarda fronteiriça quando tentavam subir na plataforma Prirazlomnaya, da Gazprom, que segundo o Greenpeace descumpre medidas de segurança e ameaça o ecossistema da região.

"A Gazprom é uma empresa estatal com poder político muito grande", contextualizou a bióloga. Ana Paula acredita que a perseguição e o tratamento duro recebido pelos ativistas na Rússia se devem em grande parte à pressão da companhia.

Sobre o período que passou na prisão, Ana Paula Maciel disse que foram os dias mais difíceis de sua vida: "foi horrível, é um terror psicológico muito grande, só quem viveu uma experiência dessa pode ter ideia".

O Greenpeace sinalizou que tentará agora recuperar o Artic Sunrise, que ficou retido no porto de Murmansk. A bióloga contou que trabalha há cerca de sete anos em navios da organização ambiental e que boa parte das viagens foi feita justamente no Artic Sunrise.

"É minha segunda casa", brincou. E apesar do sofrimento dos últimos meses, Ana Paula garantiu que não irá abandonar sua militância ambiental e as atividades do Greenpeace, inclusive no Ártico.

Foto: Greenpeace

"Quando todos estivermos em casa, vamos nos reunir para avaliar que medidas iremos tomar. Não vou parar minhas atividades, estarei onde for necessário, no Ártico, na Amazônia, no Pantanal", afirmou.

<

11 de set. de 2013

Obama diz que tentará solução diplomática para Síria, mas não afasta a possibilidade de uma ação militar

ESTADOS UNIDOS
Obama diz que tentará solução diplomática para Síria, mas não afasta a possibilidade de uma ação militar
O presidente americano Barack Obama disse que a votação do Congresso sobre uma possível ação militar na Síria será adiada para que os Estados Unidos busquem uma solução diplomática para o conflito após a proposta da Rússia.

Foto: Jonathan Ernst /Reuters

Obama diz acreditar em ação militar, mas preferir saída diplomática

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Reuters , BBC Brasil, The New York Times, The Mirror

Em um pronunciamento pela televisão na noite desta terça-feira, Obama esclareceu a posição dos Estados Unidos em relação ao conflito na Síria. Ele afirmou que o uso de armas químicas nos subúrbios de Damasco no dia 21 de agosto mudou sua forma de pensar.

"Nós não podemos resolver a guerra civil alheia pela força", disse. "Mas a situação na Síria mudou depois que o governo sírio realizou um ataque químico, matando mais de mil pessoas."

O presidente defendeu que os Estados Unidos devem realizar um ataque militar limitado na Síria, para "evitar o uso futuro" de armas químicas.

No entanto, ele disse ter pedido ao Congresso americano que adiasse a votação a respeito do ataque, após a proposta da Rússia de que a Síria entregue seu arsenal de armas químicas ao controle internacional.

Falando da Casa Branca, Obama disse que "ainda é cedo para dizer se a oferta da Rússia terá êxito".

"Qualquer acordo deve certificar-se de que o regime de Assad mantenha seus compromissos. Mas essa iniciativa tem o potencial de remover a ameaça de armas químicas sem o uso da força", afirmou.

'POLÍCIA DO MUNDO'

O líder americano afirmou novamente que o regime de Bashar Al-Assad foi o responsável pelo ataque químico.

Segundo ele, o governo sírio distribuiu máscaras antigás para seus soldados antes do ataque do dia 21 de agosto. Análises de sangue e cabelos das vítimas também teriam demonstrado a presença do gás sarin.

As imagens e vídeos de homens, mulheres e crianças vítimas das armas químicas são "repugnantes" e exigem uma resposta, de acordo com Obama.

Para justificar por que considera que a atuação americana no conflito é importante, o presidente disse que os Estados Unidos "não podem ser a polícia do mundo", mas que armas químicas podem vir a ser usadas por outro ditadores, por organizações terroristas e contra aliados como Turquia, Jordânia e Israel.

Obama disse não acreditar que os Estados Unidos devam remover outro ditador pela força, mas que um ataque específico pode fazer com que um deles "pense duas vezes" antes de usar armas de destruição em massa.

O presidente voltou a garantir que não irá enviar soldados americanos para a Síria, nem buscar uma ação militar aérea prolongada ou com prazo indefinido.

"Está além do nosso alcance consertar todos os erros, mas se com um esforço modesto e pouco risco nós podemos impedir que crianças sejam atingidas com gás até a morte, acredito que devemos agir. É isso o que torna a América diferente, é isso o que a torna excepcional."

DISPUTAS DIPLOMÁTICAS

Obama disse ter "profunda preferência" pela via diplomática e afirmou que o governo americano atuaria com o governo russo para persuadir o regime de Bashar Al-Assad a abrir mão de suas armas químicas.

Ele confirmou que o secretário de Estado americano John Kerry irá encontrar-se com o ministro das Relações Exteriores russo Sergei Lavrov em Genebra na próxima quinta-feira.

"Eu continuarei minhas discussões com o presidente (Vladimir) Putin", disse. No entanto, ele garantiu que o Exército americano ficará preparado "caso a diplomacia falhe".

O editor de América do Norte da BBC News, Mark Mardell, disse que o discurso do presidente americano foi claro, mas "quase totalmente desprovido de paixão e sem novos argumentos e deixa mais perguntas do que respostas sobre a Síria."

O pronunciamento de Obama acontece após um dia de disputas diplomáticas na ONU a respeito da proposta da Rússia para a Síria.

A Grã-Bretanha, os Estados Unidos e a França exigem que prazos para que a Síria entregue seu arsenal e a ameaça de duras consequências caso o país não cumpra o acordo sejam incluídas em uma resolução do Conselho de Segurança. Washington alertou que "não cairá em táticas paralisadoras", que sirvam somente para adiar uma ação militar.

A Rússia, no entanto, afirmou que qualquer resolução que culpe o governo sírio é inaceitável e pediu uma declaração que apoie sua proposta.

O president russo, Vladimir Putin, descartou nesta terça-feira qualquer proposta para lidar com a guerra na Síria que inclua a possibilidade de se usar a força contra o regime de Bashar al-Assad.

18 de ago. de 2013

Beijo gay no Mundial de atletismo em Moscou

RUSSIA - Polêmica
Beijo gay no Mundial de atletismo em Moscou
Depois de Isinbayeva, Medalha de Ouro, em salto com vara, defende a lei antigay, outras atletas russas, russas, Kseniya Ryzhova e Tatyana Firova, beijaram-se no pódio, ao comemoravam vitória no revezamento 4x400 metros no Mundial de Moscou. Estão protestando ou estão se amando? Eis a questão

Foto: Grigory Dukor/Reuters

AMOR, PROSTESTO OU TRADIÇÃO? - Atletas russas Kseniya Ryzhova e Tatyana Firova comemoram com um beijo gay o ouro na prova 4x400m , em Moscou

Postado por Toinho de Passira
Fontes:  Komsomoliskaj Pravda …, Huffington Post, Veja, Uol - Esporte, Terra, El Mundo, Diário da Russia

Depois de vencerem, na tarde deste sábado, o revezamento 4x400 metros no Mundial de Atletismo em Moscou, as russas Kseniya Ryzhova e Tatyana Firova comemoraram a vitória com um breve "selinho" sobre o pódio.

O gesto podia ser mais uma tradição russa de beijar na boca, comum até entre homens, mas no caso foi interpretado como uma mensagem de desacordo contra a compatriota e estrela do atletismo Yelena Isinbayeva, que conquistou medalha de ouro no salto com vara, que em entrevisa coletiva defendeu a lei antigay, que tem recebido críticas e ameaça a realização dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi-2014, na Rússia.

A lei antigay russa, aprovada em junho pelo presidente Vladimir Putin, não permite que menores de 18 anos obtenham informações relativas à homossexualidade. Além disso, proíbe a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, além de coibir qualquer tipo de manifestação a favor da união homoafetiva. Parada gay então, nem pensar.

Foto: Reuters

Yelena Isinbayeva conquistou o ouro e defendeu a legislação russa antigay

Em entrevista, Isinbayeva chegou a dizer que os russos se consideram “pessoas normais”, que vivem “com homens ao lado de mulheres e mulheres ao lado de homens”. “Tudo deve ser assim, é histórico. Nós nunca tivemos problemas assim na Rússia, e não queremos ter no futuro”, afirmou a atleta.

No dia seguinte, após saraivada de criticas, de outros atletas, da imprensa ocidental e até da mídia russa, Isinbayeva, voltou atrás, alegou a dificuldade de se expressar em inglês, como fazia na entrevistas, dizendo que tudo não passou de um mal entendido. Não teria preconceito contra os gays e referia-se apenas a atletas de outros países que vieram para a competição com as unhas pintadas com as cores da "bandeira do arco-íris", um símbolo da comunidade LGBT. De acordo com Isinbayeva, este comportamento é um desrespeito ao país anfitrião da competição. “Nós temos nossas leis e todos têm que respeitar. Quando vamos a outros países nós tentamos seguir suas regras", declarou.

Foto: Erik Mårtensson / Scanpix/espn/ESPN

A saltador sueca Emma Green-Tregaro, que pintara as unhas com a cor do arco-iris em apoio a comunidade LGBT russa, exibe as unhas vermelhas após ter sido “convencida" a não se intrometer com as leis locais

Referia-se a saltadora sueca Emma Green-Tregaro, que participa do Mundial de Moscou, publicou uma foto em seu Instagram em que mostra suas unhas pintadas com as cores do arco-íris, um dos símbolos da luta gay. Depois da polêmica, porém, a atleta foi proibida de repetir o gesto durante a competição neste sábado.

“Fomos abordados informalmente pela Iaaf (Associação Internacional de Federações de Atletismo, em inglês) dizendo que isso é, por definição, uma violação das regras. Informamos nossos atletas sobre isso", disse Anders Albertsson, secretário-geral da federação de atletismo sueca, à agência Reuters.

A nova lei permiti condenar quem divulgar informação com acesso a menores sobre "orientações sexuais não tradicionais", ou que "propague como atraentes as relações sexuais não tradicionais". Também poderão ser punidos os que se dedicarem a divulgar "a ideia tergiversada de que as orientações sexuais tradicionais e não tradicionais têm igual valor social" e os que "impuserem informação sobre as relações sexuais não tradicionais que provoque o interesse por essas relações".

Isinbayeva que também é embaixadora das Olimpíadas de Inverno de 2014, disse esperar que a lei não cause um boicote à competição.

"Claro que não suporto o boicote. Também sou contra essa polêmica e fico triste que atletas sejam envolvidos nela. Não estamos proibindo que alguém participe da competição mesmo que tenha relações fora das tradicionais", finalizou a russa.

Na quarta-feira, americano Nick Symmonds, corredor de 800 metros, tinha gerou polêmica por dedicar sua medalha de prata para os seus amigos gays. "Se você é gay, hetero, branco ou negro: todos merecem os mesmos direitos", disse ele à agência de notícias russa R-Sport Symmonds.

A homossexualidade não é proibida na Rússia, mas enfrenta um forte tabu. Putin é chamado de Czar da homofobia, por apoiar as causas antigays.

Recentemente, o vice-diretor da televisão estatal, Dimitri Kisselyov, disse ao jornal "Izvestia" o coração de homossexuais mortos não deve ser utilizado para os transplantes.

Foto: Cris Toala Olivares/Reuters

Mnifestante carregam cartaz com imagem do Presidente Putin maquiado

8 de ago. de 2013

Barack Obama cancela encontro com Vladimir Putin,
por conta do asilo político ao ex-espião Snowden

ESTADOS UNIDOS- RÚSSIA
Barack Obama cancela encontro com Vladimir Putin,
por conta do asilo político ao ex-espião Snowden
Era uma decisão esperada há uma semana, mas a confirmação oficial só chegou nesta quarta-feira. O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vai viajar para a Rússia em Setembro, para uma cúpula do G20 em São Petersburgo, mas não se reunirá com Putin em Moscou antes do evento, como está previsto. Motivo: a Rússia concedeu asilo temporário ao agente da CIA, Edward Snowden na semana passada, rejeitando os apelos dos EUA para extraditá-lo..

Foto: Jason Reed/Reuters.

Porta-voz da Casa Branca diz que 'decepcionante decisão' – do asilo político - motivou o cancelamento da reunião, por parte do presidente Obama

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Estadão, Reuters, The Washington Post, BBC Brasil, Público

O presidente dos EUA, Barack Obama, cancelou nesta quarta-feira seu encontro agendado com seu par russo, Vladimir Putin, após a decisão de Moscou de oferecer asilo ao ex-funcionário da CIA (Agência de Inteligência Americana) Edward Snowden - evidenciando a crise entre as duas potências.

Segundo a Casa Branca, o asilo concedido a Snowden, que delatou à imprensa um sistema secreto de monitoramento de informações pessoais, aprofundou tensões bilaterais pré-existentes.

O Kremlin se disse "decepcionado" com o cancelamento do encontro bilateral, marcado para setembro, e afirmou que o convite ao diálogo permanece.

As relações entre Washington e Moscou já não andavam bem por conta de divergências diversas - a começar pelo apoio russo à Síria, envolta em uma guerra civil -, antes mesmo de Snowden fugir à Rússia, ressalta o analista de diplomacia da BBC, Jonathan Marcus.

Assim, segundo ele, a questão Snowden é um sintoma de uma crise mais ampla entre os países, apesar das tentativas de Obama, em seu primeiro mandato, de iniciar uma nova relação com Moscou.

"Os países não têm mais poder equivalente e até agora não encontraram formas de cooperar em termos que beneficiem ambos", aponta Marcus.

Charge: Steve Breen - San Diego Union-Tribune (USA)

'FORMAS DE COOPERAR'

Em comunicado para anunciar o cancelamento do encontro bilateral, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, citou "a falta de progresso (no diálogo mútuo) em temas como sistemas de defesa e controle de armas, relações comerciais, segurança global e direitos humanos".

Ele também disse que os EUA se "decepcionaram" com o asilo dado a Snowden.

"Acreditamos que será mais construtivo adiar o encontro até que tenhamos mais resultados em nossa agenda compartilhada", disse Carney.

O encontro entre Obama e Putin era previsto para setembro, quando Obama viaja à Rússia para a reunião econômica do G20 (grupo dos países mais ricos), na qual já confirmou presença.

Mas o encontro deve se tornar um cenário incômodo justamente por conta das divergências Moscou-Washington.

Foto: Reprodução

Obama com Joy Leno, no programa The Tonight Show: críticas a Moscou

'NÃO TENHO PACIÊNCIA'

A decisão de cancelar a reunião com Putin ocorre um dia depois de Obama ter dado entrevista ao programa de TV americano The Tonight Show, em que criticou uma recente lei antigay aprovada na Rússia.

"Não tenho paciência com países que tratam gays e lésbicas ou transgêneros de forma intimidativa ou prejudicial", disse Obama.

O último encontro entre os dois presidentes foi em junho, por conta da conferência do G8 na Irlanda do Norte.

Snowden, ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA e ex-funcionário da CIA, vazou em junho aos jornais The Guardian e The Washington Post documentos e detalhes sobre como a NSA tem acesso a dados sobre telefones e e-mails enviados ao redor do mundo.

Por meio do sistema, agentes da NSA teriam acesso direto a servidores de nove grandes empresas da internet, incluindo Google, Microsoft, Facebook, Yahoo, Skype e Apple.

Snowden fugiu de sua casa no Havaí rumo a Hong Kong e, depois, à Rússia. Nos EUA, ele é acusado de espionagem.

Após passar um mês em uma área de trânsito do aeroporto de Moscou - enquanto os EUA pressionavam países a não lhe conceder asilo -, ele obteve a concessão por um ano na Rússia.

Foto: Reuters

Putin continua divertindo-se com o fato dos americanos, que sempre cobraram de Moscou, estarem sendo acusados de violação de privacidade e direitos humanos

GUERRA FRIA

No Kremlin, o assessor especial de Putin, Yuri Ushakov, indicou ser hipócrita a promessa de Obama de manter com a Rússia uma relação em bases igualitárias. Mas assinalou estar o convite a Obama ainda em pé, assim como a vontade de Moscou de construir uma parceria com os EUA em questões bilaterais e multilaterais. "Está claro que essa decisão está relacionada à situação do ex-funcionário dos serviços especiais dos EUA, Snowden, que não fomos nós quem criamos", disse". "Esse problema sublinha o fato de os EUA não estarem ainda prontos para uma relação em bases iguais", completou, logo depois de ter recebido a comunicação formal sobre o cancelamento da visita das mãos do embaixador americano em Moscou, Michael McFaul.

A perguntas que não quer calar: se fosse um espião russo, pedindo asilo aos americanos depois de dedurar uma colossal sacanagem do Serviço Secreto da Rússia, os americanos o deportaria?

2 de ago. de 2013

O ex-espião da CIA ganhou asilo temporário na Rússia

RÚSSIA – ESTADOS UNIDOS
O ex-espião da CIA ganhou asilo temporário na Rússia
O americano, ex-consultor dos serviços de inteligência dos EUA, procurado pelas autoridades americanas após ter vazado informações sobre os programas de monitoramento de telecomunicações do governo federal. Está asilado temporariamente no território russo, longe do alcance das autoridades americanas. A decisão de Moscou pode mudar a abordagem da política americana, na tentativa de aproximação com Putin.

Foto: Associatede Press

Advogado russo Anatoly Kucherena exibe o passaporte temporário emitido pelos russos que permitir Edward Snowden atravessar a fronteira da Rússia depois de ficar retido no aeroporto de Moscou. No documento o seu nome em cirílico: Сноудена

Postado por Toinho de Passira
Fontes:  Life News, G1, Reuters, Publico, US News, The Guardian

O ex-agente da Cia Edward Snowden obteve da Rússia, nesta quinta-feira concessão de um asilo temporário, com validade de um ano, fornecendo um passaporte provisório, o seu passaporte americano foi cassado pelo governo dos EUA, permitindo que ele deixasse a área de transito do aeroporto de Moscou, onde estava retido, por falta de documentação, há mais de um mês.

A Casa Branca não demorou em expressar contrariedade e consternação, logo que foi noticiado que o asilo temporário para Snowden. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que os EUA estavam "extremamente desapontados" com a decisão, até porque acredita que ela foi provavelmente tomada pessoalmente pelo presidente Vladimir Putin.

Deu a entender também, que Barack Obama pode cancelar uma reunião bilateral com Putin em setembro, quando o presidente dos EUA, estará na Rússia para a cúpula do G20, onde seriam tratados temas de interesses bilateral, como o desarmamento, a crise da Síria, as negociações com o Ira, entre outros.

Foto: Susan Walsh/Associated Press

Jay Carney, o porta-voz: Washington desapontado com a decisão de Putin

O porta voz acrescentou que Snowden tinha chegado na China e na Rússia, levando consigo milhares de documentos norte-americanos top-secrets.

"Simplesmente a posse desse tipo de informação classificada altamente sensível fora das áreas seguras é ao mesmo tempo um risco enorme e uma violação”

Enquanto isso, Snowden saiu do aeroporto de Sheremetyevo na quinta-feira à tarde. Seu advogado, Anatoly Kucherena, disse que o serviço de migração federal da Rússia lhe havia concedido asilo temporário por um ano. Snowden tinha deixado o aeroporto para ficar em um local não revelado com expatriados americanos, acrescentou.

Putin não fez nenhum comentário imediato. Mas ao que parece, após ter pesado os pós e contras por algumas semanas, decidiu que a repercussão positivas internas e externas de seu gesto, superam eventuais repercussões desagradáveis dos EUA.

Aposta também, que Obama, que tem tanto interesse quanto ele, na reunião bilateral, daqui para setembro, vai moderar o tom, e acabar participando da reunião.

Foto: Life News/Ru

O site de notícias russo "Life News" publicou uma foto do ex-agente norte-americano Edward Snowden deixando o aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, na Rússia, ao lado de de Sarah Harrison, do WikiLeaks, e do advogado Anatoly Kucherena, responsável por sua defesa na Rússia.

Em um comunicado divulgado pela WikiLeaks, Snowden agradeceu as autoridades russas e acusou os EUA de se comportar de forma ilegal.

"Nos últimos oito semanas temos visto a administração Obama não mostram respeito pelo direito internacional ou nacional, mas no final a justiça está sendo feita. " E acrescentou:

"Agradeço a Federação Russa por me conceder asilo, de acordo com suas leis e obrigações internacionais."

Autoridades de segurança disseram Snowden atravessaram oficialmente a fronteira com a Rússia a partir da zona de trânsito do aeroporto em cerca de 15:30 hora local. A Rússia, aparentemente, não havia informado aos EUA da decisão com antecedência.

O advogado Kucherena se recusou a fornecer o destino de Snowden, por preocupações de segurança. "Uma vez que ele é a pessoa mais caçado do mundo...”

Comentou também que de agora em diante o ex-espião está por conta própria, sem a proteção e contatos com autoridades russas, além daquelas obrigatórias de um asilado. Será ele que vai escolher o local do domicilio, e tomará as providências necessárias a sua segurança.

Putin já havia dito repetidamente que para permanecer na Rússia, Snowden devem parar as atividades de vazamento de documentos que prejudiquem os Estados Unidos.

Seu advogado sugeriu que novas revelações que vem sendo publicadas pelo jornal britânico The Guardian, são de documentos que Snowden havia entregue aos jornalistas, antes de Putin fazer as exigências.

Foto: Reuters

Putin fez ouvido de mercador aos apelos norte americanos

A decisão da Rússia encorajou a oposição republicana que tem considerado as tentativas de Obama para melhorar as relações com Putin como ingênuas e inapropriadas. Em um comunicado em seu site, o senador John McCain disse: "A ação do governo russo, hoje, é uma desgraça e um esforço deliberado para embaraçar os Estados Unidos. É um tapa na cara de todos os americanos. Agora é a hora de repensar fundamentalmente nosso relacionamento com ele.. Putin da Rússia. "

A pesquisas mostram que 43% dos russos apoiou a concessão de asilo Snowden e 51% aprovavam suas atividades denúncia de irregularidades. O advogado do americano disse ter recebido inúmeras ofertas de cidadãos russos disponibilizando moradia, proteção e dinheiro, bem como de mulheres interessadas romanticamente em Snowden.

Pavel Durov, o fundador da rede social mais popular da Rússia, VKontakte, ofereceu publicamente emprego ao espião, como programador na rede, em um post em sua página no VKontakte na quinta-feira.

7 de jul. de 2013

Hugo Chávez torna-se nome de rua em Moscou

RÚSSIA – VENEZUELA- Homenagem
Hugo Chávez torna-se nome de rua em Moscou
A prefeitura de Moscou homenageou o presidente venezuelano falecido, por sua ligação com o povo russo, segundo nota do governo venezuelano

Foto: Stringer/Reuters


Foto: Prensa Oficial Venezuela


Foto: Prensa Oficial Venezuela


Fotos da cerimonia que teve até música latina e um grupo improvisado de chavistas

Postado por Toinho de Passira
Fontes:   The Moscou Times, UPI, The Wall Street Journal, Cuba Debate, Blog do Nicola Maduro

O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, participou, junto a autoridades municipais moscovitas, da inauguração da denominação de uma rua da capital russa, com o nome do ex-presidente venezuelano, Hugo Chávez, morto em março do ano passado, vítima de câncer.

A página oficial do governo venezuelano, apesar de não mencionar a presença do prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, fez questão de registrar o prestigioso comparecimento de Igor Ivanovich Sechin, 53 anos, um dos importantes conselheiros do presidente russo, Vladimir Putin, muitas vezes citado pela imprensa russa como "Darth Vader, o assustador vilão da saga de “Guerra das Estrelas”.

Ivanovich é constantemente acusado de corrupção e de ser contrabandista de armas, já foi vice-presidente da Rússia, é atualmente o presidente executivo da poderosa Rosneft, a estatal petrolífera russa. Consta que foi dele a ideia de nomear a rua com o nome de Chávez, imediatamente acatada pelas autoridades moscovitas.

Falando na cerimônia, o presidente venezuelano, Maduro disse que Chávez tinha visitado a capital russa pelo menos 10 vezes, durante seus 14 anos no poder.

“Ele nunca me senti como um estranho em Moscou”. Agradeço por este presente", disse Maduro, que havia chegado a Moscou na segunda-feira, 01, para uma visita de dois dias.

A rua foco da homenagem faz parte de um complexo de novas ruas do plano de reurbanização de Moscou, anteriormente, sem nome, referida como rua projetada 5509.

A Rua Hugo Chávez fica na região noroeste da cidade, contígua a uma das principais avenidas de Moscou, tem 170 metros de extensão, é ladeado por um parque, residências e um hotel.

Vai se transformar num ponto de referência para turistas latinos. Ninguém consultou, porém os moradores. Será que eles estão satisfeitos em morar na Rua Hugo Chávez?

Foto: Olga Razumovskaya/Wall Street Journal

Não vai ser fácil, aos venezuelanos encontrar a rua Hugo Chávez pela placa, (foto acima) escrita no alfabeto cirílico, usado pelos russos

2 de jul. de 2013

Putin diz Snowden só fica na Rússia se parar de divulgar segredos dos EUA, ele pode parar na Venezuela

RÚSSIA – ESTADOS UNIDOS - VENEZUELA
Putin impõe condições para o espião EUA receber asilo
Especula-se que ele pode estar indo para a Venezuela
O americano, Edward Snowden, responsável pela divulgação de segredos dos EUA, ao chegar a Moscou, vindo de Hong Kong, não pode passar pela imigração pois seu passaporte havia sido cancelado. Como personagem de filme, está na zona internacional do aeroporto russo, sem poder sair. As chances de ser resgatado pelo Equador diminui. Há forte expeculação de Nicolas Maduro, presidente da Venezeula, em visita a Rússia, trazê-lo na bagagem, ao voltar à Caracas.

Foto: Reuters

Retido no aeroporto de Moscou, Edward Snowden, o espião americano, busca desesperadamente uma nação para se asilar, longe das garras do governo EUA

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Times of Israel, The New York Times, Los Angeles Times, Izvestia, Komsomoliskaj Pravda, Publico

O presidente Vladimir V. Putin, disse nesta segunda-feira que Edward J. Snowden, o ex-funcionário de segurança nacional, dos EUA, acusado de espionagem, só receberia asilo político na Rússia, se parasse de publicar documentos secretos que prejudicam os interesses dos Estados Unidos.

Putin, porém, deixou nas entrelinhas a decisão de não extraditar o espião, apesar dos esforços dos americanos, a esse respeito.

Snowden pediu asilo político na Rússia na noite de domingo, de acordo com Kim Shevchenko, um funcionário do consulado russo no aeroporto de Sheremetyevo.

Oito dias atrás, 23 de junho, o americano chegou num voo da Aeroflot originário de Hong Kong, aparentemente com a intenção de embarcar em uma conexão para América Latina, o Equador, provavelmente.

Desde então, está retido na zona de transito do aeroporto, uma espécie de limbo geopolítico, depois que as autoridades russas, constataram que o seu passaporte americano havia sido revogado pelo governo dos EUA.

O presidente do Equador, Rafael Correa, segundo o The New York Times, confirmou ter recebido extraoficialmente um pedido de asilo político de Snowden. Mas o presidente latino disse que seu governo não poderia começar a considerar a solicitação até que o espião, estivesse em território equatoriano, no país, ou em alguma das suas embaixadas.

"Ele está na zona internacional do aeroporto de Moscou, sob os cuidados das autoridades russas", disse Correa, "Estritamente falando, o caso não está em nossas mãos."

Foto: Tatyana Makeyeva/Reuters

A imprensa faz plantão diante do aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, onde encontra-se o espião americano, num limbo geopolítico, legalmente fora do território russo.

Tecnicamente sem passaporte, o americano está impedido de passar pelo controle de imigração da Rússia ou de lá sair para outro país.

As autoridades russas, dizem não ter qualquer responsabilidade, para com o americano, afirmam que a zona de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, onde Snowden está enclausurada, é legalmente considerado fora das fronteiras da Rússia.

Com essas questões em aberto, a opções de Snowden parecem ter diminuído, e sua escala no aeroporto Sheremetyevo agora corre o risco de esticar indefinidamente, a menos que algo novo aconteça.

Na sua fala, Putin, abriu uma brecha na questão, dizendo: "Se ele quiser ir a algum lugar e eles o aceitarem, por favor, fique à vontade", disse o presidente russo. "Então ele deve escolher para si um país para onde ir. Quando isso vai acontecer, eu infelizmente não sei", concluiu Putin.

Um funcionário do Ministério das Relações Exteriores disse o Los Angeles Times nesta segunda-feira que o Snowden tinha endereçado apelos de asilo político para 15 países, "uma medida desesperada" após as autoridades equatorianas, não demonstrem interesse em regatá-lo.

Sabe-se agora, que o ex-consultor da Agência de Segurança Nacional Edward Snowden solicitou, pedidos de asilo a 21 países: Rússia, Islândia, Equador, Cuba, Venezuela, Brasil, Índia, China, Alemanha, França, Finlândia, Polônia, Áustria, Noruega, Espanha, Bolívia, Itália, Irlanda, Holanda, Nicarágua e Suíça. Vários já rejeitaram, como são os casos da Finlândia, da Índia, da Polônia, da Espanha e do Brasil.

Uma série de figuras públicas na Rússia saíram nos últimos dias em favor de estender ao espião americano, asilo político, na segunda-feira, a questão foi tema de uma mesa-redonda na Câmara Pública, um órgão consultivo do Kremlin.

"Eu acredito que não devemos denunciá-lo, sob nenhum pretexto", disse Aleksandr Sidyakin, um membro proeminente da maioria Partido Rússia Unida. "Parece-me que Snowden é um grande pacifista. Essa pessoa fez muito mais por merecer ganhar o Prêmio Nobel da Paz, do Barack Obama."

Foto: Reuters

Maduro em Moscou ao lado de Putin, primeira viagem internacional, participação do "Fórum de Países Exportadores de Gás". Pode arranjar, de quebra, uma encrenca com os Estados Unidos

O jornal russo Izvestia, sem citar fontes, levanta uma hipótese polêmica, da possibilidade, do presidente da Venezuela, Nicola Maduro, em visita oficial a Rússia, nesta semana, trazer na sua bagagem de volta à Caracas, o espião americano, Edward J. Snowden.

A programação oficial de Nicolas Maduro na Rússia, inclui reuniões com Vladimir Putin e participação do Fórum de Países Exportadores de Gás e até uma cerimônia oficial de nomeação de uma das ruas de Moscou, com o nome de Hugo Chávez. Apesar da Embaixada da Venezuela se recusar a comentar o assunto, diz o jornal, há a possibilidade de entrar na pauta de discussão de Putin e Maduro, a situação de Edward Snowden.

Se Maduro retirar o espião americano da Rússia, livra Putin de um grande embaraço. O presidente venezuelano pode achar que o ato de dá asilo ao dissidente americano, pode lhe dá projeção internacional, apesar de atrair a ira americana contra Caracas. Estranho mesmo é que Edward Snowden, dito pacifista e defensor das liberdades civis, esteja buscando abrigo em países como a China, a Rússia e a Venezuela.


Leia no “thepassiranews”
Delator é de empresa de encarregada segredos da segurança dos EUA

24 de jun. de 2013

A arrogante “democracia” de Vladimir Putin

RUSSIA - EUA – Opinião
A arrogante “democracia” de Vladimir Putin
Uma dezena de manifestantes que participaram de um protesto contra Putin, em Moscou, realizado em maio de 2012, estão sendo julgados por incitar a violência que, segundo a maioria dos observadores, foi iniciada pelas forças de segurança do governo. Alexei Navalny, um popular blogueiro político que deseja se candidatar para concorrer à presidência da Rússia, está sendo julgado por acusações forjadas, para impedi-lo de concorrer ao cargo.

Foto: Kevin Lamarque / Reuters

CONSTRANGIMENTO - Barack Obama e Vladimir Putin, recentemente, num encontro durante a conferencia do G-8, na Irlanda do Norte.

Postado por Toinho de Passira
Reportagem: Denis Corboy, William Courtney e Michael Haltzel, para The New York Times
Fontes: The New York Times, UOL

Os líderes ocidentais têm silenciado quase que totalmente enquanto o presidente russo Vladimir Putin lança uma campanha de táticas típicas de Estados policiais contra os russos que fazem oposição abertamente a ele. No entanto, ao enfatizar as práticas que priorizam os direitos humanos, o Ocidente poderia inspirar os russos que buscam obter mais liberdade sem colocar em risco a maior parte dos objetivos comuns que mantém com a Rússia.

A Rússia não é a versão revivida da União Soviética totalitária. Mas as medidas que Putin adotou após as grandes manifestações de oposição a seu governo começaram a acontecer, no final de 2011, sugerem uma arrogância típica do antigo poder totalitário soviético. Na defensiva, Putin está tentando a todo custo fortalecer sua base política ao mobilizar nacionalistas e xenófobos.

Grupos independentes, como o Golos, que monitora as eleições, e o Memorial, que promove os direitos humanos e a divulgação da história de forma honesta e verdadeira, podem ser fechados em breve pois se recusam a se registrar como "agentes estrangeiros", um termo que, em russo, descreve os espiões.

Nas últimas semanas, o grande mestre de xadrez Garry Kasparov, além de Pavel Durov, fundador da maior empresa de mídia social da Rússia, e de Sergei Guriev, que já dirigiu a principal escola de economia da Rússia, optaram por permanecer no exterior devido ao medo de serem presos por motivos políticos.

Uma dezena de manifestantes que participaram de um protesto contra Putin, realizado em maio de 2012, estão sendo julgados por incitar a violência que, segundo a maioria dos observadores, foi iniciada pelas forças de segurança do governo.

Alexei Navalny, um popular blogueiro político que deseja se candidatar para concorrer à presidência da Rússia, está sendo julgado por acusações forjadas. A condenação de Navalny --que é muito provável-- o tornaria inelegível para concorrer ao cargo

Foto: Aleksandr Utkin/RIA Novosti

Debochar de Putin, na Rússia. é um comportamento de alto risco

Jornalistas que criticam as autoridades russas foram espancados. Outros russos foram presos por acusações inventadas, uma tática criada para intimidar a classe média urbana, que se mostra cada dia mais alienada. A rede de TV estatal alimenta os espectadores com uma rígida dieta de propaganda anti-EUA, superior e incomum até mesmo nos tempos soviéticos.

Apesar do rápido declínio das liberdades pessoais, a maioria dos líderes ocidentais se abstem de fazer críticas mais duras. É possível que eles temam que esse tipo de atitude possa prejudicar a consecução de outros objetivos importantes, mas isso é improvável.

A maior parte dos laços ocidentais com a Rússia são laços de natureza comercial, e eles seriam pouco afetados. A Rússia vende energia para a Europa, os Estados Unidos reembolsam a Rússia por pelos lançamentos espaciais realizados a partir da estação espacial internacional, e os aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pagam para ter acesso, via território russo, a suas forças instaladas no Afeganistão e para poderem apoiá-las.

A Rússia precisa da tecnologia ocidental para desenvolver seus depósitos energéticos no Ártico e lucra com a ampliação das redes de transporte terrestre entre a Europa e a China.

Para que não reste nenhuma dúvida: a cooperação com a Rússia em algumas áreas é incerta, mas por motivos alheios às políticas ocidentais relacionadas aos direitos humanos. Moscou resiste a pressionar o regime de Assad em Damasco, e provavelmente vê a realização de uma possível conferência internacional sobre a Síria como uma forma de ganhar tempo enquanto continua armando o regime sírio.

As negociações sobre um novo acordo de armas nucleares entre russos e norte-americanos, apregoadas pelo presidente Barack Obama na quarta-feira passada em Berlim, na Alemanha, podem naufragar porque o Kremlin pretende proteger sua enorme vantagem relacionada às armas nucleares não estratégicas e contesta os planos relacionados aos mísseis de defesa dos Estados Unidos.

A Rússia quer que as normas para a concessão de vistos por parte dos países ocidentais a cidadãos russos sejam relaxadas, mas a criminalidade e problemas registrados com viajantes que ficam no exterior com vistos expirados minam essas perspectivas.

Foto: Jeremy Nicholl

A polícia de choque russa é uma das mais violentas do mundo

Na década de 1990, o Ocidente perdeu o apoio popular na Rússia após aconselhar a privatização de propriedades estatais e, em seguida, não ter criticado a corrupção que grassou durante a implementação dessas mesmas privatizações. O Ocidente não deve repetir os mesmos erros agora ao não defender aqueles que têm enfrentado a intensificação da repressão na Rússia.

Os líderes ocidentais poderiam começar pedindo explicações ao Kremlin sobre as atuais violações de direitos praticadas pelo governo russo. Em julho de 2009, na Nova Escola Econômica de Guriev, em Moscou, Obama ressaltou o valor das liberdades de expressão e de associação. Desde então, ele tem sido cauteloso em criticar os abusos observados na Rússia e, infelizmente, manteve-se em silêncio publicamente em relação a esses abusos após sua reunião com Putin na segunda-feira passada, na Irlanda do Norte.

Foto: CTZ

A alemã, Angela Merkel é uma das poucas que reprova publicamente
a política de direitos humanos de Putin

A chanceler Angela Merkel, da Alemanha, tem sido mais direta em relação à situação na Rússia. Em novembro passado, diante de Putin, ela reprovou a condenação das jovens do Pussy Riot, que protestaram pacificamente em uma catedral de Moscou. E, em abril passado, Merkel disse que as organizações independentes da Rússia mereciam uma "boa oportunidade" de atuar.

Os líderes ocidentais devem perceber que a campanha de Putin para limitar as liberdades individuais irá, cada vez mais, restringir o espaço político na Rússia para a cooperação com o Ocidente.

De maneira menos conspícua, os países ocidentais também poderiam fazer mais: eles deveriam, por exemplo, oferecer mais espaço para que grupos independentes apresentassem provas sobre os abusos cometidos na Rússia.

Da mesma maneira, essas nações poderiam fornecer mais treinamentos e capacitações --fora da Rússia-- aos líderes das organizações sitiadas pelo governo russo. E, com certeza, até mesmo os pais mais céticos em relação às influências ocidentais querem que seus filhos obtenham uma educação mais globalizada dentro da própria Rússia ou no exterior --coisa que o Ocidente pode facilitar.

Já passou da hora de os líderes ocidentais promoverem um reequilíbrio de suas políticas relacionadas à Rússia e colocarem os direitos humanos e as liberdades políticas de volta na pauta de negociações.

Essa busca não deve ser uma cruzada. Pelo contrário, ela deve se tornar uma parte mais integral da política ocidental. Esse tipo de postura também enviaria uma mensagem de boas vindas para os agressores e as vítimas de outros países.


22 de mai. de 2013

Para Kasparov, opositor de Putin, em dois ou três anos, acontecerá uma enorme explosão social na Rússia

RUSSIA
Para Kasparov, opositor de Putin, em dois ou três anos, acontecerá uma enorme explosão social na Rússia
Oposicionista ferrenho de Vladimir Putin, o xadrezista Kasparov, chama o presidente russo de ditador, diz que ele protege e alia-se aos demais ditadores do mundo, inclusive com o regime Sírio de Assad e do chavismo venezuelano, tudo é uma questão de dinheiro e poder.

Foto: Susana Sáez/El Pais

O dissidente russo, Gary Kasparov

Postado por Toinho de Passira
Baseado numa reportagem de Antonio Caño, para o jornal “El Pais” e na tradução de Luiz Roberto Mendes Gonçalves , para o UOL
Fontes: El Pais, Uol

Gary Kasparov, provavelmente o melhor enxadrista da história, é hoje o rosto internacionalmente mais conhecido da oposição a Vladimir Putin, o que também o transforma em uma das figuras menos vulneráveis entre os rivais do presidente russo. Outros, no passado, acabaram na prisão ou fora do país. Atualmente, o movimento de contestação a Putin precisa de outra voz de semelhante relevância.

Antes que os outros percebessem o ritmo dos acontecimentos na Rússia pós-soviética, Kasparov, inspirado no exemplo de antigos e célebres dissidentes do comunismo, alertou que seu país se precipitava para a ditadura. Isso o transformou em um personagem detestado no Kremlin, mas ao mesmo tempo incômodo em Washington e em outras capitais nas quais se busca uma acomodação com o governo de um país do tamanho e com a história da Rússia.

Seu principal âmbito de atuação é o dos direitos humanos, sobre o qual, esta semana, fez uma nova e enérgica denúncia no Fórum da Liberdade em Oslo, de que é um dos fundadores. Em uma conversa com "El País", Kasparov insiste no perigo que Putin representa para a Rússia e o resto do mundo.

Falando ao jornal espanhol El Pais, ele alerta que “a Rússia está concluindo o processo de transformação de uma ditadura de partido único em uma ditadura de um só homem” - diz ele.

Segundo ele, apesar dessa ser uma má noticia, também pode ser considerada boa ao mesmo tempo, porque é uma agonia, o regime é menos flexível, tem menos capacidade de manobra, está entrando em sua fase final, “que creio que não durará muito”.

Foto: Misha Japaridze/ Associated Press

Protestos em Moscou no começo desse ano, milhares de pessoas nas ruas, nos cartazes, palavras como “escória” e “vergonha”, adjetivam o líder soviético

Para Kasparov em dois ou três anos acontecerá explosão social maciça, mas a um custo muito alto para o país, porque Putin não sairá por ser impopular ou por perder as eleições. Putin conservará o poder até o amargo final. Para ele, a a Rússia passou da fase em que pode haver uma transição pacífica do poder.

Destaca que as leis e a constituição russa, está condicionada e sempre é mudada de acordo com a vontade de Putin, permanecer no poder.

“Seu governo já é ilegítimo porque está em seu quarto mandato de fato [conta os quatro anos de presidência de Dmitri Medvedev], embora tecnicamente seja o terceiro, e já demonstrou que a Constituição para ele é um pedaço de papel que pode utilizar à vontade” – comentou,

Segundo ele a Rússia, o povo russo, perdeu uma grande oportunidade de frear Putin nos anos 1990 de mudar as coisas de verdade.

Quanto ao regime de Putin, é muito difícil porque Putin teve muita sorte, e as pessoas mais velhas na Rússia o consideram uma melhora em relação aos tumultuados e perigosos anos 90.

Para Kasparov a Primavera Russa, os protestos de dois anos atrás, teve resultado positivo, “entre outras coisas porque demonstrou que o regime não se importa com a opinião dos cidadãos e demonstrou a natureza ilegítima do governo Putin.

”Não se pode dizer que as pessoas que protestavam desapareceram. Essa gente continua aí. Até dezembro de 2011 não se conseguia reunir mais de quatro mil pessoas nos protestos, hoje se reúnem no mínimo 25 mil. E nos momentos culminantes vimos mais de 150 mil pessoas na rua. Não é suficiente, mas o protesto está aí e o objetivo é conseguir manifestações realmente maciças nas ruas”, – observou.

Para ele só os protestos conseguirão derrubar o regime. Putin não vai entregar o poder mediante um processo constitucional pacífico.

Ele porém se escusa a aparecer como uma opção política após uma queda de Putin, diz que esse não é o momento para alguém fazer planos pessoais. “Eu faço o que posso para derrubar o regime. Uma vez que meu país esteja livre, poderei considerar diferentes opções. Mas já tive glória suficiente em minha vida, por isso não tenho grandes expectativas pessoalmente. O importante para a Rússia, e certamente para o mundo, é derrubar Putin.

Foto: Alexander Zemlianichenko/Associated Press

Senhora com um guarda-chuva branco, símbolo do protesto, passa ao lado de policiais durante manifestação em massa da oposição de Moscou, ano passado

Denuncia que o presidente russo tem ligações econômicas e de apoio com todas as ditaduras do planeta, como um clube de apoios recíprocos.

”Todos os ditadores na face da Terra têm laços estreitos, seja Putin, o governo chavista, o Irã, Coreia do Norte, Síria... têm contatos. Fazem negócios juntos, mas, mais importante que isso, apoiam uns aos outros porque não querem mudanças e têm medo do efeito dominó. Temem que, se um cair, todos os demais cairão” - observa.

Explica que Putin não pretende reconstruir o império soviético, pois sua atuação não é ideológica, é uma questão de máfia, visando apenas o dinheiro e o poder.

Especifica o caso da relação de Putin com o governo da Venezuela, dizendo que não é uma questão econômica, pois a A Venezuela tem dinheiro. “Eu creio que estão mais se protegendo um ao outro porque, se Putin cair, o governo chavista perderia um aliado fundamental no exterior. E, se o governo chavista cair, muito provavelmente todos os demais governos da América Latina que o seguem enfrentariam seguramente grandes problemas”, explicou.

Para ele Putin, por exemplo, vai apoiar o governo Sírio de Assad até o final porque teme que se Assad cair muitos russos vão interpretar que Putin também pode cair. Essa é a grande irmandade dos ditadores, que se protegem até o final.

Foto: AFP

Na hora da verdade, Putin não vai oferecer nenhuma solução viável no Oriente Médio porque seus interesses são completamente diferentes.

Kasparov respondendo a uma indagação do jornalista do El País diz que as negociações atuais com os EUA sobre a Síria são uma mera situação mascarada. “Os EUA são uma superpotência e Putin precisa acalmar a ansiedade da burocracia Rússia, que pode temer que seus interesses não estejam bem defendidos nos EUA e na Europa. Putin tenta negociar com os EUA para conter os efeitos do caso Magnistky [o advogado russo cuja morte na prisão provocou como represália uma lei de sanções dos EUA contra funcionários públicos russos]. Esse é seu único objetivo. Não compartilham os mesmos interesses.

“Na hora da verdade, Putin não vai oferecer nenhuma solução viável no Oriente Médio porque seus interesses são completamente diferentes. Nós queremos que os preços do petróleo baixem para aliviar a economia mundial; ele quer que subam para que ele, os chavistas e os mulás se mantenham no poder”, diz.

O jornalista pergunta se está equivocada a política de diálogo do governo de Barack Obama?

Ele responde: “Não sei. Creio que se trata de um velho problema. Há 75 anos o mundo tentava apaziguar Hitler, e hoje se tenta a mesma política de apaziguamento com Putin. Não podemos negociar com ditadores; não funcionou há 75 anos e não vai funcionar agora”.- conclui


9 de abr. de 2013

Ativistas do 'Femen', de topless, protestam contra Putin na Feira de Hannover

ALEMANHA - RÚSSIA
Ativistas do 'Femen', de topless,protestam
contra Putin na Feira de Hannover
Manifestantes com seios a mostra tumultuaram nesta segunda-feira (8) a visita do presidente russo Vladimir Putin ao Salão da Indústria de Hanover, Alemanha, que ele inaugurou ao lado da chanceler alemã Angela Merke.

Foto: Jochen Lübke/DPA/AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, parece gostar do que viu, diante da aproximação da manifestante do Femen ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Portal Angola, Stern, G1, The Sun, Euronews, Uol, The Tlegraph

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e a chanceler alemã Angela Merkel estavam no estande da montadora alemã Volkswagen, nesta segunda-feira, na Feira Industrial de Hannover (Alemanha), quando quatro ativistas do Femen, grupo feminista de origem ucraniana que costuma fazer manifestações com os seios à mostra, invadiram o local aos gritos de "Foda-se ditador!". Foi uma ação rápida, mas logo contida pela segurança, apesar de uma das manifestantes ter chegado muito próxima dos chefes de estado.

A visita de Putin a Hannover gerou expectativa por causa das operações contra as ONGs em seu país após a promulgação de uma lei no ano passado que obriga as que recebem financiamento do exterior a se registarem como "agentes estrangeiros". A medida atingiu várias ONGs internacionais, incluindo fundações políticas alemãs.

Manifestantes de organizações pró-direitos humanos e do partido Verde se concentraram para protestar pela posição de Moscou em relação às ONGs no pavilhão onde Putin e Merkel inauguraram a feira, na noite de domingo (7).

Na ocasião, em pronunciamento, a chanceler alemã pediu a Putin e a Rússia uma "oportunidade às organizações não governamentais e às múltiplas associações das quais sabemos, aqui na Alemanha, que são um motor para a inovação".

A Feira Industrial de Hannover, da qual a Rússia é o país convidado nesta edição, ficará até o próximo dia 12 e conta com 6.500 expositores de 62 países para apresentar suas últimas novidades sob o lema "Indústria integrada" e abordar a troca de dados entre diferentes máquinas, fábricas e componentes.

Fotos: Jochen Lübke/DPA/AFP








Quanto a incidente o presidente da Rússia, Vladimir Putin, aparentemente bem humorado disse que "gostou" do protesto de mulheres seminuas contra ele.

"Sobre a performance delas, eu gostei", brincou Putin ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, durante uma coletiva de imprensa. "Eu não entendi o que elas estavam gritando, nem vi se eram loiras, morenas ou ruivas", disse.

O grupo de mulheres protestava contra Putin devido à prisão das integrantes da banda de punk Pussy Riot.

De acordo com o jornal "Telegraph", Putin criticou a atuação dos seguranças: "Esses caras caíram em cima das moças. Não pareceu certo para mim, eles poderiam ter sido mais gentis".

"Se alguém quer debater questões políticas, então é melhor fazê-lo com roupas, e não ficando nu. Deveriam tirar a roupa em outros lugares, como em praias nudistas", disse Putin finalizando.


18 de ago. de 2012

Condenação das meninas da banda “Pussy Riot” põe em cheque a legitimidade da democracia russa

RÚSSIA - Opinião
Condenação das meninas da banda “Pussy Riot”
põe em cheque a legitimidade da democracia russa
A juíza Marina Syrova sentenciou as três integrantes da banda “Pussy Riot” a dois anos de prisão por "vandalismo" motivado por ódio religioso nesta sexta-feira (17) em Moscou na Rússia. As três foram presas, processadas e declaradas culpadas porque cantaram uma "oração punk" no altar da catedral de Cristo Salvador em fevereiro, pedindo para que a Virgem Maria "livrasse" a Rússia de Vladimir Putin, o então primeiro-ministro e hoje presidente. A decisão desproporcional tem forte conotação autoritária. O julgamento motivou reações internas e externas quanto à legitimidade da democracia na Rússia.

Foto: Associated Press

As acusadas Maria Alyokhina, 24, Yekaterina Samutsevich, 29, e Nadezhda Tolokonnikova, 22, exibem o veredicto de condenação, dentro da cela envidraçada no recinto do julgamento.

Postado por Toinho de Passira
Texto de Daniel SandfordDa BBC News em Moscou
Fonte: BBC Brasil

Foi um protesto que durou menos de um minuto, um julgamento que durou apenas uma quinzena e uma sentença lida em três horas.

Mas o caso da banda de punk russa Pussy Riot está sendo visto por diplomatas ocidentais e grupos de direitos humanos como o símbolo de muitas coisas equivocadas na Rússia, bem como do perigoso rumo autoritário que o país está tomando desde a volta de Vladimir Putin à Presidência, em maio.

O grupo de três jovens artistas ousou fazer o impensável: em fevereiro, elas fizeram uma performance de protesto contra Putin dentro de um dos locais mais sagrados da principal igreja de Moscou, a Catedral de Cristo Salvador.

As três integrantes da banda foram condenadas, na última sexta-feira, a dois anos de prisão, por vandalismo, em sentença que despertou fortes críticas internacionais por sua dureza.

As artistas - Maria Alyokhina, 24, Nadezhda Tolokonnikova, 22, e Yekaterina Samutsevich, 29 - podem ser jovens, tolas e insensíveis aos sentimentos religiosos dos demais, mas grupos como a Anistia Internacional afirmam que de forma alguma isso justifica que todo o poder do aparato oficial russo seja usado contra elas.

Em vez de receber uma multa por ofender a ordem pública, elas foram detidas ao longo de cinco meses antes do julgamento, no qual foram condenadas por ofensa criminal motivada por ódio religioso. Passarão dois anos detida em uma rígida colônia penal russa.

O presidente russo, Vladimir Putin alvo de protestos em Moscou e no mundo
Estado secular
A banda Pussy Riot vinha protestando conta supostos laços entre Putin e a liderança da Igreja Ortodoxa Russa, considerando essa relação constitucionalmente questionável (a Constituição russa diz que o país é secular e que nenhuma religião pode ser abraçada pelo Estado).

Agora, com a condenação das três, grupos de direitos humanos afirmam que a reação estatal ao protesto das três mostra que elas tinham razão em se queixar.

As autoridades da igreja foram alguns dos maiores entusiastas do julgamento da Pussy Riot. Por alguns momentos, as sessões judiciais pareceram quase uma corte religiosa, com as testemunhas sendo questionadas se eram reais praticantes da fé ortodoxa.

Também foram levantadas questões quanto a se o julgamento foi justo. Os advogados de defesa às vezes pareciam desesperados diante do que chamavam de mostras de parcialidade da juíza Marina Syrova.

Os advogados poucas vezes puderam questionar testemunhas da acusação, e muitas de suas próprias testemunhas foram vetadas.

Como Putin será afetado?
Por tudo isso, diplomatas ocidentais em Moscou afirmam que o caso Pussy Riot resume o atual estado das coisas na Rússia atual. O Estado russo é visto por críticos como um sistema político em que o Kremlin microgerencia muito além do esperado.

A linha entre o Estado e a Igreja é tênue, e, no sistema legal, promotores e juízes parecem não ter qualquer independência.

O governo russo tem sido alvo de fortes críticas internacionais, mas a questão é: o quanto isso afetará Putin?

Em primeiro lugar, muitos russos ficaram realmente chocados com o protesto da Pussy Riot na catedral, e Putin espera conquistar o apoio desse grupo mais conservador.

Segundo, o presidente parece acreditar que a maneira de lidar com a dissidência russa é pressionar os novos opositores, em vez de tratar com eles.

Em terceiro lugar, a condenação internacional pode ajudá-lo a ganhar a confiança de partes da sociedade russa que ainda são profundamente desconfiadas do Ocidente.

*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original
Leia mais no “thepassiranews”:
Banda Pussy Riot, no banco dos réus, por desafiar Vladimir Putin
Autoridade russa chama Madonna de “puta velha” (por apoiar as meninas do “Pussy Riot”)