Irã acusado de terrorismo contra judeus na Argentina
ARGENTINA – Terrorismo Irã acusado de terrorismo contra judeus na Argentina O Irã é acusado, formalmente, pela procuradoria federal, de ordenar o sangrento atentado de 1994 na Argentina e de ainda manter células terroristas na América Latina, inclusive no Brasil Foto: Arquivo Postado por Toinho de Passira Quase vinte anos depois da explosão de um carro-bomba em frente do prédio da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), que matou 85 pessoas E feriu mais de 300 no centro de Buenos Aires, foi finalmente concluída a investigação que aponta os mandantes do atentado. Na semana passada, o procurador especial Alberto Nisman apresentou à Justiça argentina uma denúncia de 500 páginas em que acusa o governo do Irã de ter organizado o ataque. Funcionários iranianos já haviam sido citados em investigações anteriores, e oito deles tiveram a ordem de prisão expedida pela Interpol, mas é a primeira vez que o regime dos aiatolás é formalmente acusado. "Há inúmeras provas da ação da República Islâmica do Irã, que há décadas monta bases para ações terroristas em várias partes da América Latina por meio de seu apêndice, o grupo libanês Hezbollah", diz Nisman. O governo iraniano, segundo o relatório do procurador argentino, montou na região uma extensa rede de espionagem e logística para financiar e planejar ações terroristas. Além da Argentina, as células iranianas seguem ativas em diversos países latino-americanos, inclusive no Brasil. Nisman aponta a Mesquita Profeta Mohammad, no bairro do Brás, em São Paulo, como um local de "reuniões habituais" do Hezbollah. A denúncia afirma ainda que vários centros islâmicos comandados por ex-alunos do clérigo Mohsen Rabbani, que já recrutou três dezenas de brasileiros para seus cursos de radicalização religiosa, como revelou VEJA em 2011, são ameaças potenciais. Rabbani, ex-adido cultural na Embaixada do Irã na Argentina, foi o arquiteto do ataque contra a Amia. Além de Rabbani, entre os foragidos da Interpol está o atual ministro da Defesa do Irã, Ahmad Vahidi, que em 1994 comandava as operações da Guarda Revolucionária com o Hezbollah. Em 2011, ele foi à Bolívia para inaugurar, ao lado do presidente Evo Morales, a Escola de Defesa da Alba, uma academia militar de orientação bolivariana com instrutores cedidos pelo Irã. A Bolívia, país-membro da Interpol, tinha a obrigação de prender Vahidi, mas não o fez. "O presidente venezuelano Hugo Chávez facilitou a expansão iraniana na região com a ajuda de seus aliados”, diz o consultor de segurança americano Joseph Humire. A presidente argentina Cristina Kirchner está entre os que seguiram essa orientação, e até firmou neste ano um memorando com o Irã para uma investigação conjunta sobre o atentado de Amia. O relatório de Nisman é um duro golpe nesse plano estapafúrdio. |
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