Musa do movimento 'Bunda-pintada' que ficou nua contra FHC em 2001, volta a protestar
BRASIL - Manifestação - Bizarro Musa do movimento 'Bunda-pintada' que ficou nua contra FHC em 2001, volta a protestar Carlinha presidente da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), tirou a roupa diante do Congresso Nacional, protestando contra o segundo governo de FHC (1999-2002), agora volta aos protestos, embora ocupe cargo no governo federal, vestida, mas não menos comedida Foto: Daniel Marenco/Folhapress Postado por Toinho de Passira Diante dessa onda nacional de manifestação no território nacional, ressurgiu das cinzas, a musa do movimento "bunda-pintada", que fez sucesso em 2001, quando queria derrubar o Fernando Henrique Cardoso, da presidência da república. Carla Taís dos Santos, 33, ou Carlinha, para os mais chegados, recorda-se como se fosse ontem do dia em que "parou tudo" em Brasília, ao desfilar nua em frente ao Congresso Nacional. Era 2001. A garota tinha 21 aninhos --e atributos típicos da idade, por exemplo os bem distribuídos 56 quilos e um generoso painel para abrigar frases do tipo "CPI Já". Ao tirar a roupa contra o segundo governo de FHC (1999-2002), Carla, então presidente da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), ganhou fama nacional de "bunda-pintada". Na semana passada, ela que é filiada ao PC do B, desde os 19 anos, participou de uma manifestação em Novo Hamburgo (RS) que fechou a BR 116. Dessa vez, 12 anos depois da nudez, optou por protestar de roupa. Em linhas gerais seu pensamento atual é de que a “ redução das tarifas foi uma grande vitória e que deve ser comemorada e "servir de impulso para mais organização e novas conquistas", embora "ainda não inverta a lógica das máfias do transporte". Rechaça a proibição ou hostilidade às bandeiras de partidos nos atos. Acha que a depredação de bancos, grandes redes de lojas e ônibus não se justifica, mas "se explica". "Serão os empresários que mais lucram que pagarão a conta." Já a do patrimônio público, "não faz o menor sentido, pois, além de ser mais um dinheiro que deixará de ser investido na educação e na saúde, divide e afasta o movimento". Só serve ao "prazer egoísta de quem se acha ultrarrevolucionário". Formada em letras pela USP, Carla hoje assessora Rosana dos Santos Alcântara uma das diretoras da Ancine (Agência Nacional do Cinema), órgão ligado ao Ministério da Educação. Jura que o cargo não é "boquinha", tampouco cota do seu partido o PC do B. "Mandei meu currículo para diferentes pessoas, e a Rosana conhecia minha história de orelhada." "Hoje, sou uma outra mulher", diz, mas os sonhos continuam os mesmos da época de "bunda-pintada". "Se mudanças não começarem a acontecer, a rua continuará a aumentar o volume de seu grito. E eu estarei em todas as manifestações com a perspectiva de construir um Brasil socialista." Mesmo engajada no novo movimento de protestos, diz que não pretende ficar pelada de novo. "Tirar a roupa sempre me pareceu um gesto natural", filosofa Carla, que hoje só se despe para o namorado, com quem está há três meses, ou numa praia de nudismo, "pra extravasar". Foto: Beto Barata-31.mai.2001/Folhapress Recorda-se, então, daquele momento que precedeu à nudez de Brasília. "Diante do Congresso, os manifestantes da Ubes precisavam de um desfecho para o protesto." Uns sugeriram velas; outros cogitaram "enterrar" um boneco de FHC, ideias que demandavam tempo e, é claro, uma corridinha ao mercado. Foto: Beto Barata-31.mai.2001/Folhapress Mas a guria mais velha sempre foi uma "rebelde com causas". No final de 99, já como presidente da Ubes, fugiu de casa, ao inventar que iria a um seminário de educação em Goiânia. Veio parar em São Paulo, onde dividiu uma república com 11 rapazes no bairro da Aclimação. Vivia na pindaíba, dura que só, à base de doações da entidade. Foto: Daniel Marenco/Folhapress |
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