Fadiga Política, de Maynard Marques de Santa Rosa
BRASIL - Opinião Fadiga Política “Nada existe de permanente, a não ser a mudança” (Heráclito, 540-470 a.C.) General brasileiro analisa causas e consequências do momento de inquietação vivido pela nação brasileira Foto: AFP Postado por Toinho de Passira Nos comentários que fez, em 1947, sobre a sociologia psicológica de Pareto, Gilberto Freyre consagrou o conceito de fadiga política – “A fadiga do povo em face de seus líderes, que induz os mesmos efeitos da fadiga industrial entre os operários”. Os sintomas parecem evidentes. Após longo ciclo de anomia política, as manifestações do chamado “movimento passe livre” começam a quebrar a inércia da estabilidade artificial a que o Brasil vem submetido, há mais de 20 anos. As causas de insatisfação foram claramente resumidas pela jornalista Ruth de Aquino, em seu artigo O Outono da Ignorância, na Revista Época: “Os preços sobem, a inflação está em alta, os impostos absurdos não revertem em saúde, moradia, transporte e educação, os empregos começam a minguar, as empresas demitem em massa, sem repor vagas. (...) O noticiário continua coalhado de mordomias no Legislativo, Judiciário e Executivo”. A essas razões poderíamos aditar a corrupção renitente e a frustração popular ante a expectativa de impunidade do “mensalão”. Menos avaliada é a questão da ineficiência do setor público. A existência de 39 ministérios transforma o governo em um fórum inócuo e caro, onde muito se discute e pouco se decide. Só com o aluguel de imóveis fora da Esplanada dos Ministérios, a despesa ultrapassou R$ 2 milhões por dia em 2012, num total de R$ 741,4 milhões, segundo o SPU (Secretaria do Patrimônio da União). O uso de cargos políticos para cooptar apoio dilui o poder delegado e, portanto, a capacidade de decisão, concentrando-o na autoridade delegante, tornada árbitro de tudo. Além do mais, os negócios públicos têm sido em geral conduzidos de uma forma parcial e facciosa, que põe em risco a liberdade, a harmonia social e o direito de propriedade. As intervenções erráticas e a falta de coerência na condução da economia afetaram a credibilidade e já se refletem nos investimentos, levando à estagnação. E o estímulo equivocado ao consumo sem preocupação com o aumento da oferta, alimenta a inflação, reduzindo a confiança do consumidor e a atividade econômica que gera emprego. Assim considerado, o modelo patrimonialista adotado no País nas duas últimas décadas parece exaurido. O enigma do “day after” é que manifestações provocam mudança, mas não apresentam soluções, ensejando espaços de poder para novas aventuras. Em meio a expectativas de toda a ordem, uma única coisa é certa: o Brasil está fatigado e precisa mudar. Uma agenda de desafios se impõe, portanto, na definição das prioridades futuras. E a primeira providência precisa ser a varredura do entulho ideológico, desobstruindo o caminho do progresso. Maynard Marques de Santa Rosa, General da Reserva do Exército Brasileiro, em fevereiro de 2010, foi exonerado pessoalmente pelo Presidente Lula, do cargo de chefe do Departamento Geral de Pessoal do Exército, em fevereiro de 2010, por ter chamado em artigo, a então recém-criada, Comissão da Verdade de "comissão da calúnia"; Dizia no texto que a comissão era composta por "fanáticos que, no passado recente, adotaram o terrorismo, o sequestro de inocentes e o assalto a bancos como meio de combate ao regime para alcançar o poder". Anteriormente havia sido afastado do cargo de Chefe da Secretaria de Política e Estratégia e Assuntos Internacionais (SPEAI) do Ministério da Defesa, por ter criticado, em depoimento no Congresso, a atuação das ONGs que atuam na Amazônia, o que acabou gerando a CPI das ONGs. Também discordou do emprego do Exército ao lado da Polícia Federal contra os posseiros e residentes da Reserva Raposa Serra do Sol. Depois da última exoneração, ficou sem função nos dois meses finais de sua permanência no Exército, até passar para a reserva, compulsoriamente, em até 31 de março de 2010, por ter completado 12 anos de generalato. |
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