13 de jun. de 2013

Venezuelano cria aplicativo para encontrar papel higiênico

VENEZUELA – Economia - Bizarro
Universitário venezuelano cria aplicativo
para encontrar papel higiênico
Um app criado por um jovem universitário, usa uma rede de assinantes que informa onde está sendo vendido os produtos básicos escassos no mercado venezuelano como açúcar, farinha e até papel higiênico.

Foto: EFE

Usuário venezuelano procura no "smartphones" papel higiênico através do "abastéceme”

Postado por Toinho de Passira
Fontes: ABC - Espanha, Peru 21, Clarin, Virgula, Abastéceme, BBC Brasil

A crise venezuelana de escassez de produtos básicos como açúcar, farinha e até papel higiênico tirou a paciência do jovem Jose Augusto Montiel, 21 anos, estudante da Universidade Rafael Urdaneta de Maracaibo, onde está concluindo a curso de engenharia química, que teve que abrir mão de seu café com leite pelas manhãs.

Ver seus pais na cidade de Maracaibo indo de supermercado a supermercado em busca de leite o levou a criar o "Abastéceme", uma rede social em que os usuários trocam informações sobre onde estão disponíveis os produtos mais procurados pelos consumidores.

"Talvez isso não vá solucionar o problema da falta de abastecimento, mas pelo menos temos agora uma ferramentas para facilitar a vida do venezuelano", explicou Montiel

Em um mês, o estudante de engenharia química de 21 anos já criou uma versão para o Android. Em poucos dias, promovido apenas no "boca a boca", já foi baixado por 4 mil usuários ativos.

Ainda que a maioria de seus usuários esteja na capital, Caracas, seu nível de aprovação e aceitação como ferramenta confiável na hora de fazer compras é, entretanto, incipiente.

Por exemplo, no leste da capital venezuelana, o sistema não acusava, nas lojas locais, a presença de farinha - principal ingrediente para a tradicional arepa, um tipo de pão bastante apreciado e popular no país - ou papel higiênico, que ultimamente se transformou no produto mais procurado da cidade.

Mesmo assim, clientes corriam a um supermercado dessa região de classe média alta que vendia o cobiçado papel higiênico.

No mês passado, o presidente do Instituto Nacional de Estatísticas da Venezuela, Elías Eljuri, tentou justificar de maneira inusitada a falta do produto, dizendo que 95% da população está se alimentando melhor: “comem três vezes por dia e mais” e isso justificaria a grande demanda por papel higiênico.

Foto: EFE

Montiel afirmou que o aplicativo "Abastéceme" se tornou "viral" no dia 3 de junho, foram feitos mais de mil downloads, um tráfego que chegou a seis solicitações de informação por segundo.

APROVEITADORES X GOVERNO

O governo do presidente Nicolás Maduro, acusa os empresários de se alinharem com a oposição para desestabilizar o governo ao ocultarem bens essenciais.

Para resolver a situação, anunciou a importação de alimentos e outros produtos da cesta básica.

Economistas alinhados com a oposição culpam o controle do câmbio, que mantém a moeda venezuelana, o bolívar, sobrevalorizado, provocando uma escassez de dólares disponíveis para os importadores.

Os especialistas ainda apontam que o controle de preços desacelera a produção local e incentiva o mercado negro - em que os bens que não se encontram no comércio formal se vendem acima do preço definido pelo governo.

Mas o que nem o governo e nem a oposição negam é o fenômeno das compras feitas no impulso. Pelo temor constante de que produtos venham a ficar escassos, muitos venezuelanos passaram a comprar quase que de forma compulsiva.

Foto: Jorge Silva/Reuters

Venezuelanos fazem fila para comprar papel higiênico em Caracas.


*Post baseado no texto de Abraham Zamoranoda BBC Mundo em Caracas

Nenhum comentário: