AFEGANISTÃO: Hamid Karzai é declarado presidente
AFEGANISTÃO Hamid Karzai é declarado presidente Abdullah Abdullah, o segundo mais votado no pleito, desistiu de concorrer no segundo turno das eleições afegãs, alegando que os mesmo riscos de fraude permaneciam. Por falta de concorretes, as eleições foram suspensas e Hamid Karzai proclamado reeleito presidente do Afeganistão, pela comissão eleitoral, o governo americano aceitou o desfecho inesperado
Fontes: Diario de Notícias, Deutsche Welle, El País, The Washington Post, BBC Brasil, Jornal Now, Ultimo Segundo, The New York Times Devido a guerra e a importância que o novo presidente americano, Barack Obama, dispensou ao conflito no Afeganistão, onde se imagina estar encastelado o homem mais procurado do mundo o lider mulçumano Osana Bin Laden, a eleição afegão tomou importancia e espaço na imprensa mundial e americana em especial. O primeiro turno das eleições afegãs, em 20 de agosto, foram marcados por acusações de fraude. Cerca de 1,3 milhão de votos foram anulados, reduzindo o percentual de votação de Karzai - ainda assim à frente do de Abdullah. Diante da pressão internacional, Karzai aceitou a realização de um segundo turno. O candidato da oposição estava condicionando sua participação no segundo turno à renúncia do diretor da Comissão Eleitoral Independente, Azizullah Lodin, que foi rejeitada por Karzai. Como "condições mínimas" para permanecer na disputa, Abdullah também havia pedido o fechamento de diversos postos de votação, a fim de fazer melhor uso dos monitores eleitorais. Em vez disso, as autoridades anunciaram que abririam mais locais de votação. Não restou outra saída para Abdullah Abdullah (foto) senão desistir. Em editorial “The New York Times” diz “lamentar a decisão do líder da oposição do Afeganistão, Abdullah Abdullah, de se retirar do segundo turno das eleições presidenciais esta semana. Depois que partidários do presidente Hamid Karzai tentaram roubar votos no primeiro turno, Abdullah tem fortes motivos para não confiar no processo. Mas os eleitores afegãos mereciam outra chance. E o governo do Afeganistão - sob ataques do Talibã e em meio a sua própria corrupção e incompetência - precisava da legitimidade de votos verdadeiros. Agora que Karzai foi declarado reeleito, ele terá que fazer tudo a seu alcance para persuadir seu povo - e o resto do mundo - para que mereça sua confiança. Depois dos últimos sete anos de uma administração incompetente e corrupta, isso não será fácil. A gestão Obama, que teve que pressionar Karzai para que ele concordasse com um segundo turno, terá que pressioná-lo ainda mais para que ele estabeleça um governo viável. A qualificação do presidente Obama do processo eleitoral afegão como "bagunçado" foi, para dizer pouco, uma atenuação da verdade. Esperamos que ele e seus assistentes falem de maneira mais dura em particular. Lembrar que o Jornal americano "The Washington Post", noticiou no fim do mês passado que um diplomata do Departamento de Estado, desiludido com a participação dos Estados Unidos na guerra do Afeganistão, renunciou em protesto. Matthew Hoh, (foto) de 36 anos, era o principal representante do Departamento de Estado na província de Zabul, considerada como um feudo dos talibãs no Sul do Afeganistão. De acordo com o jornal, este antigo capitão dos Marines pediu a sua demissão, em carta enviada em Setembro, ao responsável do pessoal diplomático. "Já não compreendo e perdi a confiança nos objetivos estratégicos" da presença dos EUA no Afeganistão, afirmou Hoh na sua missiva. E, revela ainda o jornal, adiantou: "Tenho dúvidas e reservas sobre a nossa estratégia atual e sobre a estratégia prevista para o futuro, mas a minha demissão baseia-se não no fato de saber como vamos continuar esta guerra, mas por que e com que objetivo." Foto: David Guttenfelder / Associated Press Hoh, que combateu no Iraque, disse ainda que muitos afegãos lutam apenas porque há tropas estrangeiras no seu país. Para o diplomata demissionário, os talibãs são uma presença maligna e há a necessidade de enfrentar a Al-Qaeda no Paquistão mas, alerta, o que os EUA estão a fazer agora é a participar numa autêntica guerra civil; não estão a enfrentar uma resistência coordenada mas uma série de senhores da guerra locais e de milícias. Nesse sentido o The New York Times dita uma verdadeira receita para que o novo governo de Karazai funcione: para começar, Karzai precisa designar um novo grupo de ministros e os governadores provincianos comprometidos em reconstruir seu país, e não a enriquecer a si mesmos. (Esperamos que os rumores de que ele planeja despedir Gulab Mangal (foto), o competente governador da Província de Helmand, sejam falsos.) O Ministério do Interior, que coordena a corrupta polícia nacional afegã, deve ser reformado. As agências de agricultura, energia e desenvolvimento privado precisam de lideranças melhores. O povo afegão precisa ver seu governo trabalhando para proteger e melhorar suas vidas se devem arriscá-las e resistir ao Talibã. Karzai também precisa negociar com membros da oposição, escolhendo tecnocratas competentes para posições de destaques. Foto:Paula Bronstein/Getty Images Karzai precisa (urgentemente) romper seus elos com alguns de seus camaradas mais duvidosos. Durante a campanha, ele se aliou ao general Abdul Rashid Dostum (foto), um líder militar notório cujas forças foram acusadas de matar milhares de prisioneiros de guerra do Talibã em 2001. Em nome da justiça, o general Dostum deve ser julgado por seus crimes. Washington também tem que cortar seus elos com Ahmed Karzai, um membro do conselho provinciano de Kandahar e a figura mais poderosa em uma área na qual a insurreição Talibã é mais forte. O Times reportou na semana passada que ele recebeu pagamentos contínuos da CIA nos últimos oito anos, revela o jornal que sugere que esses pagamentos devem ser suspensos. Colocar em prática um governo confiável é essencial, mas apenas o primeiro passo. A lista de problemas de política que foram ignorados ou mal administrados é deprimentemente longa. O presidente Karzai precisa trabalhar com os americanos para criar uma estratégia para tentar atrair os líderes Talibãs. Os dois governos precisam desenvolver rapidamente um plano para acelerar o treinamento das forças de segurança afegãs. E conclui o jornal americano: ”Karzai e a gestão Obama não têm muito tempo para conseguir estabelecer isso direito. A força militar do Talibã cresce diariamente e a aprovação dos americanos por essa guerra evapora na mesma velocidade.” Foto: Reuters |
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