MATO GROSSO: Suposta corrupção censurada do deputado José Riva
MATO GROSSO Suposta corrupção censurada do deputado José Riva A Justiça proibiu dois blogs de Cuiabá - Prosa e Política, da economista Adriana Vandoni, e Página do E, de Enock Cavalcanti - de emitirem "opiniões pessoais" sobre o suposto deputado José Riva (PP), suposto presidente da Assembleia Legislativa do suposto Mato Grosso e suposto alvo de quase uma suposta centena de ações judiciais movidas pelo Ministério Público por supostos atos de suposta improbidade adminsitrativa, suposta formação de quadrilha e suposto peculato. “Supostamente” inocente.
Fontes: Agência Senado , Portal Terra, Folha de São PauloSeria muito improvável que nos interessássemos pela notícia de que o presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso, José Geraldo Riva (PP), possui 92 ações civis públicas por improbidade administrativa (com o valor do ressarcimento aos cofres públicos de aproximadamente R$ 470 milhões) além de 17 ações criminais por formação de quadrilha e peculato. Aqui por Pernambuco temos os nossos próprios corruptos. Mas o fato de José Riva ter recorrido à justiça para impedir que os blogueiros mato-grossenses dissessem o que achavam do seu suposto desempenho no mundo do crime, transformou-o em obscuro personagem de interesse nacional. Desde os blogs e sites noticiosos mais importantes do país, até modestos espaços na web, como o nosso, sentem-se igualmente atingidos, cerceados e reagem para defender, mais que os blogueiros atingidos, a própria liberdade de expressão. Quem está acusando o deputado é o Ministério Público do Estado de Mato Grosso, e de forma tão expressiva, volumosa e variada, que nos faz parecer irônicos em dizer que o presidente da Assembléia do Mato Grosso é SUPOSTAMENTE corrupto, quadrilheiro e “peculateiro”. Seria o mesmo que dizer que Fernandinho Beira Mar, recentemente condenado, mas ainda com direito a recursos, é supostamente traficante e chefe de quadrilha. Até porque José Riva já foi condenado em uma ação por improbidade administrativa, que determinou seu afastamento do cargo de presidente da Assembleia e a condenação do dano aos cofres públicos é de R$ 2,6 milhões, valor que deverá ser devolvido. O deputado supostamente corrupto presidente da Assembléia do Mato Grosso, recorreu da decisão e o Juiz o deixou no cargo político, mas o proibiu de ter acesso aos cofres da Assembléia. O nobre deputado parece, supostamente, sentir-se confortável nessa situação vexatória. As ações civis e criminais são referentes ao período de 1998 a 2002, época que Riva assumiu ora a presidência, ora a primeira secretária da AL-MT. Na deflagração da Operação Arca de Noé, a Polícia Federal descobriu que a Assembleia movimentou com a Confiança Factoring, de propriedade de João Arcanjo Ribeiro, cerca R$ 65 milhões. Arcanjo foi preso pela PF sob acusação de comandar o crime organizado no Estado e está detido na penitenciaria federal de segurança máxima em Campo Grande (MS). Fosse o deputado um político chinês, já estaria supostamente na companhia do João Arcanjo, esperando para ser supostamente executado. Mas por aqui, nesse país tropical, o deputado sentiu-se supostamente injustiçado e cheio de direitos, recorreu à justiça contra os blogueiros que comentaram sobre o seu suposto comportamento deletério, danoso e criminoso e o juiz da 13ª Vara Civil de Cuiabá, Pedro Sakamoto, determinou que blogueiros não emitam opiniões pessoais contra o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso José Geraldo Riva (PP), sob pena de multa de R$ 1 mil. O magistrado também determinou que o jornalista Enock Cavalcante, do blog Página do E, exclua três notícias de seu site, sob pena de multa diária de R$ 500. A decisão foi contrária também à economista Adriana Vandoni, que mantém o blog Prosa e Política, além dos membros da ONG Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE) e Moral, Vilson Nery, Antonio Cavalcante e Ademar Adams. Na liminar, o juiz afirma que os blogueiros não podem acusar Riva - que tem 92 ações por improbidade administrativa e 17 ações criminais - sem um julgamento definitivo que confirme as denúncias, sem possibilidade de recursos. Na decisão, o juiz coloca que o deputado estadual é uma personalidade pública do Estado de Mato Grosso e que seria atacado em sua honra e dignidade em razão do exercício, pelos réus, do direito de livre expressão e liberdade de imprensa. "(...) Contudo, devo reconhecer que, em algumas matérias, os réus extrapolaram o direito de informação e agrediram a dignidade do autor por meio de afirmação indevida da prática de crimes sobre os quais ainda não há decisão judicial irrecorrível", diz o magistrado. A economista e blogueira Adriana Vandoni, disse que irá recorrer. "Eu considero um absurdo uma decisão como essa. Se formos esperar que ele seja transitado e julgado as ações para divulgar poderemos esperar até 20 anos para que isso ocorra. À medida que somos impedidos de informar, a população é impedida de saber o que ocorre. A América Latina vive um processo de censura aos veículos, um exemplo disso é o que ocorre na Venezuela, Argentina e Honduras, temos que repudiar esses atos", afirmou. O senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) solicitou nesta segunda-feira (16) a inclusão nos Anais do Senado do artigo “Por falar em liberdade de expressão”, ( está reproduzido abaixo) da economista, blogueira e jornalista Adriana Vandoni, de Mato Grosso. Arthur Virgílio lembrou que o deputado entrou com uma ação contra Adriana Vandoni e mais quatro pessoas por terem, segundo ele, atingido sua honra ao relatarem, em seus blogs, processos que os Ministérios Públicos Estadual e Federal sugerem contra ele. - Isso me parece um absurdo, porque, para se criticar, não é preciso haver o trânsito em julgado de um réu; basta a convicção daquele que está acusando; basta que ele arque com as consequências cíveis e penais quaisquer, se porventura incorrer nos crimes de calúnia, injúria e difamação – afirmou o senador. Nós do “thepassiranews” que temos há muito na nossa lista de Blogs consultados, Prosa&Política de Adriana Vandoni, nos sentimos atingidos e estamos solidários e entrincheirados com o Blog e a jornalista e todos os outros blogueiros alcançados pela medida judicial. O lixo da história tem um espaço reservado para esse cidadão, o deputado José Riva, que além das supostas qualidades negativas nele encontradas, pelo ministério público, some-se a suposta burrice, a suposta prepotência e o suposto topete em querer posar de perseguido e ameaçar com seus advogados a liberdade de expressão blogueira.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário