26 de nov. de 2009

BRASIL – ESTADOS UNIDOS: Obama escreveu a Lula e Garcia rodou a baiana

BRASIL – ESTADOS UNIDOS
Obama escreveu a Lula e Garcia rodou a baiana
Uma correspondencia enviada pelo presidente americano ao presidente Lula, acabou sendo motivo de chacota e revolta nervosa do tal assessor presidencial TopTop, num misto de falta de ética diplomatica, de simancol, incompetencia profissional e necessidade de aparecer

Fotomontagem Toinho de Passira

Fontes: The New York Times, Estadão, O Globo

Marco Aurélio Garcia, também conhecido como TopTop, o assessor especial para assuntos internacionais de Lula, funciona como uma especie de sub chanceler, chanceler estepe ou chanceler desgovernado auto autorizado a se intrometer onde for ou não for chamado. Consegue ser pior que o chanceler verdadeiro, o Celso Tamborim, o do curriculo falso.

Então quando os dois cuidam do mesmo assunto ao mesmo tempo, cada um de sua maneira, e inapropriadamente, causam um verdadeiro samba do crioulo doido, na já pouco consistente politica externa brasileira.

Ao confirmar que o presidente Obama havia enviado no domingo uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre outros temas, abordando o caso hondurenho, o individuo Marco Aurélio Garcia, resolveu fazer uma série de comentários, criticos ao governo americano, como se estivesse num botequim esquerdista dos anos 70, sem se incomodar da sua condição de representante internacional do governo brasileiro.

Nessa condição, ao falar para a imprensa, sobre um assunto delicado, contido numa correspondencia presidencial, passa a impressão, que a opinião apresentada, não é dele, mas do próprio governo.

Na carta Obama justifica o reconhecimento das eleições em honduras, como uma espécie de ato institucional que serviria para "zerar" a crise política.

A missiva americana é a resposta a uma proposta intervencionista brasileira, que não chegou a vingar, sugerindo que o pleito fosse adiado por 15 dias, para que desse tempo do congresso de Honduras, avaliasse a volta de Zelaya, o que está marcado para o dia 02 de dezembro.

Foto: Charge do Jornal El Heraldo, de Honduras

A proposta brasileira, não levava em conta que o país da america central tem um poder judiciário e que havia um calendário eleitoral sendo cumprido e que tudo isso poderia ser alterado a partir de uma proposta externa.

Na avaliação de Garcia, Honduras corre o risco, após as eleições, de "viver um período de alta instabilidade e nós não queremos assumir de modo nenhum a responsabilidade dessa situação".

Ao contrário do que pensam os EUA, disse, "a eleição não transcorrerá em um clima tranquilo porque haverá uma parte importante da população que não participará da eleição".

Ele reclamou da posição americana diante da crise: "Os EUA poderiam ter usado, no devido momento, pressões mais fortes para que os golpistas, e Micheletti em particular, fossem para o fundo do cenário."

Apesar de ressaltar que a política externa brasileira "não é marcada pelo confronto", o assessor especial da Presidência da República Marco Aurélio Garcia foi explícito ao qualificar de "equivocada" a posição dos Estados Unidos sobre a crise em Honduras.

Não satisfeito em comentar a posição americana em Honduras, aproveitou a platéia de jornalistas e resolveu fazer um balanço crítico dos dez meses do governo de Barack Obama e da relação com os países latino-americanos e baixou o sarrafo. Garcia disse que há "uma certa decepção" e uma "certa frustração" com a política externa do presidente americano, que espera que sejam revertidas.

Foto: Getty Images

Zelaya deposto desde 28 de junho, hospedado na embaixada brasileira desde 21 de setembro, vai voltar a governar Honduras no dia de São Nunca

No embalo da avaliação do governo Obama, o assessor presidencial para Assuntos Internacionais criticou também a posição da Casa Branca sobre as negociações da Rodada Doha - para a liberalização das tarifas do comércio internacional - e da Conferência do Clima, entre os dias 7 e 18 em Copenhague.

"Todo aquele clima favorável, que se criou com a eleição do presidente Obama, que se fortaleceu na reunião de Trinidad e Tobago (Cúpula das Américas, em abril), começa a se desfazer um pouco", disse Garcia.

Os Estados Unidos correm o risco de ficar isolados politicamente se realmente reconhecerem a legitimidade das eleições em Honduras do próximo domingo, disse à Reuters o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, prevendo que um contingente expressivo de nações latino-americanas ficariam contra esse eventual posicionamento de Washington.

O Departamento de Estado americano disse que não comentaria as observações de Garcia de que o Brasil estaria "frustrado e decepcionado" com a política de Obama para a América Latina. Charles Luoma-Overstreet, porta-voz da divisão de Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, limitou-se a dizer: "O Brasil é um parceiro importante e continuamos buscando maneiras de colaborar com o Brasil em relação a Honduras."

Foto: Wilson Dias/ABr

O trio trapalhão, Amorim e Lula, reunido para remendar a diarréia verbal do assessor internacional TopTop

No dia seguinte, depois de levar puxões de orelhas do presidente e Lula e do Chanceler Celso Amorim, Garcia deu marcha ré e disse que suas palavras não tiveram intenção de "fustigar" o país "amigo". Há de se perguntar, como alguém que trata de assuntos internacionais para o governo, não imaginou que ia criar tensões desnecessárias com seu pronunciamento inconveniente.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, entrou em cena, para negar tensão entre as duas nações e considerou "normal" haver diferenças.

"Não há nenhuma tensão na relação Brasil-EUA, mas temos que nos acostumar a ter diferenças", disse Amorim a jornalistas.

Foto: Reuters

"Isso é normal, não gera tensão. É preciso que saibamos dialogar", afirmou.

Amorim afirmou que Lula responderá de forma cordial e educada a carta enviada pelo presidente norte-americano, Barack Obama, ao colega brasileiro no fim de semana. "Vamos sempre salientar a possibilidade de cooperação, mas também não deixamos de salientar o ângulo que a gente vê as coisas, que não é necessariamente aquele que Washington vê", declarou.

A opinião de Garcia de que os Estados Unidos ficarão isolados é uma bravata inspirada na fanfarice do presidente venezuelano. Quem ficará isolado será o Brasil, a Bolívia o Equador e a Nicaragua, a turma sob a influencia de Hugo Chávez que resolveram bancar a aventura de Manuel Zelaya.

Ocorrida a eleição, reconhecida pelos Estados Unidos, Colombia e Panamá, que já estão comprometidos, e o México que tem simpatia com a tese, a situação de Honduras se normaliza, até porque 70% da sua produção, é vendida para os americanos de quem também recebe a mais substancial ajuda.

Obama não apoiou um golpe de estado, pois o golpe não houve, mas mesmo que houvesse o governo americano não ia ficar ao lado de Hugo Chávez, que no fundo foi o responsável pela desatabilização de Honduras.

Não é a primeira vez que Marco Aurélio Top Top Garcia, na ânsia em aparecer na ribalta, comete desatinos, inconfidências e baboseiras, em nome do Brasil, com se fora uma Carmem Miranda exibida de um país bananeiro.


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