14 de nov. de 2009

OPINIÃO: Brasil "decola’, diz a revista “The Economist”

OPINIÃO
Brasil "decola’, diz a revista “The Economist”
A sizuda publicação inglesa derrete-se pelo nosso país em 14 páginas . Sóbria não deixa de registrar que “muito do sucesso atual do país se deveu ao bom senso de seus governos recentes, nomeadamente o de Fernando Henrique Cardoso. Diz até que o tucano fez um grande favor a Lula


Capa da revista “The Economist”, desta semana

Fontes: The Economist, The Economist - Dilma, BBC Brasil

A ascensão econômica do Brasil é o tema da capa, de um editorial e de um especial de 14 páginas da edição desta semana da revista britânica The Economist, divulgada nesta quinta-feira.

Foto: Reuters

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Intitulado Brazil Takes Off (“O Brasil Decola”), o editorial afirma que o país parece ter feito sua entrada no cenário mundial, marcada simbolicamente pela escolha do Rio como sede olímpica em 2016.

A revista diz que, se em 2003 a inclusão do Brasil no grupo de emergentes Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) surpreendeu muitos, hoje ela se mostrou acertada, já que o país vem apresentando um desempenho econômico invejável.

Foto: Reuters

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A Economist afirma também que o Brasil chega a superar outros Bric. “Ao contrário da China, é uma democracia, ao contrário da Índia, não possui insurgentes, conflitos étnicos, religiosos ou vizinhos hostis. Ao contrário da Rússia, exporta mais que petróleo e armas e trata investidores estrangeiros com respeito.”

Foto: Reuters

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O editorial da Economist ressalva também que o país tem problemas que não devem ser subestimados, da corrupção à falta de investimentos na educação e infraestrutura “evidenciados pelo apagão desta semana”.

No especial de 14 páginas, oito reportagens analisam as razões do sucesso econômico brasileiro e seus potenciais riscos.

Foto:

Separadamente, a revista traz um perfil da ministra Dilma Rousseff e afirma que seu desafio na campanha eleitoral do ano que vem é se mostrar próxima o suficiente de Lula para beneficiar-se de sua influência, mas distante o bastante para mostrar que tem personalidade própria.

A revista traz ainda uma reportagem sobre o caso da universitária Geyse Arruda, expulsa da Uniban e depois readmitida. Para a revista, o episódio mostra que no Brasil a tolerância convive desconfortavelmente com o recato exagerado.

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Cardoso, fez grande favor a Lula - diz “The Economist”

The Economist reconhece, porém, que “muito do sucesso atual do país se deveu ao bom senso de seus governos recentes, nomeadamente o de Fernando Henrique Cardoso 1995-2003, que criou uma estável e previsível macroeconomia em que as empresas poderiam florescer.”

Adiante comenta: “O atual presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi capaz de tirar muito do crédito do crescimento recente do país que, talvez propriamente pertença ao seu antecessor.”

No entanto, a realização de Lula foi para manter as reformas que lhes foram legadas e adicionar um pouco de sua própria realização.

E registra:“Lula é muitas vezes ridicularizado por suas citações começando com a frase "nunca antes na história deste país".

Certo momento comenta:

"O País está passando por seu melhor momento desde que um grupo de navegadores portugueses chegou às costas brasileiras, em 1500", diz outro artigo sobre o Brasil, na revista. "O Brasil já havia sido democrático antes, havia tido crescimento econômico e baixa inflação, mas nunca essas três coisas ao mesmo tempo."

Mas a publicação inglesa alerta para as armadilhas à frente. "Da mesma maneira que seria um erro subestimar o Brasil, também é um erro ignorar suas fraquezas", adverte. "Muito dinheiro do contribuinte está sendo gasto nas coisas erradas" e há pouco investimento público e privado.
*Todas as imagens foram retiradas do contexto da matéria sobre o Brasil na “Economist’

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