23 de nov. de 2009

BRASIL – IRAN: Visita de Ahmadinejad é cotovelada de Lula em Obama

BRASIL – IRAN
Visita de Ahmadinejad é cotovelada de Lula em Obama
Uma reportagem publicada nesta segunda-feira no jornal americano “The New York Times” afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "está dando cotoveladas" no seu colega americano, Barack Obama, ao receber o presidente iraniano, Ahmadinejad, em Brasília

Foto:RicardoStuckert/PR

Lula recebendo Ahmadinejad: prazer em estar em má companhia

Fontes: EPA, BBC Brasil, The New York Times, Portal UOL

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, faz nesta segunda-feira uma visita oficial ao Brasil cercada de polêmica e expectativa.

Foto: Assoated Press

Protesto no Rio contra a visita de Ahmadinejad, Judeus, gays e samba

Neste domingo, antes mesmo da chegada de Ahmadinejad ao país, entidades ligadas à comunidade judaica, grupos religiosos, de defesa dos direitos humanos, de homossexuais e outras organizações realizaram protestos contra a visita do líder iraniano.

A vinda de Ahmadinejad ao Brasil também provocou críticas em outros países. Congressistas americanos chegaram a afirmar que receber Ahmadinejad é um erro.

No entanto, o governo brasileiro defende a visita do líder iraniano, que ocorre menos de duas semanas depois da vinda do presidente de Israel, Shimon Peres, e poucos dias após a visita do presidente palestino, Mahmoud Abbas.

As vésperas de assumir uma vaga rotativa no Conselho de Segurança da ONU e com a pretensão de conquistar um assento permanente, o Brasil busca com as visitas dos líderes do Oriente Médio desempenhar um papel mais relevante nas grandes discussões internacionais.

Os críticos da visita de Ahmadinejad questionam o fato de o Brasil receber um líder tão polêmico com honras de chefe de Estado e temem que o gesto possa deixar a impressão de que o Brasil concorda com as posições do presidente iraniano.

O governo brasileiro, porém, afirma que a política externa brasileira tem uma tradição de não intervir em assuntos internos de outros países, que isolar o Irã seria menos produtivo e que o melhor caminho é o diálogo.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad chegando ao Itamaraty, feliz pela acolhida do governo brasileiro, ele é bem vindo em poucos lugares do mundo

Durante a passagem do presidente de Israel por Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não se constrói a paz necessária no Oriente Médio sem conversar com "todas as forças políticas e religiosas, que querem paz e que se opõem à paz".

"Ou você transforma o processo de negociação em um clube de amigos em que todos estão concordando com uma coisa e os que discordam ficam de fora, portanto a paz não será possível nunca", afirmou o presidente na ocasião.

Ahmadinejad ficará apenas um dia no Brasil. Depois, passará pela Venezuela e pela Bolívia, seus aliados na América Latina.

A visita do líder iraniano ocorre em meio ao crescente isolamento do país, especialmente devido a seu programa de enriquecimento de urânio. Estados Unidos e outros países temem que o Irã planeje desenvolver armas nucleares secretamente e pressionam o governo a interromper o enriquecimento de urânio.

A recusa de Teerã em ceder às pressões tem provocado sanções da ONU contra o país. O governo iraniano nega as alegações e afirma que seu programa nuclear é pacífico, com o objetivo de geração de energia.

A expectativa é de que no encontro desta segunda-feira o presidente Lula defenda o uso pacífico de energia nuclear e afirme que o Irã tem direitos e deveres a cumprir.

Antes de embarcar, Ahmadinejad divulgou uma carta em que pede que o Brasil fique "ao lado do povo iraniano" em questões nucleares.

O presidente iraniano é conhecido por suas declarações polêmicas. Ahmadinejad já negou o Holocausto mais de uma vez e prega a destruição do Estado de Israel.

O governo israelense considera o líder iraniano um inimigo e acusa Teerã de fornecer financiamento e treinamento a grupos como o Hezbollah, no Líbano, e o Hamas, na Faixa de Gaza, contribuindo para a instabilidade no Oriente Médio.

A visita de Ahmadinejad ao Brasil estava inicialmente prevista para maio, mas foi adiada na última hora, pouco antes das eleições no Irã.

Foto: Getty Images

Protesto no Irã denunciando fraude nas eleições presidenciais, dezenas de mortos, centenas de feridos e de presos, Lula foi um dos primeiros mandatários a reconhecer como legítimo o resultado do pleito, contestado em todo o mundo

No pleito, realizado em junho, Ahmadinejad foi reeleito em uma votação marcada por acusações de fraude. Na época, o presidente Lula foi um dos primeiros líderes a reconhecer a vitória de Ahmadinejad.

Os protestos que se seguiram à divulgação dos resultados da eleição foram os maiores realizados no Irã desde a Revolução Islâmica, em 1979. A violenta repressão aos protestos deixou dezenas de mortos e centenas de pessoas presas e foi criticada por diversos países.

Ahmadinejad chega a Brasília acompanhado de uma comitiva de quase 300 pessoas, entre elas cerca de 150 empresários de diversos setores. Durante sua visita, serão assinados 23 acordos bilaterais.

Um dos objetivos da viagem é reforçar as ligações comerciais entre os dois países. No ano passado, o Brasil exportou US$ 1,13 bilhão para o Irã e importou US$ 14,78 milhões.

Além do encontro com Lula, o presidente iraniano também será recebido pelos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e por representantes do Grupo de Amizade Parlamentar Brasil - Irã. Está previsto ainda discurso no Instituto de Educação Superior Brasília, segundo a embaixada iraniana.

Ahmadinejad é o primeiro presidente iraniano a visitar o Brasil. Este será o terceiro encontro entre o presidente iraniano e Lula. Os dois líderes já haviam se encontrado no Equador e a segunda nos Estados Unidos.

O presidente Lula deve visitar o Irã no primeiro semestre de 2010.

Foto: Reuters

Protesto, diante da Casa Branca, em junho passado, da comunidade iraniana nos estados Unidos, devido as denuncias de fraude nas eleições iranianas e violência contra manifestantes

Segundo o jornal “The New York Times”, as ambições do Brasil para se tornar um ator mais importante na diplomacia global está atropelando os esforços dos Estados Unidos e de outras potências ocidentais para frear o programa de armas nucleares do Irã.

Mas a visita gera críticas de legisladores e ex-diplomatas tanto no Brasil quanto nos EUA, que dizem que ela pode atrapalhar os esforços ocidentais para pressionar o Irã sobre seu programa nuclear, e consequentemente esfriar as relações entre Brasília e Washington e arranhar a crescente reputação brasileira como poder global.

Representantes do governo brasileiro dizem que o objetivo da visita é estreitar as relações comerciais entre os dois países e ajudar a levar a paz ao Oriente Médio.

"Isso faz parte de uma tentativa do Brasil de projetar seu papel e sua força como ator global", disse Michael Shifter, presidente do Inter-American Dialogue, um grupo de pesquisa política com sede em Washington. "E, em parte, o Brasil está mandando uma mensagem a Washington de que o país vai se relacionar com quem bem entender."

Além do impasse nuclear, os críticos dizem que a recepção de Lula legitima Ahmadinejad cinco meses depois do que a maior parte do mundo vê como uma reeleição fraudulenta, seguida de uma repressão brutal às dissidências.

"Esta visita oficial é um erro grotesco, uma falha terrível", disse o deputado Eliot L. Engel, do Estado de Nova York, presidente da subcomissão da Câmara Federal americana para o Hemisfério Ocidental. "Ele é ilegítimo entre seu próprio povo, e o Brasil vai agora dar a ele o ar de legitimidade em um momento em que o mundo está tentando descobrir como evitar que o Irã tenha armas nucleares. Não faz sentido para mim, e, francamente, mancha a imagem do Brasil."

As relações entre EUA e Brasil já estavam tensas depois que o governo Lula criticou a atuação dos EUA na crise de Honduras e o aumento da presença militar americana na Colômbia.

Foto: EuropeanPressphoto Agency

O Irã nesse momento, desde domingo, está realizando à maior manobra antiaérea do Exército iraniano nos últimos anos, o representante do líder supremo da Revolução Islâmica, aiatolá Ali Khamenei, disse referindo-se a Israel, que “Se o inimigo se arriscar e lançar um míssil contra o Irã, nossa força balística reduzirá a zero o centro de Tel Aviv ainda antes de o pó se dissipar".

Apesar do ceticismo, a abertura de Lula ao Irã é consistente com a política de engajamento de Barack Obama, e a Casa Branca diz que está otimista de que o encontro não irá prejudicar, e poderá até reforçar, os esforços já empenhados por Washington e potências europeias para lidar com o Irã.

"Nós gostaríamos que todos os nossos amigos e aliados entendessem que este é um momento realmente crítico para o próprio Irã", disse Ian C. Kelly, porta-voz do Departamento de Estado americano, na última quinta-feira (19). "Nós esperamos que o Brasil possa desempenhar um papel construtivo na tentativa de fazer com que o Irã tome a decisão certa e satisfaça suas obrigações internacionais."

O Brasil não é nenhum estranho na região. A Petrobras está ajudando o Irã a desenvolver seus campos de petróleo e o comércio entre os dois países chegou a US$ 2 bilhões em 2007, a maior parte em exportações de alimentos ao Irã.

O país se juntou às missões de paz da ONU no Egito após a crise do canal de Suez em 1956 e tem se envolvido com o Oriente Médio desde então, explicou David Fleischer, professor de ciência política da UnB (Universidade de Brasília).

Foto: Wilson Dias/ABr

Protesto a favor da visita de Ahmadinejad ao Brasil pela comunidade iraniana em Brasília

Mais de 1.500 pessoas protestaram contra sua visita neste mês em São Paulo, lar da maior comunidade judaica no Brasil, e um protesto menor ocorreu domingo 22 no Rio de Janeiro. Outro estava marcado em Brasília nesta segunda.

Não são só os israelenses que não confiam em Ahmadinejad. O líder palestino Abbas disse após reunião com Lula na sexta-feira que pediu ao presidente brasileiro para insistir com o Irã que pare de apoiar o Hamas, o movimento radical islâmico que controla Gaza. Mas tanto Abbas quanto Peres pediram a Lula para se juntar ao processo de paz no Oriente Médio. "O Brasil, como um país importante, e o presidente Lula, podem desempenhar um importante papel", disse Abbas à Folha de S. Paulo.

Alguns analistas políticos e representantes do governo americano dizem que, em seus esforços de polir suas credenciais como estadista, Lula marcha ao som dos próprios tambores em vez de cooperar com seus aliados para atingir objetivos maiores.

"Conforme o Brasil se torna mais relevante na questão climática e nos fóruns mundiais econômicos, ele não poderá criticar ou antagonizar tão abertamente outras potências sem pagar um preço político por isso", disse Christopher Garman, analista do Eurasia Group, uma consultoria de risco político em Nova York.

Foto: Associated Press

Protesto em Brasília contra a presença do presidente iraniano

"O Brasil com certeza deve esperar críticas por receber Ahmadinejad", disse Julia E. Sweig, especialista em América Latina do Conselho de Relações Exteriores. "Mas se conseguir fazer o papel de moderador - e claramente é o que Washington quer - na questão nuclear, o país certamente conseguirá lidar com elas."

Na ânsia de se tornar líder mundial importante, de qualquer maneira, imiscuindo-se em fim de mandato, na questão Israel-Palestina, acompanhado do incontrolável líder iraniano, pensando apenas em sucesso pessoal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai acabar atraído terroristas e o ódio do oriente médio para dentro das fronteiras do Brasil, onde essas comunidades convivem pacificamente. Isso pode ser o começo de uma grande dor de cabeça para o nosso país, no futuro, mais um legado de Lula, o filho do Brasil.


2 comentários:

sergio disse...

É MUITO TRISTE O BRASIL ACEITA ESTE PRESIDENTE DO MAL ,EM NOSSO PAÍS ..
NÃO PODEMOS ACEITAR NEGOCIAR COM A MALDADE, DEVEMOS NEUTRALIZA-LO E PEDIR JUSTIÇA AOS DIRETOS HUMANOS,LIBERDADE RELIGIOSA, RESPEITO AS MULHERES, GOSTARIA DE LEMBRAR QUE OS LIDERES RELIGIOSOS DO IRAN OS CHIITAS MULÇUMANOS, SIMPLISMENTE ODEIAM A TODOS OS CRISTÃOS NO BRASIL.

Anônimo disse...

CUIDADO BRASIL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vai acabar atraído terroristas e o ódio do oriente médio para dentro das fronteiras do Brasil, onde essas comunidades convivem pacificamente. Isso pode ser o começo de uma grande dor de cabeça para o nosso país, no futuro, mais um legado de Lula, o filho do Brasil.