9 de nov. de 2009

MURO DE BERLIM: Mais de 150 morreram em busca da liberdade

MURO DE BERLIM
Mais de 150 morreram em busca da liberdade

Foto: Arquivo

Berlim cortada pela muro

Fonte: G1

Estudo mostra que cerca de 150 morreram ao tentar cruzar Muro de Berlim Da EFE Cerca de 150 pessoas morreram ao tentar chegar à Alemanha Ocidental cruzando o Muro de Berlim, uma barreira de concreto que os mais engenhosos e criativos conseguiram atravessar em balões de fabricação caseira, túneis ou carros com fundo falso.

Tudo começou em 13 de agosto de 1961, quando o Governo da extinta República Democrática Alemã (RDA, Alemanha Oriental) mandou fechar a fronteira com Berlim Ocidental com o objetivo de frear a migração dos alemães do lado leste que buscavam melhores condições de vida na parte ocidental.

Atualmente, calcula-se que mais de 100.000 cidadãos da RDA, que estavam terminantemente proibidos de atravessar a divisa entre as duas Alemanhas, tentaram ao longo da vida atravessar o Muro de Berlim, que dividiu o país durante 28 anos.

Algumas destas pessoas foram mortas a tiros pelos soldados do regime comunista. Outras morreram por causas indiretas: afogadas, acidentalmente ou se suicidando depois de terem sido pegas.

Até hoje, 20 anos depois da queda do muro, não existem números precisos sobre a quantidade de pessoas que morreram na travessia. Segundo a Promotoria de Berlim, foram 86. Mas a organização humanitária 13 de Agosto diz que os óbitos chegaram a 313.

Segundo um estudo recente feito pela Fundação Muro de Berlim e pelo Centro de Pesquisa de História Contemporânea de Potsdam, só na capital alemã morreram 136 pessoas entre 1961 e 1989, das quais mais da metade perderam a vida nos cinco primeiros anos de existência do muro.

Fotos: Arquivos

O memorial de Ida Siekmann e o balão de Freudenberg, sendo retirado, após sua queda

De acordo com a lista elaborada pelas duas entidades, a primeira vítima do muro foi Ida Siekmann, que, em 22 de agosto de 1961, se jogou da janela de casa, aterrorizada com a instalação de barricadas junto à sua residência.

Já o último a morrer foi Winfried Freudenberg, que, em 8 de março de 1989, se estatelou no chão do bairro ocidental de Zehlendorf, depois de despressurizar totalmente o balão caseiro usado na travessia com medo de parar em um distrito vizinho controlado pelos comunistas.

Fotos: Arquivos

Günter Littin e Chris Guefroy

Por ação direta dos militares do leste, o primeiro morto foi Günter Littin, que perdeu a vida em 24 de agosto de 1961. O último, por sua vez, foi Chris Guefroy, morto em fevereiro de 1989. Estima-se que pelo menos outras 251 pessoas morreram durante ou depois de terem se submetido às rígidas revistas que eram feitas pelos soldados posicionados no muro, a maioria de infarte.

Ainda mais complicado é determinar o número certo de pessoas que morreram ao longo de toda a fronteira entre as duas Alemanhas. Mas o mesmo estudo, concluído em agosto, indica que o total de vítimas fatais varia de 270 a 780.

As tentativas de fuga, por outro lado, foram menos frequentes. Uma delas foi registrada em 5 de dezembro de 1961, quando seis homens, dez mulheres e sete crianças atravessaram a estação de trem de Albrechtshof, na Berlim Oriental, e escaparam em uma locomotiva para o distrito de Spandau (noroeste).

À lista de fugas engenhosas, é preciso acrescentar aquela em que 14 habitantes do lado leste cruzaram um rio a bordo de barco de passageiros em meio a uma chuva de tiros. Em outra ocasião, um grupo de 57 pessoas se arrastou por um túnel de aproximadamente 150 metros de extensão para sair do outro lado do Muro de Berlim.

Houve também gente que desafiou as leis da natureza, como uma família que subiu no telhado de um edifício ministerial da RDA vizinho ao muro para, do local, atravessar a barreira em uma espécie de teleférico caseiro.

De todas as passagens fronteiriças, a mais famosa é a que ficou conhecida como Checkpoint Charlie, transformada em ponto turístico e onde os soviéticos revistavam os soldados das Forças Armadas americanas, britânicas e francesas antes de eles passarem para a RDA.

Ainda hoje, Berlim lembra as vítimas fatais do regime com uma missa diária na Capela da Reconciliação e em lugares especiais, como os trechos do muro que ainda ficam de pé, dos quais o mais extenso e famoso ganhou o nome de East S.


Nenhum comentário: