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19 de ago. de 2009

Mariana Silva deixa PT para filiar-se ao Partido Verde

Mariana Silva deixa PT para filiar-se ao Partido Verde

Foto: AP

Fontes: EFE, BBC Brasil, O Globo, Daily Press

A senadora Marina Silva (AC) anunciou, nesta quarta-feira, em entrevista coletiva, que vai deixar o PT, após 30 anos de militância no partido. A ex-ministra do Meio Ambiente recebeu há cerca de duas semanas convite para se filiar ao PV e se candidatar à Presidência da República em 2010 pelo partido.

Cheia de cuidados éticos disse que não estava anunciando a sua ida para outro partido, mas apenas o seu desligamento do Partido dos Trabalhadores e só a partir daí começaria a ter conversas com o Partido Verde, objetivando a filiação.

- A partir de agora, me sinto livre para fazer essa discussão dentro daquilo que me dispus, uma discussão em termos programáticos, de organização, tendo sempre a clareza que nenhum partido na história do Brasil é perfeito, mas que as instituições precisam das pessoas, das suas virtudes, do seu empenho para serem virtuosas.

A decisão, que segundo ela não foi fácil, foi tomada para buscar "um sonho" do desenvolvimento sustentável. “O programa ambiental não pode mais ser um assunto periférico e tem que ser algo prioritário, no que o PV é pioneiro” – segundo ela.

- Não se trata mais de fazer um embate dentro do partido, mas de fazer um encontro com todos aqueles que querem fazer o desenvolvimento sustentável em todas as suas esferas - disse.

Ela agradeceu aos colegas do PT com quem conversou nas duas últimas semanas e citou o presidente do partido, Ricardo Berzoini, o governador do Acre, Binho Marques, os irmãos Jorge e Tião Viana e os senadores Aloizio Mercadante e Eduardo Suplicy.

Sobre Lula, ela se disse grata pelo "honroso convite" de ter participado do governo por mais de cinco anos.

Ela reconheceu a dificuldade de colocar a questão ambiental no cerne das políticas públicas de governo e negou que sua saída tenha ligação com a crise do Senado.

- As questões políticas são importantes a crise que o Senado está vivendo, que a política está vivendo, e que deve necessariamente passar por uma reforma política que esteja a altura da sociedade brasileira, mas isso não é a condicionante para minha saída (do PT), isso tem a ver com a minha visão programática para o Brasil.

- Eu não seria leviana de fazer uma decisão apequenando o tamanho dessa discussão em função de uma questão conjuntural - disse Marina, defendendo em seguida o afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) da presidência da Casa durante as investigações.

Desde a semana passada, Marina Silva já vem sinalizando que aceitará o convite dos verdes, apesar dos esforços feitos pelo PT, que chegou a escrever uma carta aberta , para mantê-la no partido.

O Planalto avalia que sua provável candidatura deve causar prejuízos à campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata do PT apoiada por Lula. Em 2008, Marina deixou o Ministério do Meio Ambiente depois de duros embates com Dilma por causa de entraves ambientais.

Pesquisa Datafolha, publicada domingo na "Folha de São Paulo", mostra porém, que a possível entrada de Marina Silva na disputa presidencial, pouco altera o quadro eleitoral, já que ela aparece em último, com 3% das intenções de voto. Mariana simplesmente não é conhecida nacionalmente, e o Partido Verde não tem estrutura nacional para fazê-la popular, neste ano que resta.

Dizem que o presidente Lula afirmou que a candidatura de Dilma tinha sido “coisa de José Serra”, baseado em que o PV carioca de Fernando Gabeira, desde antes das eleições de Prefeito vem namorando com o Governador de São Paulo.

Marinha não é ingênua, nem santa, nem bobinha, está largando uma possível eleição tranqüila a Senadora, ou governadora pelo Acre, por uma aventura política ousada e temerária. Deve ter alguma compensação lhe esperando.

Serve mais a candidatura de Serra do que a de Dilma. Puxaria aquele eleitorado petista que não vota em Tucano, de forma alguma, mas não quer votar em Dilma. Sem Marina essa facção poderia ir para Ciro Gomes e fortalecê-lo, o que não seria bom para o tucano paulista, que prefere mesmo Dilma como adversária.

Serra pode não ter sido autor de toda a manobra, mas deve estar satisfeito do seu acontecimento, e se já não o fez, deverá colaborar o que puder para que a candidatura de Marina tome algum viço no terreno dos adversários.

Foto: AP

Marina Silva é menos competente que Dilma Rousseff e José Serra para assumir a Presidência da República do Brasil, principalmente num Brasil após a herança maldita que o presidente Lula deixará para o seu sucessor.

Inteligente, mas com a única experiência executiva, a frente do Ministério do Meio Ambiente do Governo Lula, onde fracassou administrativa e politicamente, não está apta nem para os debates.

Por outro lado, ninguém se iluda com a saída de Marina do PT, nem seu jeitinho angelical de Santa do pau oco.

Se ganhasse as eleições, o que é muito improvável, não era uma militante do partido verde que estava vencendo, era uma petista, que estava assumindo o cargo, com todo o cacoete e mandingas do atual governo. Mudaria apenas alguns caciques, mas no resto tudo ficaria na mesma.

Nem a redução devastação da Amazônia estaria garantida. Lembrem que os petistas costumam esquecer as promessas de campanha e as suas origens. Marina sabendo que não teria espaço num provável governo de Dilma está investindo no tucano, sonhando ser vice-presidente num segundo turno, ou ter outra vez, o cargo de Ministra do Meio Ambiente, com mais espaço para se mover. Afinal fica muito bem a uma ecologista aliar-se a um tucano.


10 de ago. de 2009

Marina Silva, presidente do Brasil?

Marina Silva, presidente do Brasil?

Foto: Elza Fiúza/ABr

Fontes: O Globo, Folha de São Paulo, Folha Online, O Globo

Com a possibilidade de Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima, 51, a Senadora Marina Silva (PT-AC), deixar o Partido dos Trabalhadores e sair candidata a Presidente do Brasil, pelo Partido Verde, as eleições de 2010 ganham uma dinâmica completamente nova, mesmo que suas chances de vitória sejam, no momento, remotíssimas.

A principal questão é que Marina vai trazer o debate ecológico: aquecimento global, desmatamento, desenvolvimento sustentável e principalmente a Amazônia, para o centro da sucessão presidencial.

Isso não quer dizer que o debate ecológico lhe seja de todo favorável, pois ao sair da toca, para se candidatar, seu desempenho a frente do Ministério do Meio Ambiente, já começa a ser reavaliado com fortes críticas de que ela teria muito cedido até pedir demissão.

Não se sabe se o fato, de ao final, ter pedido demissão, redimir-lhe-á dos quilômetros de florestas devastadas e permissões ambientais dúbias, como a que permitiu a transposição das águas do Rio São Francisco.

Não precisa fazer plástica para melhorar a imagem, não tem atrás de si história polêmicas de corrupção, até porque nunca exerceu gestões executivas, a não ser o ministério o meio ambiente, com pouca verba e poder.

Não foi testada suficientemente como administradora pública, mas depois de Lula ficou difícil usar esse argumento, embora os seus dois principais possíveis adversários Dilma Rousseff (PT-RS) e José Serra (PSDB) têm a seu favor essa ampla experiência a frente de desafios administrativos de grande porte, que podem ser avaliados.

Politicamente a candidatura de Mariana Silva cria embaraços à candidatura de Dilma, que foi sua adversária dentro do governo, que aparecerá como o personagem “Cruela”, dos 101 Dálmatas, querendo tocar projetos criticando a ministra do meio ambiente, por não deixá-la desmatar sem dó nem piedade.

José Serra perde uma parcela do eleitorado que havia conquistado por falta de opção. Dos votantes, que não aprovam a escolha de Dilma como candidata, ou que está decepcionado com Lula, mas a ponto de sonhar com um tucano de volta ao Palácio do Planalto.

O Partido Verde ganhará muita projeção nacional com uma candidata à presidência da republica e a candidatura de Gabeira a governador ou senador pelo Rio de Janeiro, torna-se um projeto dos mais viáveis.

O discurso de Heloísa Helena ficará perdido com a candidatura de Marina por um partido pequeno e sem apoio de poderosos.

Há muitas possibilidades da Senadora Marina Silva resistir à tentação e ficar no PT, até porque em fim de mandato de Senadora, sua candidatura inviabilizaria seus projetos no Acre, onde provavelmente, com facilidade, eleger-se-ia Governadora ou Senadora.

Se ao aventurar-se não for eleita presidente, amargurará quatro anos sem mandato, o que às vezes é fatal para um político.

Marina Silva aparece assim como uma terceira via, frágil e ameaçadora, mais uma opção para o país, que depois de 20 anos vai ter uma eleição sem que Lula seja candidato.