13 de set. de 2013

Dilma vai tirar PSB, de Eduardo Campos, do Ministério da Integração e pôr PMDB, de Renan Calheiros no lugar

BRASIL – Eleição 2014
Dilma vai tirar PSB, de Eduardo Campos, do Ministério
da Integração e pôr PMDB, de Renan Calheiros no lugar
Ministro indicado por Campos terá de deixar a pasta, assim como aliados no 2º escalão, as vagas serão ocupadas por peemedebistas indicados pelo presidente do senado, Renan Calheiros

Foto: Wilson Dias/ABr

ESCOLHA - Dilma hoje sente-se mais confortável ao lado de Renan, do que de Eduardo Campos

Postado por Toinho de Passira
baseado no texto de Débora Bergamasco, para O Estado de S.Paulo
Fonte:  O Estado de S.Paulo

- A presidente Dilma Rousseff pretende tirar, até o fim do mês, o Ministério da Integração Nacional do controle do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e entregá-lo ao PMDB. O titular da pasta, Fernando Bezerra, é uma indicação de Campos, provável candidato à Presidência em 2014.

O mesmo deve acontecer com o comando de outros cargos federais importantes de segundo e terceiro escalões, como a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene ) e a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), hoje chefiadas por integrantes do PSB aliados do governador pernambucano.

A intenção de Dilma é tirar do governo federal os filiados do PSB que estão alinhados com o projeto presidencial de Campos, que também é o presidente nacional do partido. Impediria ainda que ele e seus aliados continuassem a usar os cargos no governo federal como vitrine eleitoral para suas candidaturas em 2014. Com isso, Campos seria obrigado a antecipar o anúncio de que será candidato no ano que vem, sem continuar "faturando" com os acertos da gestão atual.

Dilma vai excluir do governo qualquer pessoa ligada a Campos. Só sobreviverá na máquina federal quem se alinhar à campanha da petista.

PMDB

No Planalto, aposta-se em uma composição com Cid Gomes, governador do Ceará, e seu irmão, Ciro Gomes, ambos também do PSB, mas não alinhados com o projeto de Campos.

Dilma pretende usar as vagas livres para cimentar a aliança com o PMDB, hoje o principal aliado do governo; e fortalecer as relações com o grupo político ligado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A ideia é tirar o controle do Ministério da Integração Nacional das mãos de Bezerra e repassar a algum indicado de Calheiros.

Calcula-se, no Planalto, que um afago agora no PMDB vá minimizar uma polêmica que pode ser criada na disputa pelo governo do Ceará, na eleição do ano que vem. Cid e Ciro Gomes vão indicar o ministro da Secretaria dos Portos, Leônidas Cristino (PSB), para concorrer ao governo estadual contra o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Se os irmãos Gomes escolherem mesmo apoiar o PT na disputa presidencial e não o PSB, como tudo indica, Cristino contará com Dilma no seu palanque e Eunício ficará sem o suporte presidencial.

Porém, por mais que o senador se queixe, ficará isolado em suas reivindicações, pois seu partido já estaria devidamente consolado com os novos cargos, calculam os governistas.

Articuladores do governo acreditam que a medida pró-PMDB ajudaria também a diminuir tensões e a fortalecer palanques regionais, como no Rio de Janeiro.

CENÁRIOS

Dilma resolveu parar de esperar que Campos tomasse a iniciativa de romper a aliança nacional, pois avalia como insustentáveis as últimas atitudes do governador, que tem posado publicamente para fotos em plena articulação com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), também provável candidato à Presidência no ano que vem.

O contexto só mudaria se Campos desistisse de se lançar na disputa presidencial de 2014, mantendo a aliança com o governo federal e adiando para 2018 a candidatura ao Palácio do Planalto.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva até chegou a ter alguns encontros a portas fechadas com Campos para sondar essa possibilidade. A ideia é também defendida por uma corrente dentro do PT. Mas a promessa de apoio futuro parece não seduzir Campos.

COMENTAMOS

Claro que seria muita ingenuidade da parte de Eduardo Campos, acreditar que o PT de Lula manteria a palavra apoiando-o no cenário longínquo e imprevisível 2018.

Dilma parte da premissa de que quem não está comigo é adversário, e que aliado não tem defeito.

Um detalhe curioso é que a rixa dos irmãos Cid e Ciro Gomes, do Ceará, contra Eduardo Campos, começou exatamente, porque o governador de Pernambuco abortou a candidatura de Ciro Gomes, a presidente da república, pelo PSB, em 2010, para apoiar Dilma, para desgosto da dupla cearense, agora dissidente, do PSB.

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