10 de set. de 2013

Prostitutas suíças, de Zurique, ganharam cabines para exercerem a profissão com segurança e privacidade

SUIÇA – Sexo
Prostitutas suíças, de Zurique, ganharam cabines para exercerem a profissão com segurança e privacidade
A prefeitura de Zurique gastou mais de dois milhões de dólares para montar uma área exclusivamente para a atuação das prostitutas cadastradas na cidade. A área com as cabines especiais, instaladas num antigo parque ferroviário está sendo chamada de parque temático do sexo, pelos opositores da ideia.

Foto: Photo News

A profissional do sexo, acertando os detalhes dos serviços a serem prestados e os valores correspondentes a serem pagos

Postado por Toinho de Passira
Fontes: The telegraph, The Guardian, Folha de S. Paulo, Le Parisien, Reuters, Le Express, The Australian, Yahoo

Começou a funcionar na cidade de Zurique, na Suíça, no mês passado, um serviço de 'drive-in' do sexo, ou “boxes de sexo”, como está sendo conhecido, destinado a limitar a área permitida para prática da prostituição. As autoridades acreditam que as instalações, permitem mais segurança, condições de higiene e menos exposição pública, tanto para as profissionais do sexo quanto para seus acompanhantes.

O local, uma antiga área industrial, ocupando um pátio ferroviário desativado funcionará diariamente entre às 19h e às 5h.

Os clientes passarão por um ponto de controle, semelhante às cabines de entrada dos motéis brasileiros, onde só será permitido o acesso de carro (motos e bicicletas não terão acesso) e apenas um ocupante em cada veículo.

Foto: Ennio Leanza/AP

Imagem diurna do entrada do parque, no dia em que foi mostrada as instalações para a imprensa

Depois disso poderão abordar as meninas, cadastradas para atuar no local, num pequeno parque circular.

Acertada a prestação de serviço e o preço, o casal dirigir-se—a ao “sex box” para execução do contrato verbal.

Cada cabine tem um “botão do pânico”, um sistema de alarme que permitirá às prostitutas acionarem a polícia em caso de se sentirem em perigo.

Há várias placas sinalizadores, estimulando o uso de preservativo, os cuidados com o lixo, com o meio ambiente, etc.

Completando o serviço, nas proximidades das garagens há cabines onde há banheiros, chuveiros e até uma cozinha.

As autoridades dizem que pretende com essa iniciativa, aumentar a segurança das prostitutas e combater o tráfico de pessoas.

O local é claramente indicado com luminosos e com o símbolo do guarda-chuva vermelho, habitual no Leste da Europa para revelar este tipo de serviço.

Foto: Fabrice Coffrini/AFP

O Botão do pânico, para a segurança das meninas

Para não espantar a clientela, foi informado exaustivamente que o sistema não terá qualquer vigilância de vídeo, mas contará com discretos agentes de segurança, mais assistentes sociais e profissionais de saúde postados em trailers, nas proximidades.

O espaço foi inaugurado, em meados de agosto, um ano depois de ter sido aprovado num referendo por 52,6% dos moradores da cidade, uma das maiores do país e grande centro financeiro.

Os custos com a construção, iluminação, sinalização e paisagismo custou aos cofres municipais, 2,4 milhões de francos suíços (US $ 2,6 milhões) e se fez uma previsão orçamentaria de gastos anuais com manutenção, conservação e serviços, mais 700 mil francos suíços ($760.000 dólares).

Parte dos custos, das despesas anuais deverão ser pagas pelas próprias prostitutas que pagarão uma pequena taxa, a título de imposto, a cada vez que utilizarem a “sex box”

A prostituição é uma atividade legal na Suíça desde 1942, mas permitida apena em áreas delimitadas.

Foto: Arnold Wiegmann/Reuters

Um cliente chegando ao local, ao fundo o trailer de apoio

A grande mudança com esse novo serviço, foi a retirada da permissão para na rua Sihlquai, no centro da cidade, onde funcionava a maior área de prostituição de Zurique, onde a profissionais do sexo, escandalosamente exerceram por anos seu comércio.

Os moradores e as empresas instaladas na região queixavam-se das cenas constrangedores, das moças com roupas sumaríssimas, lingerie ou praticamente despidas oferecendo serviços sexuais nas janelas dos veículos que estacionavam ou a transeuntes que circulavam na área, interessados ou não em contratar os serviços sexuais.

O projeto, porém, ainda deixa muitas dúvidas, como solução de todas as questões, algumas prostitutas falando com jornalistas, expressaram preocupação de que esse ambiente excessivamente controlado, do drive-in, acabe por assustar os seus clientes.

Foto: Arnold Wiegmann/Reuters

Jornalistas, convidados pela prefeitura, visitam as instalações antes de serem inauguradas

O porta-voz da polícia Mario Cortesi disse que cerca de 1.200 mulheres – a maioria originaria da Europa Oriental – solicitaram registro como profissionais do sexo, em Zurique, só no ano passado. Adianta, porém, que apenas as recém-chegadas são listados, supõe-se que exista um número provavelmente muito maior das que trabalham ilegalmente das que estão cadastradas. De forma que as autoridades não sabem informar o verdadeiro número de prostitutas na cidade, embora exista a exigência de cadastramento diante das autoridades municipais de saúde.

Na Suíça, quem trabalha no comércio do sexo deve ter pelo menos 16 anos, a idade legal de maturidade sexual. Embora as regras e convenções europeias, visando à proteção das crianças contra a exploração e abuso aconselha que estas profissionais tenham mais de 18 anos.

Em Zurique, a renda das profissionais do sexo, é tributada e sujeita a seguro social como qualquer outra atividade econômica. Essa não é a regra geral, algumas cidades têm suas próprias leis, e alguns dos 26 cantões suíços (estados) adotam legislação específica sobre a prostituição.

Há uma expectativa se a ideia vai dá certo, os críticos debocham dizendo que a prefeitura virou um “cafetão”, criando um caro "parque temático" para as prostitutas, uma espécie de Disneylândia do sexo.

Michael Herzig, uma autoridade municipal, rebate as piadas maledicentes dizendo que: “Nós queremos reduzir a violência e melhorar as condições de vida para as profissionais do sexo. Para nós, isso não é engraçado”.

"A causa de prostituição geralmente é a pobreza, não se pode achar nem a violência, nem a pobreza uma coisa engraçada, Então, o que nós estamos fazendo aqui é sério."

Esse projeto já foi instalado com relativo sucesso em várias cidades da Alemanha e da Holanda.

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