Começou a funcionar na cidade de Zurique, na Suíça, no mês passado, um serviço de 'drive-in' do sexo, ou “boxes de sexo”, como está sendo conhecido, destinado a limitar a área permitida para prática da prostituição. As autoridades acreditam que as instalações, permitem mais segurança, condições de higiene e menos exposição pública, tanto para as profissionais do sexo quanto para seus acompanhantes.
O local, uma antiga área industrial, ocupando um pátio ferroviário desativado funcionará diariamente entre às 19h e às 5h.
Os clientes passarão por um ponto de controle, semelhante às cabines de entrada dos motéis brasileiros, onde só será permitido o acesso de carro (motos e bicicletas não terão acesso) e apenas um ocupante em cada veículo.
Foto: Ennio Leanza/AP
Imagem diurna do entrada do parque, no dia em que foi mostrada as instalações para a imprensa
Depois disso poderão abordar as meninas, cadastradas para atuar no local, num pequeno parque circular.
Acertada a prestação de serviço e o preço, o casal dirigir-se—a ao “sex box” para execução do contrato verbal.
Cada cabine tem um “botão do pânico”, um sistema de alarme que permitirá às prostitutas acionarem a polícia em caso de se sentirem em perigo.
Há várias placas sinalizadores, estimulando o uso de preservativo, os cuidados com o lixo, com o meio ambiente, etc.
Completando o serviço, nas proximidades das garagens há cabines onde há banheiros, chuveiros e até uma cozinha.
As autoridades dizem que pretende com essa iniciativa, aumentar a segurança das prostitutas e combater o tráfico de pessoas.
O local é claramente indicado com luminosos e com o símbolo do guarda-chuva vermelho, habitual no Leste da Europa para revelar este tipo de serviço.
Foto: Fabrice Coffrini/AFP
O Botão do pânico, para a segurança das meninas
Para não espantar a clientela, foi informado exaustivamente que o sistema não terá qualquer vigilância de vídeo, mas contará com discretos agentes de segurança, mais assistentes sociais e profissionais de saúde postados em trailers, nas proximidades.
O espaço foi inaugurado, em meados de agosto, um ano depois de ter sido aprovado num referendo por 52,6% dos moradores da cidade, uma das maiores do país e grande centro financeiro.
Os custos com a construção, iluminação, sinalização e paisagismo custou aos cofres municipais, 2,4 milhões de francos suíços (US $ 2,6 milhões) e se fez uma previsão orçamentaria de gastos anuais com manutenção, conservação e serviços, mais 700 mil francos suíços ($760.000 dólares).
Parte dos custos, das despesas anuais deverão ser pagas pelas próprias prostitutas que pagarão uma pequena taxa, a título de imposto, a cada vez que utilizarem a “sex box”
A prostituição é uma atividade legal na Suíça desde 1942, mas permitida apena em áreas delimitadas.
Foto: Arnold Wiegmann/Reuters
Um cliente chegando ao local, ao fundo o trailer de apoio
A grande mudança com esse novo serviço, foi a retirada da permissão para na rua Sihlquai, no centro da cidade, onde funcionava a maior área de prostituição de Zurique, onde a profissionais do sexo, escandalosamente exerceram por anos seu comércio.
Os moradores e as empresas instaladas na região queixavam-se das cenas constrangedores, das moças com roupas sumaríssimas, lingerie ou praticamente despidas oferecendo serviços sexuais nas janelas dos veículos que estacionavam ou a transeuntes que circulavam na área, interessados ou não em contratar os serviços sexuais.
O projeto, porém, ainda deixa muitas dúvidas, como solução de todas as questões, algumas prostitutas falando com jornalistas, expressaram preocupação de que esse ambiente excessivamente controlado, do drive-in, acabe por assustar os seus clientes.
Foto: Arnold Wiegmann/Reuters
Jornalistas, convidados pela prefeitura, visitam as instalações antes de serem inauguradas
O porta-voz da polícia Mario Cortesi disse que cerca de 1.200 mulheres – a maioria originaria da Europa Oriental – solicitaram registro como profissionais do sexo, em Zurique, só no ano passado. Adianta, porém, que apenas as recém-chegadas são listados, supõe-se que exista um número provavelmente muito maior das que trabalham ilegalmente das que estão cadastradas. De forma que as autoridades não sabem informar o verdadeiro número de prostitutas na cidade, embora exista a exigência de cadastramento diante das autoridades municipais de saúde.
Na Suíça, quem trabalha no comércio do sexo deve ter pelo menos 16 anos, a idade legal de maturidade sexual. Embora as regras e convenções europeias, visando à proteção das crianças contra a exploração e abuso aconselha que estas profissionais tenham mais de 18 anos.
Em Zurique, a renda das profissionais do sexo, é tributada e sujeita a seguro social como qualquer outra atividade econômica. Essa não é a regra geral, algumas cidades têm suas próprias leis, e alguns dos 26 cantões suíços (estados) adotam legislação específica sobre a prostituição.
Há uma expectativa se a ideia vai dá certo, os críticos debocham dizendo que a prefeitura virou um “cafetão”, criando um caro "parque temático" para as prostitutas, uma espécie de Disneylândia do sexo.
Michael Herzig, uma autoridade municipal, rebate as piadas maledicentes dizendo que: “Nós queremos reduzir a violência e melhorar as condições de vida para as profissionais do sexo. Para nós, isso não é engraçado”.
"A causa de prostituição geralmente é a pobreza, não se pode achar nem a violência, nem a pobreza uma coisa engraçada, Então, o que nós estamos fazendo aqui é sério."
Esse projeto já foi instalado com relativo sucesso em várias cidades da Alemanha e da Holanda.
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