25 de set. de 2013

Pode passar de 100 o número de mortos no atentado terrorista em Nairóbi, no Quênia

QUÊNIA – Terrorismo
Pode passar de 100 o número de mortos no
atentado terrorista em Nairóbi, no Quênia
Especialistas em desarmamento de bombas e investigadores vasculharam nesta quarta-feira (25) os escombros do shopping atacado no fim de semana por militantes islâmicos em Nairóbi, no Quênia, num incidente que deixou pelo menos 72 mortos, até o momento. Os militares militantes do grupo somali Al Shabaab atacaram os frequentadores do shopping Westgate, muito frequentado por estrangeiros e quenianos ricos, o começo da tarde de sábado (21), horário de grande movimento, dando tiros e explodindo granadas.

Foto: Reuters

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, fala à nação sobre o ataque ao shopping Westgate na capital Nairobi. Disse que seu sobrinho e noiva foram mortos no ataque.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: The New York Times, G1, UOL, Al Jazeera, BBC Brasil

O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, disse nesta terça-feira que suas forças derrotaram os militantes islâmicos do grupo somali Al Shabaab, mataram cinco deles e detiveram outros 11 suspeitos de assassinar 67 pessoas após atacarem o luxuoso shopping Westgate Mallde Nairóbi e se refugiarem no local por quatro dias.

"Nós envergonhamos e derrotamos os agressores", disse Kenyatta, acrescentando que corpos ainda estavam presos sob os escombros após o desmoronamento de parte do edifício no fim da operação. "Como nação, nossa cabeça está sangrando, mas não tombada."

A autoridades quenianas afirmaram que todos os militantes que invadiram restaurantes e lojas, do shopping, na hora do almoço no sábado, disparando balas e jogando granadas no local, foram mortos ou estão detidos.

NÚMEROS CONTRADITÓRIOS - A Cruz Vermelha havia dito mais cedo que 63 pessoas estavam desaparecidas.

O presidente queniano confirmou que até agora o número de mortos é de 61 civis e seis membros das forças de segurança, além dos cinco militantes. Autoridades quenianas se recusaram a dizer quantos reféns podem ter morrido, durante o ataque.

O feroz grupo armado somali al-Shabab, que assumiu a responsabilidade pelo ataque, afirma que 137 reféns morreram durante os confrontos entre eles e as forças de segurança. E que o governo queniano está tentando esconder os verdadeiros números de vítimas.

O correspondente do Al Jazeera, no Quênia, Andrew Simmons, disse, que a quantidade de vítimas fatias, poderia ir bem além da marca de cem, talvez até o dobro do número de mortos".

Foto: Noor Khamis/Reuters

Forças quenianas invadem o shopping para desalojar os terroristas

INVESTIGAÇÕES - Citando os serviços de inteligência, o The New York Times, diz que o ataque foi cuidadosamente planejado, com estudos de plantas do edifício e até dos dutos de ventilação.

Que os terroristas conseguiram se esgueirar sem serem notados através das fronteiras porosas do Quênia, frequentemente patrulhada por mal pagos - e profundamente corrupto - guardas de fronteira.

Um ou dois dias antes do ataque, poderosas metralhadoras e cintos de munição foram secretamente escondida em uma loja no shopping com a ajuda de um funcionário que fazia parte da trama.

Autoridades de segurança ocidentais afirma que várias testemunhas asseguraram que alguns dos líderes do atentado escaparam durante a confusão inicial. Uma testemunha disse que um assaltante rapidamente arrancou suas roupas, tendo por baixo uma vestimenta nova, de mãos levantadas, misturou-se a multidão de civis que fugiam do local. O que se conclui, entre temores, que os terroristas bem treinados podem estar à solta pelas ruas de Nairóbi

ESTRANGEIROS - O presidente Kenyatta disse que "relatórios de inteligência haviam sugerido que uma mulher britânica e dois ou três cidadãos norte-americanos poderiam ter participado do atentado", mas que ele ainda não poderia confirmar esses relatos.

O Quênia, um país amplamente reconhecido como um oásis de paz e prosperidade em uma região conturbada está agora entrando em um período de três dias de luto para marcar um dos episódios mais inquietantes da sua história recente.

Alguns muçulmanos foram mortos no ataque, mas muitos sobreviventes disseram que os militantes haviam questionado as pessoas sobre sua religião. Quem não sabia alguma reza muçulmana, ou o nome da mãe do profeta Maomé, era fuzilado.

Foto: Jerome Delay/AP

A fumaça dos combates no luxuoso shopping queniano

Aleem Manji, um locutor de rádio queniano, lembrou que quando ele proferiu uma oração islâmica para salvar a sua vida, o homem armado ameaçando matá-lo falava fluentemente Inglês.

As autoridades americanas dizem que o Shabab pode ter recrutado militantes de língua inglesa dos Estados Unidos e possivelmente outros países ocidentais para que fossem capazes de operar efetivamente em Quênia, onde o Inglês, juntamente com o Swahili, é a língua nacional. Alguns sobreviventes, incluindo um vendedor de jornal que viu um militante impiedosamente atirar em uma criança nas pernas, disse que havia atiradores jovens com aparência somali ou árabe.

No calor dos fatos, a ministra das Relações Exteriores do Quênia, Amina Mohamed, afirmou em entrevista que entre os militantes haviam dois ou três jovens americanos, de família árabe ou somali, originalmente do Minnesota e Missouri, nos EUA. O que não foi confirmado posteriormente.

ARMAS - Testemunhas disseram que vários militantes carregavam fuzis G3, uma arma volumosa usada pelas Forças Armadas quenianas. Os analistas de inteligência dizem que isso pode significar que os militantes adquiriram suas armas de policiais corruptos quenianos, que são conhecidos por vender ou alugar suas armas, cobrando tão pouco como alguns dólares por hora.

Depois de matar um grande número de frequentadores, os militantes se retiraram para um supermercado e usado cintos alimentadores de munição para metralhadoras conseguiram segurar à distância as forças do Quênia, matando pelo menos seis dos seus membros.

Foto: AFP

Foto de Samantha Lewthwaite, do seu passaporte Sul Africano falso> Pode ter estado entre os terroristas que atacaram o shopping

VIÚVA BRANCA - Muitas testemunhas foram enfáticas em afirmar que viram pelo menos duas militantes, armadas até os dentes e vestidas com uniformes.

As autoridades já admitem, depois de negar, que um dos terroristas pode ser a britânica Samantha Lewthwaite, uma muçulmana convertida que havia sido casada com um dos homens-bomba que atacaram Londres em 2005. No Quênia, onde foi quase abatida numa operação na costa do país, em 2011, é conhecida como "a viúva branca".

OÁSIS? - O Quênia é um parceiro americano importante, principalmente pela estreita colaboração com os serviços de seguranças ocidentais para conter os militantes islâmicos na região.

Tudo precisa ser reavaliado, agora, depois desse episódio. Pois a capital do Quênia, Nairóbi, sempre foi considerada um oásis de prosperidade nesta parte da África e uma importante base para embaixadas ocidentais e empresas.

Depois desse episódio, não fica difícil acreditar nas ameaças dos terroristas, de que esse não será o último, mas apenas o início de uma sequência de ações contra o país.

As forças de segurança do Quênia tem a reputação de serem mal equipadas, mal pagas e pouco treinadas. Óbvio que eles não estavam preparados para uma situação complexa com reféns e contra militantes obstinados, como esta.

Os quenianos inicialmente rejeitaram, mas depois aceitaram a oferta de ajuda do governo americano, aceitaram, logo de princípio, porém, assessores das Forças de Defesa de Israel, na condição de conselheiros, não de combatentes.

O ataque matou pessoas de diversos países: França, Grã-Bretanha, Canadá, Índia, China e Gana, entre outros.

A propósito talvez seja útil saber que a mãe do profeta Maomé chamava-se Amina, do árabe "a [mulher] fiel".

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