‘The Economist’: com economia sem rumo, eleitores brasileiros tem poucas razões para reeleger Dilma
BRASIL - Economia ‘The Economist’: com economia sem rumo, eleitores brasileiros tem poucas razões para reeleger Dilma Segundo a reportagem, da revista britânica Economist a presidente Dilma Rousseff tem sido incapaz de enfrentar os problemas estruturais do país e interfere mais que o antecessor na economia, o que tem afugentado os investidores estrangeiros para longe de projetos de infraestrutura e minado a reputação conquistada a duras penas pela retidão macroeconômica, dos tempos de FHC. Reprodução detalhe do site da The Economist Postado por Toinho de Passira Em reportagem especial de 14 páginas, a revista britânica The Economist aponta os erros cometidos pela administração da presidente que fizeram o Brasil desapontar o mercado e perder credibilidade. De um foguete, representado pelo Cristo Redentor, que apontava para o alto, imponente, na capa de 2009, para uma aeronave desgovernada nos céus, perto de colidir com o Corcovado, na capa atual. Essa é a comparação feita pela revista britânica The Economist ao tratar da evolução do Brasil nos últimos quatro anos. A publicação, de grande credibilidade entre os que atuam no mercado financeiro, na edição distribuída na América Latina questiona se o Brasil, de fato, "estragou tudo", depois de ter sido, por um breve período, a estrela dos emergentes. Segundo a reportagem, a presidente Dilma Rousseff tem sido incapaz de enfrentar problemas estruturais do país e interfere mais que o antecessor na economia, o que tem assustado investidores estrangeiros para longe de projetos de infraestrutura e minado a reputação conquistada a duras penas pela retidão macroeconômica. A The Economist é categórica ao afirmar: "até agora, eleitores brasileiros têm poucas razões para dar a Dilma um segundo mandato". O especial de quatorze páginas sobre a economia brasileira é assinado pela jornalista Helen Joyce, correspondente da revista no Brasil. “A economia estabilizada no governo de Fernando Henrique Cardoso, em meados da década de 1990, acelerou-se e no governo de Luiz Inácio Lula da Silva no início de 2000. E, após ter quase tropeçado, após o colapso do Lehman, em 2008 (fala do estouro da bolsa imobiliária americana) em 2010 cresceu 7,5%, seu melhor desempenho em um quarto de século. Para aumentar a magia, o Brasil foi premiado tanto da Copa do Mundo de futebol do próximo ano e no verão Olimpíadas de 2016. Com a força de tudo isso, Lula convenceu os eleitores no mesmo ano para escolher como presidente sua protegida tecnocrática, Dilma Rousseff”. VOO DE GALINHA - Desde então, o país voltou para a terra aos solavancos. Em 2012, a economia cresceu 0,9%. Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas em junho nos maiores protestos de uma geração, reclamando dos altos custos de vida, serviços públicos deficientes e a ganância e a corrupção dos políticos. Muitos já perderam a fé na ideia de que seu país estava indo para a órbita e diagnosticada apenas outro Voo de galinha, como eles batizaram surtos econômicos de curta duração anteriores”- assevera a revista no inicio da reportagem. INVESTIMENTOS TIPO BIQUINI - Apesar das dimensões continentais do país e uma malha viária precária, os gastos do país com infraestrutura são tão acanhados como um biquíni. O Brasil gasta apenas 1,5% do PIB em infraestrutura, em comparação com uma média global de 3,8%, apesar de sua infraestrutura representar apenas 16% do PIB, em comparação com 71% em outras grandes economias.
As deficiências de infraestrutura adiciona custos desnecessários para as empresas. Um agricultor do Mato Grosso, produtor de soja, gasta 25% do valor do produto, no transporte, quando um produtor americano de Iowa, tem uma despesa que representa apenas 9%. O texto reconhece que outros emergentes também desaceleraram após o boom que teve o auge em 2010 para o Brasil. "Mas o Brasil fez muito pouco para reformar seu governo durante os anos de boom", diz a revista. Um dos problemas apontados pela reportagem é o setor público, que "impõe um fardo particularmente pesado para o setor privado". Um dos exemplos é a carga tributária que chega a adicionar 58% em tributos e impostos sobre os salários. Esses impostos são destinados a prioridades questionadas pela Economist. "Apesar de ser um país jovem, o Brasil gasta tanto com pensões como países do sul da Europa, onde a proporção de idosos é três vezes maior", diz o texto que também lembra que o Brasil investe menos da metade da média mundial em infraestrutura. PROBLEMAS ANTIGOS - A publicação reconhece que muitos desses problemas são antigos, mas Dilma Rousseff tem sido "relutante ou incapaz" de resolvê-los e criou novos "interferindo muito mais que o pragmático Lula". "Ela tem afastado investidores estrangeiros para longe dos projetos de infraestrutura e minou a reputação conquistada a duras penas pela retidão macroeconômica, induzindo publicamente o presidente do Banco Central a cortar a taxa de juros. Como resultado, as taxas estão subindo, atualmente, mais para conter a inflação persistente", diz o texto. A Economist afirma que a maior vantagem da Dilma é uma oposição fraca e fragmentada. Mais preocupante do que a oposição é fogo amigo. A maioria dos partidos que integram a coalizão só quer ficar no poder. Se sua candidatura apresentar qualquer risco de fracasso, os aliados vão pular do barco sem hesitação. A presidente Dilma retomou sua conta oficial no Twitter para rebater a publicação inglesa: "Eles (The Economist) estão desinformados. O dólar estabilizou, a inflação está sob controle e somos o único grande país com pleno emprego". "Somos a terceira economia que mais cresceu no mundo no segundo trimestre. Quem aposta contra o Brasil, sempre perde", acrescentou Dilma, tuitando. |
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