21 de set. de 2013

Ataque terrorista, mata 39 pessoas, e transforma shopping de luxo, em Nairóbi, numa zona de Guerra

QUÊNIA - Terrorismo
Ataque terrorista, mata 39 pessoas, e transforma shopping de luxo, em Nairóbi, numa zona de Guerra
Um shopping de luxo, em Nairóbi, no Quênia foi atacado por um grupo terrorista somali, que invadiu o local, abriram fogo e lançando granadas contra os frequentadores, neste sábado, na hora do almoço. Mais de dez horas, após o início do ataque, ainda se fala que há terrorista no interior do shopping, escudados por reféns, enfrentando as forças de segurança.

Foto: Jason Straziuso/AP

Frequentadores do shopping fogem apavorados durante o ataque

Postado por Toinho de Passira
Fontes: BBC Brasil, The New York Times, Reuters , Al Jazeera, NBC News

O feroz grupo armado somali al-Shabab assumiu a responsabilidade pelo ataque, neste sábado, ao sofisticado shopping center, Westgate Mall, em Nairóbi, capital do Quênia que deixou pelo menos 39 mortos e 150 feridos, até agora.

Os terroristas, em número de dez, segundo relatos, vestidos de preto e com as cabeças cobertas, entraram no shopping por volta das 12h (5h de Brasília), atirando granadas e disparando com fuzis automáticos. Falando árabe e somali, durante o ataque, pediam para que os muçulmanos se identificassem para serem liberados, os alvos que buscavam era os “não muçulmanos e estrangeiros”.

O correspondente do Al Jazeera Wambua-Soi, em Nairobi, Catherine Wambua-Soi, informou que ainda há terrorista no interior do shopping no início da noite, deste sábado, horário local, escudados com reféns e cercado pelas forças de segurança. O que pode fazer com que aumente o número de vítimas

Foto: Goran Tomasevic / Reuters

Polícia armados guiam uma mulher carregando uma criança para um local seguro, enquanto buscam os terroristas

O chefe da polícia, David Kimaiyo, disse via Twitter, que vários outros atiradores haviam sido presos durante as buscas feitas pelas forças de seguranças, no local. Noticiou-se que pelo menos um dos estaria sob custódia em um hospital.

O Westgate Mall de Nairobi, é um luxuoso shopping center frequentado pela elite local, estrangeiros turistas e residentes endinheirados e diplomatas. Especialistas em segurança, já haviam alertado que o local era um atraente alvo para terrorista, adicionando-se o ingrediente do empreendimento pertencer a empresa de Israel.

A segurança foi reforçada em toda a cidade, e muitas lojas e supermercados decidiram fechar as portas por precaução.

No início da noite (início da tarde em Brasília), o secretário da Segurança Interna Mutea Iringo afirmou que o governo estava "completamente no controle" da "situação muito grave" e que não cederia "na guerra contra os criminosos armados".

Foto: Goran Tomasevic / Reuters

Do lado de fora, do shopping, Crianças aterrorizadas esperam por socorro junto ao corpo de uma das vítimas do ataque.

Horas após o início do ataque, o Shabab, o extremado grupo militante somali que tem sido associada a ataques passados no Quênia, assumiu o atentado com uma série de mensagens no Twitter(a conta foi suspensa) vangloriando-se que seus combatentes foram responsáveis pelo massacre e que tinha ido a luta, agradecendo “a Allah por ter sido escolhido para tal operação”.

"O ataque em Westgate Mall é apenas uma pequena fração do que os muçulmanos na Somália experiência nas mãos dos invasores quenianos", disse um post.

"Por terra, ar e mar, as forças quenianas invadiram nosso país muçulmano, matando centenas de muçulmanos no processo e deslocando milhares mais. O governo queniano, no entanto, se fez de surdo às nossas repetidas advertências e continuou a massacrar muçulmanos inocentes na Somália. "Ele disse que havia alertado o governo queniano que a falha em remover suas tropas da Somália" teria consequências graves " comentaram os terrorista na rede social.

Foto: Tyler Hicks / The New York Times

Mulher ferida, pelos terroristas, é conduzida por segurança para fora do shopping.

Mesmo antes do surgimento do Shabab, Quênia era um alvo para ataques terroristas de Al-Qaeda, como o bombardeio de 1998 da embaixada americana em Nairobi e ataques coordenados em um hotel de propriedade israelense em Mombaça e um avião israelense em 2002.

Mas Quênia encontrou-se cada vez mais enredado na volatilidade sangrenta da Somália desde outubro de 2011, quando as forças militares quenianas invadiram a Somália para ajudar a combater o Shabab.

As autoridades quenianas culparam o grupo militante islâmico por um ataque de granadas e tiros em duas igrejas no ano passado, que matou 15 pessoas.

No entanto, o Quênia é amplamente considerado um farol de estabilidade em uma região freqüentemente instável. As Nações Unidas tem um hub aqui, assim como muitas organizações sem fins lucrativos e empresas. A economia do país é fortemente dependente das receitas turísticas, com safaris pacíficos e feriados suaves na costa atraindo pessoas de todo o mundo.

Um ataque como esse fere profundamente a indústria do turismo e provavelmente contribuirá para o fechamento do sofisticado Westgate Mall.

Foto: Stringer/Reuters

Policial vasculha o shopping em busca dos terroristas

O presidente queniano, Uhuru Kenyatta, afirmou neste sábado que o Quênia vai perseguir os responsáveis.

"Os perpetradores desprezíveis desse ato covarde queriam intimidar, dividir e causar desalento entre os quenianos", disse Kenyatta em discurso à nação, pela TV.

"Já superamos ataques terroristas antes. Vamos derrotá-los de novo."

Kenyatta afirmou ainda que ele próprio perdeu parentes próximos no tiroteio deste sábado. Falando às famílias das vítimas, ele afirmou no discurso:

"Peço a Deus para lhes dar conforto no momento em que enfrentam essa tragédia, e sei o que vocês sentem, pois também perdi membros da família muito próximos nesse ataque."

Foto: Goran Tomasevic / Reuters

Feridos aguardam socorro dentro do shopping

Foto: Daniel Irungu/EPA

Feridos são retirados, por policiais, do shopping atacado por terroristas

Foto: Riccardo Gangale/AP

Sobreviventes abandonam o local do atentado

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