Confirmado:Dilma não vai mais visitar Obama
BRASIL – ESTADOS UNIDOS Confirmado: Dilma não vai mais visitar Obama Sem clima para manter a visita de Estado aos EUA, marcada para outubro, a presidente Dilma Rousseff decidiu nesta terça-feira adiar oficialmente o compromisso, sem estabelecer uma nova data para ele. Obama tentou manter a visita até a última hora. Mas Dilma, de olho nas repercussões eleitorais decidiu não ir, para tentar passar uma "imagem positiva de altivez e força". Foto: Gustavo Miranda O Globo Postado por Toinho de Passira Oficialmente, durante o telefonema de 20 minutos, entre o presidente Barack Obama e Dilma Rousseff, ficou decidido adiar a viagem da presidenta aos Estados Unidos, que estava marcada para fins de outubro. Na realidade, Obama sabendo da proximidade da decisão da presidenta, em não viajar, tentou com o telefonema convencer a presidenta a manter o compromisso, depois de ter condicionado a visita a explicações convincentes para as acusações de espionagem da Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) tendo como alvo a Petrobras e as comunicações do Planalto com ministros. A visita de Dilma seria a única recepção de Estado oferecida pela Casa Branca a um líder estrangeiro neste ano. Essas honrarias são escassas e têm como objetivo demonstrar a fortaleza da relação bilateral. O último presidente brasileiro a receber o tratamento foi Fernando Henrique Cardoso, em abril de 1995. Em uma nota divulgada ao mesmo tempo, a Casa Branca disse que "o convite do presidente Obama à presidente Rousseff para a primeira visita de Estado do seu segundo mandato é um reflexo da importância que ele coloca nesta crescente parceria global e da proximidade dos laços entre os povos americano e brasileiro". "O presidente disse que entende e lamenta as preocupações que a revelação das supostas atividades de inteligência dos EUA gerou no Brasil, e deixou claro que está comprometido em trabalhar junto com a presidente Rousseff e seu governo por meio dos canais diplomáticos para superar esta fonte de tensão no nosso relacionamento bilateral." O comunicado da Casa Branca também sugere que a visita poderia ser retomada uma vez superadas estas tensões envolvendo as denúncias de espionagem. "O presidente Obama espera receber a presidente Rousseff em Washington em uma data a ser decidida mutuamente. Outros mecanismos importantes de cooperação, incluindo os diálogos presidenciais em cooperação política, econômica, energia e defesa, continuarão." – diz a nota a Casa Branca. A visita de Dilma seria o ápice da reconstrução das relações Brasil-EUA, que começou com uma visita do presidente Obama ao Brasil em 2011. Dilma retribuiu a cortesia em abril do ano passado, em uma visita de trabalho a Washington e Boston. Na época, a Casa Branca foi criticada por não conceder-lhe a honraria. A presidente brasileira herdou de seu predecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, relações tensas com os norte-americanos, resultado das rusgas após Brasil e Turquia terem negociado um acordo com o Irã a respeito do programa nuclear iraniano, em 2010. O acordo foi costurado com a bênção americana, mas mesmo assim os EUA desautorizaram o entendimento tão logo saiu a público. No Conselho de Segurança da ONU, a então secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que havia sido informada em primeira mão do acordo, fez pressão e obteve mais uma rodada de sanções contra Teerã. Dilma e Obama vinham, entretanto, conseguindo manter uma agenda positiva para a relação. O Brasil, por exemplo, espera enviar 20% dos seus 100 mil bolsistas do programa Ciência Sem Fronteiras para universidades americanas. Os dois países mantêm diálogos de alto nível em campos que o Brasil considera estratégicos, como inovação, práticas governamentais e educação. Foto: Divulgação Ressalta, porém, que o principal prejuízo, para os EUA, causado pela espionagem americana e o cancelamento da viagem, foi a drástica redução de chances do compra por parte do Brasil dos caças de fabricação americana, 36 unidades, de F-18, da Boeing, um contrato com o Ministério da Defesa brasileiro no valor de US $ 4 bilhões. |
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