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21 de set. de 2014

Unidos pelo petróleo; Cid Gomes, governador do Ceará e Paulo Roberto Costa, ex diretor da Petrobras, preso

BRASIL - Corrupção
Unidos pelo petróleo: Cid Gomes, governador do Ceará e Paulo Roberto Costa, ex diretor da Petrobras, preso
Como era a relação entre o governador Cid Gomes e o delator e ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que se estreitou nos últimos seis anos a ponto de ultrapassar a fronteira do contato institucional


PROXIMIDADE INCONTESTÁVEL -Em 20 de agosto de 2008, o então diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, esteve ao lado do governador do Ceará, Cid Gomes, durante inauguração do Terminal de Regaseificação do Pecém. Também estavam presentes o presidente Lula e autoridades do governo

Postado por Toinho de Passira
Texto de Claudio Dantas Sequeira e Izabelle Torres
Fonte: IstoÉ

ISTOÉ revelou na semana passada que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa incluiu o governador do Ceará, Cid Gomes (PROS), na lista de políticos beneficiados pelo esquema de corrupção na estatal.

Ao ser confrontado com a informação, Cid Gomes começou a se encalacrar nas próprias versões. Primeiro disse que não sabia quem era Paulo Roberto Costa. Depois, alegou nunca haver estado com ele na vida. Suas explicações iniciais, porém, foram desmontadas em pouquíssimas horas.

No mesmo dia da publicação da reportagem de ISTOÉ, pipocaram nas redes sociais fotografias de encontros e eventos em que Paulo Roberto Costa e Cid Gomes aparecem lado a lado. Numa das imagens, o delator e o político cearense demonstram intimidade.

Sorriem um para o outro. Uma dessas fotos foi tirada no dia 10 de junho de 2008 no Palácio de Iracema, antiga sede do governo do Ceará. Na imagem, Cid está sentado à cabeceira de uma ampla mesa de reuniões, tendo Costa imediatamente a seu lado.

No encontro, os dois trataram do ambicioso projeto da refinaria Premium II, anunciada com pompa pelo governo do Ceará como a futura maior refinaria de petróleo do mundo com produção de 300 mil barris por dia e investimentos estimados em R$ 11 bilhões. Foi apenas o primeiro de muitos encontros entre Cid e Costa.


ONDE TUDO COMEÇOU - Em encontro no dia 10 de junho de 2008, no Palácio de Iracema, Cid Gomes e Paulo Roberto Costa negociaram a construção da refinaria Premium II, no Ceará

Os dois estiveram juntos participando de reuniões para tratar de negócios privados, mesmo depois de Costa ter deixado a Petrobras em abril de 2012. Em maio de 2013, ambos trataram de um projeto pessoal do delator e ex-diretor de Abastecimento da estatal: a instalação no Estado de uma minirrefinaria de petróleo.

Em 17 de janeiro deste ano, Costa esteve em mais um encontro com Cid. Na reunião, o governador do Ceará lhe prometeu uma área de dez hectares no Complexo Industrial e Portuário de Pecém. À imprensa local, na ocasião, o ex-diretor da Petrobras disse que estava otimista e previa construir a minirrefinaria em até 18 meses. Dois meses depois, ele foi preso.

Esses fatos derrubam categoricamente a segunda versão apresentada por Cid Gomes. Ao não conseguir desmentir as fotos em que aparece ao lado de Costa, o governador refez sua declaração inicial. Em nota oficial, negou qualquer envolvimento ou tratativas pessoais com o delator.

“Todo o meu relacionamento com a Petrobras sempre foi institucional”, disse. Como se vê, a nova versão de Cid também não se sustenta.


Evento no Ceará, em 2008, reuniu o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e a então chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff

O projeto de minirrefinarias de Costa era antigo, mas enquanto ele ocupou a direção de Abastecimento e Refino da Petrobras nunca conseguiu executá-lo. Em 2005, Costa e o então presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, tentaram emplacá-lo sem sucesso no Rio Grande do Norte, na ocasião governado por Wilma de Faria (PSB). A ideia era usar a minirrefinaria como uma forma de compensar a construção da refinaria de grande porte em Abreu e Lima, Pernambuco.

Naquele momento, o hoje falecido Eduardo Campos gozava de prestígio no Palácio do Planalto. Ao conseguir para seu Estado o investimento bilionário da estatal, Campos buscou alternativas para contemplar os aliados do partido, que se sentiram desprestigiados. Além da governadora Wilma de Faria, era preciso agradar também aos caciques Cid e Ciro Gomes, hoje no PROS, mas que, à época, estavam filiados ao PSB de Eduardo Campos.

Para o Ceará, o governo articulou a construção de uma siderúrgica com investimento da Vale e das coreanas Dongkuk e Posco, e Paulo Roberto Costa acenou com a criação da minirrefinaria. Mas os Gomes, naquela ocasião, não acharam suficiente. Queriam algo mais grandioso. Ambicionavam um projeto como a pernambucana Abreu e Lima.

Quando assumiu o governo em 2007, Cid conseguiu o aval de Gabrielli para a realização de seu desejo. O encontro de 10 de junho de 2008 no Palácio de Iracema, registrado pela imagem que ilustra a abertura desta reportagem, selou as tratativas para a construção da refinaria Premium II e também marcou o início de uma longa relação entre Cid Gomes e Paulo Roberto Costa.

Depois do encontro com o governador, Costa atravessou a noite em Fortaleza na companhia de técnicos da Petrobras. No dia seguinte, visitaram Pecém e a área que seria disponibilizada para a construção da refinaria. Após sobrevoar o local, o executivo decretou:

“O terreno está numa área industrial bem localizada e próximo a um porto com logística capaz de atender nossas necessidades”. Acompanhou a comitiva o então presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Adece), Antônio Balhmann, hoje deputado federal pelo PROS e homem de confiança de Cid, e o presidente do Conselho de Desenvolvimento do Ceará (Cede), Ivan Bezerra.

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Dois meses depois, em 20 de agosto, Paulo Roberto Costa voltou ao Ceará para a inauguração do Terminal de Regaseificação do Pecém. Além do próprio Cid, estavam presentes o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, e Gabrielli. No palanque, Costa sentou-se exatamente atrás do governador do Ceará, como é possível ver em várias fotos oficiais.

A construção da Premium II foi confirmada com a assinatura de protocolo de entendimentos e o lançamento da pedra fundamental anunciado para dezembro de 2009, o que só acabou ocorrendo no final de 2010. Em 29 de dezembro, no último ato de governo, Lula participou da cerimônia oficial, assim como Gabrielli, Costa e o presidente da Transpetro, o cearense Sérgio Machado.

Àquela altura, porém, ainda não havia terreno, licença ambiental ou estudos de impacto, nem mesmo um projeto técnico concluído ou contrato firmado. Naquele ato, Costa destacou que a produção da refinaria seria destinada ao mercado interno. Ele sentou-se na primeira fileira de autoridades, ao lado de Machado, Lula, Cid, Gabrielli e do senador Inácio Arruda (PCdoB).

Em 24 de abril de 2012, Paulo Roberto Costa, já demissionário, foi a Fortaleza participar como palestrante do Ciclo de Debates do Centro Industrial do Ceará. Disse que a Petrobras estava pronta para iniciar as obras e aguardava apenas a entrega do terreno de dois mil hectares no Pecém. A doação da área foi um dos grandes entraves para a refinaria, uma vez que a posse do local era questionada por índios da tribo Anacé.

No dia seguinte, foi à Universidade de Fortaleza, onde palestrou para alunos de engenharia sobre os projetos de refino da estatal. Foi quando revelou que a Petrobras buscava sócios para erguer a Premium II. Costa, então, apresentou o problema a Cid, que se empenhou pessoalmente na busca de um investidor. Iniciou conversas com a coreana GS Energy, mas a parceria não prosperou.

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18 de out. de 2013

Renan Calheiros e a farra gastronômica superfaturada

BRASIL - Superfaturado
Renan Calheiros e a farra gastronômica superfaturada
Depois de detectada irregularidades pela imprensa, a licitação superfaturada para a casa do presidente do Senado, foi suspensa. Segundo assessoria, o presidente do Senado e família está comendo em restaurantes desde o início da semana. Para seis meses a compra estava licitada em R$ 98 mil e previa, entre outras coisas, 25 quilos de camarão vermelho grande, 20 quilos de frutos do mar, 1,7 tonelada de 33 tipos diferentes de carnes.

Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil

Renan Calheiros, presidente do senado, fartura e superfaturamento

Postado por Toinho de Passira
Fontes: O Globo, Terra, Último Segundo, "thepassiranews"

A suspenção da licitação superfaturada para abastecer a residência oficial do presidente do Senado, com uma quantidade de comida suficiente para alimentar um batalhão de nobres, vem obrigando Renan, segundo a assessoria, a mulher Verônica Calheiros e os dois filhos a comer fora ou de favor na casa de amigos e parentes, desde o início da semana.

Assim, de surpresa, após ter sido questionado pela imprensa sobre a licitação, o novo diretor-geral do Senado, Helder Rebouças, informou, por meio da assessoria de imprensa da Casa, que decidiu suspender o pregão e reavaliar todo o processo.

A escandalosa compra programada previa, entre outros itens da boa gastronomia, 25 quilos de camarão vermelho grande, 20 quilos de frutos do mar, 20 quilos de salmão, 1,7 tonelada de 33 tipos diferentes de carnes, sendo 100 quilos de filé mignon, 50 quilos de picanha (de dois tipos diferentes), 54 quilos de linguiça para churrasco, nectarina importada além do trivial arroz e feijão, 30 quilos de carvão, 55 quilos de queijo de cinco tipos diferentes e 160 quilos de pão francês – uma estimativa de consumo de aproximadamente um quilo de pão diariamente. Ao todo, a lista de compras do senado, incluía 270 itens.


José Sarney, mais caro que Renan
O Senado pretendia gastar em seis meses, só com as despesas da alimentares da residência da presidente do Senado, algo em torno dos R$ 98 mil. Um custo médio de R$ 16,3 mil ao mês.

Ressalte-se que a licitação foi suspensa, momentaneamente, não pelo volume e exagero da compra, mas porque se percebeu que a compra estava superfaturada, os preços dos produtos tinham preços bem acima do mercado.

A reportagem do O Globo, lembrou que por estranho que pareça Renan pode ser considerado um presidente barato, pois durante os dois anos da presidência do seu antecessor, José Sarney, o custo médio pelos mesmos seis meses de despesas não ficava abaixo dos R$ 290 mil, quase três vezes a mais do que Renan pretendia gastar agora.

Um detalhe é que, como tinha residência própria em Brasília, Sarney nem ocupava permanentemente a residência oficial, que servia de albergue de luxo para os parentes e correligionários que visitava a Capital Federal.

Essa não é a primeira vez que os custos residenciais de Renan merecem atenção da imprensa, em maio desse ano o jornalista Vinicius Sassine, num reportagem no O Globo, denunciou que Renan tem à sua disposição na residência oficial um mordomo e dois garçons nomeados por atos secretos, nos mesmos moldes dos servidores que atuam no plenário.

Em mordomia e superfaturamento, ninguém ganha para Cid Gomes, o dispendioso
O mordomo é Francisco Joarez Cordeiro Gomes, que, em março (2013), recebeu R$ 18,2 mil brutos, dos quais R$ 2,7 mil somente em horas extras. Para servir cafezinho, água e comida na casa, os garçons Francisco Hermínio de Andrade e Djalma da Silva Lima receberam em março remunerações brutas de R$ 10,7 mil e R$ 11,6 mil, respectivamente, disse a reportagem.

Embora reconhecidamente superfaturados, os gastos para abastecimento da residência oficial de Renan, também são modestos se comparados com os gastos contratados pelo governador do Ceará, Cid Gomes, para esse ano.

De acordo com matéria publicada pelo GLOBO, o chamado “caviargate” de Cid foi mantido e prevê a contratação de um buffet, no valor de R$ 3,4 milhões, para abastecer a cozinha da residência oficial e o gabinete do governador com iguarias que incluem centenas de quilos do que há de mais fino na culinária internacional.

O edital que prevê até 495 pratos diferentes, e se apresenta com uma variação de receitas preparadas com caviar, escargots, bacalhau, salmão, presunto de Parma, funghi, vieiras, frutos do mar, pães exóticos, croissants, toucinho do céu ou trufas.

Os itens decoração e serviços não foram esquecidos: os vinhos finos devem ser servidos em taças de cristal, o ambiente ornado com arranjos com orquídeas. Um batalhão de 700 garçons, 500 garçonetes e 15 chefs de cozinha estarão a disposição do governador, sempre que ele achar necessário.

Por que os chefes de poderes, governadores, prefeitos, que recebem polpudos salários, não podem pagar as despesas alimentares de suas residências como fazem todos os trabalhadores brasileiros?

13 de set. de 2013

Dilma vai tirar PSB, de Eduardo Campos, do Ministério da Integração e pôr PMDB, de Renan Calheiros no lugar

BRASIL – Eleição 2014
Dilma vai tirar PSB, de Eduardo Campos, do Ministério
da Integração e pôr PMDB, de Renan Calheiros no lugar
Ministro indicado por Campos terá de deixar a pasta, assim como aliados no 2º escalão, as vagas serão ocupadas por peemedebistas indicados pelo presidente do senado, Renan Calheiros

Foto: Wilson Dias/ABr

ESCOLHA - Dilma hoje sente-se mais confortável ao lado de Renan, do que de Eduardo Campos

Postado por Toinho de Passira
baseado no texto de Débora Bergamasco, para O Estado de S.Paulo
Fonte:  O Estado de S.Paulo

- A presidente Dilma Rousseff pretende tirar, até o fim do mês, o Ministério da Integração Nacional do controle do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e entregá-lo ao PMDB. O titular da pasta, Fernando Bezerra, é uma indicação de Campos, provável candidato à Presidência em 2014.

O mesmo deve acontecer com o comando de outros cargos federais importantes de segundo e terceiro escalões, como a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene ) e a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), hoje chefiadas por integrantes do PSB aliados do governador pernambucano.

A intenção de Dilma é tirar do governo federal os filiados do PSB que estão alinhados com o projeto presidencial de Campos, que também é o presidente nacional do partido. Impediria ainda que ele e seus aliados continuassem a usar os cargos no governo federal como vitrine eleitoral para suas candidaturas em 2014. Com isso, Campos seria obrigado a antecipar o anúncio de que será candidato no ano que vem, sem continuar "faturando" com os acertos da gestão atual.

Dilma vai excluir do governo qualquer pessoa ligada a Campos. Só sobreviverá na máquina federal quem se alinhar à campanha da petista.

PMDB

No Planalto, aposta-se em uma composição com Cid Gomes, governador do Ceará, e seu irmão, Ciro Gomes, ambos também do PSB, mas não alinhados com o projeto de Campos.

Dilma pretende usar as vagas livres para cimentar a aliança com o PMDB, hoje o principal aliado do governo; e fortalecer as relações com o grupo político ligado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A ideia é tirar o controle do Ministério da Integração Nacional das mãos de Bezerra e repassar a algum indicado de Calheiros.

Calcula-se, no Planalto, que um afago agora no PMDB vá minimizar uma polêmica que pode ser criada na disputa pelo governo do Ceará, na eleição do ano que vem. Cid e Ciro Gomes vão indicar o ministro da Secretaria dos Portos, Leônidas Cristino (PSB), para concorrer ao governo estadual contra o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Se os irmãos Gomes escolherem mesmo apoiar o PT na disputa presidencial e não o PSB, como tudo indica, Cristino contará com Dilma no seu palanque e Eunício ficará sem o suporte presidencial.

Porém, por mais que o senador se queixe, ficará isolado em suas reivindicações, pois seu partido já estaria devidamente consolado com os novos cargos, calculam os governistas.

Articuladores do governo acreditam que a medida pró-PMDB ajudaria também a diminuir tensões e a fortalecer palanques regionais, como no Rio de Janeiro.

CENÁRIOS

Dilma resolveu parar de esperar que Campos tomasse a iniciativa de romper a aliança nacional, pois avalia como insustentáveis as últimas atitudes do governador, que tem posado publicamente para fotos em plena articulação com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), também provável candidato à Presidência no ano que vem.

O contexto só mudaria se Campos desistisse de se lançar na disputa presidencial de 2014, mantendo a aliança com o governo federal e adiando para 2018 a candidatura ao Palácio do Planalto.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva até chegou a ter alguns encontros a portas fechadas com Campos para sondar essa possibilidade. A ideia é também defendida por uma corrente dentro do PT. Mas a promessa de apoio futuro parece não seduzir Campos.

COMENTAMOS

Claro que seria muita ingenuidade da parte de Eduardo Campos, acreditar que o PT de Lula manteria a palavra apoiando-o no cenário longínquo e imprevisível 2018.

Dilma parte da premissa de que quem não está comigo é adversário, e que aliado não tem defeito.

Um detalhe curioso é que a rixa dos irmãos Cid e Ciro Gomes, do Ceará, contra Eduardo Campos, começou exatamente, porque o governador de Pernambuco abortou a candidatura de Ciro Gomes, a presidente da república, pelo PSB, em 2010, para apoiar Dilma, para desgosto da dupla cearense, agora dissidente, do PSB.

12 de set. de 2013

Eduardo Campos diz a Cid Gomes que é candidato à Presidência e pergunta qual é a do cearense?

BRASIL – Eleição 2014
Eduardo Campos diz a Cid Gomes que é candidato
à Presidência e pergunta qual é a do cearense?
Pelo visto não foi uma conversa de aliados. Cid parece ter reagido desfavoravelmente. Eduardo deu ultimato indireto, se ficar no partido é para apoiar, senão saia de fininho e arque com as consequências...


Cid é enquadrado por Eduardo, ou fica apoiando ou « sai fora »... e paga o preço

Postado por Toinho de Passira
Baseado no texto de Gerson Camarotti
Fonte: Blog do Camarotti…

Os governadores Eduardo Campos (PE) e Cid Gomes (CE) tiveram uma longa conversa no início desta semana, em Recife, que começou na noite de segunda e varou pela madrugada de terça. No encontro, Eduardo Campos – presidente do PSB – foi franco e revelou sua disposição concreta de ser candidato à Presidência em 2014.

Argumentou que era preciso ter uma segunda candidatura dentro do campo das esquerdas. E acrescentou que fará uma campanha respeitosa na disputa contra a presidente Dilma Rousseff.

Na conversa, Eduardo Campos quis saber se Cid Gomes iria ficar no partido ou se vai sair. Disse que, se ficasse, era para “jogar em parceria”.

Em outra conversa com integrantes do PSB, Eduardo Campos disse que se Cid jogar contra sua candidatura presidencial dentro do partido, ele também irá apoiar outras candidaturas no Ceará.

Por exemplo, passaria a defender o nome da petista Luizianne Lins, ex-prefeita de Fortaleza, para uma candidatura majoritária em 2014. A conversa entre Eduardo e Cid teve testemunhas dos dois lados.
*Altermos título, acrescentamos subtítulo, foto e legenda a publicação original

17 de ago. de 2013

Cid Gomes, governador do Ceará, contrata buffet de R$ 3,4 milhões, uma afronta à fome das vítimas da seca

BRASIL – Ceará - Escândalo
Cid Gomes, governador do Ceará, contrata buffet de
R$ 3,4 milhões, afronta à fome das vítimas da seca
Com 175 dos seus 184 municípios, em Estado de Emergência, desde maio, devido a estiagem brutal que assola o estado, o governador cearense, do PSB, de Eduardo Campos, foi flagrado contratando um serviço de buffet de primeira, com iguarias de um sofisticado cardápio internacional, para ser servido na governadoria e na residencial oficial, que inclui, canapés como: bombinhas de escargot e de salmão com caviar, camarões ao sol nascente, crepe de lagosta e sushi tropical,. Não é lindo?

Foto: Dida Sampaio/AE

FARRA DO CAVIAR - Cid Gomes, governador do Ceará, denunciado por excesso de lagosta, caviar e escargot

Postado por Toinho de Passira
Fontes:  O Globo, Blog Politica - DP, Blog do Augusto Nunes, Uol, O Povo, Diário do Nordeste

Em mais um discurso para cobrar providências dos órgãos de fiscalização em relação ao que chama de escalada de denúncias de mau uso de recursos públicos pelo governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), o deputado estadual Heitor Ferrer (PDT-CE) voltou à tribuna esta semana para pedir explicações sobre o que batizou de “farra do caviar”: um contrato publicado no Diário Oficial do estado detalhando a contratação de um buffet, no valor de R$ 3,4 milhões, para abastecer a cozinha da residência oficial e o gabinete do governador com iguarias que incluem centenas de quilos do que há de mais fino na culinária internacional.

O edital publicado dia 1º de agosto diz que o contrato — que prevê também decoração e fornecimento de taças de cristal, arranjos com orquídeas, 700 garçons, 500 garçonetes e 15 chefs de cozinha — tem validade de um ano.

Deputado Heitor Ferrer (PDT-CE), único e competente opositor de Cid Gomes, na Assembleia do Ceará
Mas o governador, em nota, disse que “a nova licitação com o buffet Anira Serviços de Alimentação Ltda, com vigência iniciada no dia 1º de agosto, não corresponde ao período de um ano. O prazo deve ser aditivado — até o período de quatro anos —, da mesma maneira como aconteceu no contrato anterior, de 2010 a julho de 2013”. A nota diz ainda que “os valores são pagos conforme a demanda e não existe um valor fixo/mínimo mensal a ser pago e o cardápio é feito de acordo com o evento ou autoridade a ser recepcionada”.

De 2010 a julho de 2013, o mesmo buffet recebeu do governo do Ceará R$ 3,5 milhões para garantir a boa mesa a Cid Gomes, sua família e convidados.

Heitor Ferrer, único deputado estadual que faz oposição a Cid Gomes, lista todas as suspeitas que já rondaram o governador no uso do dinheiro público: de gastar R$ 81 milhões com contratação de bandas e megashows de estrelas como Plácido Domingos e Ivete Sangalo; de pagar R$ 67 milhões com frete de aeronaves para levar a sogra e a família para passear em capitais da Europa, do Caribe e dos Estados Unidos; e de pegar carona em jatinhos e iates de empresários.

O cardápio previsto no edital para a contratação dos serviços prevê até 495 pratos diferentes, e se apresenta com uma variação de receitas preparadas com caviar, escargots, bacalhau, salmão, presunto de Parma, funghi, vieiras, frutos do mar, pães exóticos, croissants, toucinho do céu ou trufas. Ingredientes indispensáveis nas cozinhas dos grandes chefs.

Foto: Divulgação

No cardápio do governador não poderia faltar lagosta

O deputado Heitor Ferrer diz que a tabela de comidas tem nomes que o cearense sequer imagina do que se trata, como arroz de champagne, risoto de ostras, bolinhos de bacalhau com semente de papoula servidos com molho de vinho tinto, bombinhas de escargot, bombinhas de salmão com caviar, escargot na manteiga de alho para ser servido em pequenas tarteletes, camarões ao sol nascente KG, canapés de caviar, canapés de presunto de Parma, chips de banana com geleia de amoras, creme de escargot, crepe de lagosta, sushi tropical, paellas variadas e frigideiras de arroz selvagem.

Foto: Divulgação

Só os gastos com orquídeas decorativas dava para sustentar uma família de sertanejo


Em Brasília, o deputado federal Eudes Xavier (PT-CE) também protestou contra a “farra do caviar”. Na tribuna da Câmara, ele voltou a comparar a comilança com a penúria da população carente no sertão cearense em função da longa estiagem. O petista considerou desrespeitoso o governo estadual gastar tanto dinheiro com a compra de lagosta e caviar, enquanto os sertanejos passam fome e sede.

— Essas famílias só querem um poço para matar a sede — protestou Eudes Xavier.

Foto: Honório Barbosa/Diário do Nordeste

Em junho se divulgou que a seca que se abateu sobre o Ceará, neste ano, já matou mais de cinco mil bovinos na região Centro-Sul do estado. A mortandade, porém, deve ser maior, pois muitos criadores não comunicam a morte dos animais os órgãos oficiais.

Sempre que é flagrada nesses deslises, o governador Cid Gomes reage ao estilo Sérgio Cabral, com cinismo e deboche.

Nesta quinta, Heitor Ferrer voltou à tribuna para ler uma declaração do governador Cid Gomes, em resposta à sua cobrança de explicações sobre os gastos com o buffet: “Acho isso miúdo! É coisa de gente miúda, que vai ser eternamente deputado”, disse Cid Gomes.— Cid sempre responde às minhas denúncias de forma jocosa, tripudiando. Eu posso ser miúdo no tamanho, mas sempre vou brigar contra esses absurdos. O escândalo do crédito consignado, que beneficiou parentes dele, este sim, o Ministério Público está investigando, e ele vai ter que responder — disse Ferrer.

Além da comida, os R$ 3,4 milhões do contrato preveem decoração, fornecimento de talheres finos, taças de cristal, prataria, toalhas, transporte, armazenagem da comida e músicos. Outro item do cardápio que chama a atenção é o fornecimento de mil garrafas de 473 mililitros de energético.

Deputado Fernando Hugo (PSDB-CE) comensal do buffet, defendeu o governador, no Jornal Nacional
Na noite desta sexta-feira, 16, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, o robusto deputado estadual Fernando Hugo (PSDB), aliado de Cid Gomes, “justificou” a farra do caviar:

"O governador não pode oferecer buchada, panelada, sarrabulho e paçoca somente. Porque internacionalmente têm pessoas que alimentam-se dentro daquilo ofertado pelo cardápio", assegurou.

Nada disse sobre o cardápio dos cearenses vitimas da seca.

BUFFETS DO PSB
Em pernambuco também tem lagosta no Buffet de Eduardo Campos

Foto: Foto: Luciana Ourique/Ministério da Cultura

Camarote do Governo do Estado no Galo da Madrugada, boca livre com requinte e sofisticação, no Carnaval Pernambucano

Essa fartura de desperdício em buffet, parece ser uma coisa programática do PSB, há poucos dias o jornalista Fernando Castilho, do Jornal do Commercio, sob o título, “Recebendo com classe” divulgou que o governo Eduardo Campos gastou cerca de R$ 4,5 milhões, nos últimos 18 meses, em buffet de eventos “culturais”.

Como exemplo, destaca-se que a conta da despesa com canapés, bebidas e refeições no camarote Oficial do Governo do Estado, no Galo da Madrugada, no último Carnaval, custou quase R$ 400 mil. Tudo feito dentro da lei de licitação e sob a mesma desculpa que os convidados merecem do bom e do melhor, com o contribuinte pagando a conta.


26 de jan. de 2013

Ministério Público vai a justiça para obrigar governador do Ceará a devolver cachê pago a Ivete Sangalo

BRASIL – Escândalo
Ministério Público vai a justiça para obrigar governador do Ceará a devolver cachê pago a Ivete Sangalo
O Estado do Ceará pagou R$ 650 mil de cachê à cantora Ivete Sangalo para que ela fizesse um show na inauguração de um hospital em Sobral, base eleitoral do governador Cid Gomes (PSB), na sexta-feira passada. Segundo o procurador federal a verba foi retirada do Fundo Municipal de Saúde (FMS), e questiona a legalidade e a moralidade de se gastar verba destinada a saúde com promoção política.

Foto: Dom Lobo/Prefeitura de Sobral

Ivete no Show em Sobral, uma hora que custou mais de meio milhão aos cofres públicos.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: O Globo, G1, Estadão, Folha de S. Paulo, Facebook Prefeitura de Sobral

A polêmica referente à contratação do show da cantora baiana Ivete Sangalo pelo Governo do Estado do Ceará agora tem um novo ingrediente. O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou na tarde desta quinta-feira uma ação contra o governador Cid Gomes, pedindo que ele seja condenado a devolver o dinheiro aos cofres públicos.

O cachê da cantora foi de R$ 650 mil. Ela fez o show de inauguração de um hospital no município de Sobral, no último dia 18. O procurador da República Oscar Costa Filho solicita que a restituição seja feita com os recursos financeiros do próprio governador. Segundo ele, a verba foi retirada do Fundo Municipal de Saúde (FMS).

— O que ele vem fazendo são privilégios. Isso viola o princípio da moralidade administrativa. Nós vivemos hoje uma verdadeira crise de atendimento nas emergências dos hospitais públicos, que não têm estrutura. É um desrespeito com os pacientes que estão nas filas — argumenta o procurador, que recentemente ingressou com uma outra ação, solicitando a criação de leitos.

Ele pede também que a Justiça determine a abstenção por parte do governador de utilizar recursos públicos vinculados direta ou indiretamente à saúde pública para a realização de eventos festivos.

A assessoria de imprensa do governo do estado informou que ainda não houve notificação oficial em relação à ação civil pública, mas adiantou que o dinheiro utilizado para pagar o show da cantora foi proveniente da Casa Civil, e não do FMS.

Para o Ministério Público de Contas (MPC), é preciso averiguar a legalidade em torno do valor. Segundo o procurador-geral do MPC, Gleydson Alexandre, contratações recentes do show de Ivete feitas por instituições públicas custaram entre R$ 400 e R$ 500 mil. Para justificar o cachê, o Governo havia apresentado dois exemplos de contratação da cantora.

— O problema é que um deles foi há mais de um ano e o outro foi o da penúltima festa de ano-novo de Fortaleza. Nós sabemos que cachê de festa de réveillon não deve ser usado como referência porque normalmente os artistas aumentam o valor. Além disso, a legislação diz que é preciso apresentar três exemplos recentes da contratação do artista para servir como base, e isso não ocorreu — argumenta o procurador.

Já no ano passado ele havia entrado com uma representação junto ao TCE para que fosse feita uma vistoria nas contas. Na semana passada, o então presidente interino do Tribunal, Pedro Timbó, arquivou o processo. Após esse episódio, o MPC ingressou com um recurso na última segunda-feira e agora aguarda a avaliação pelo pleno, que é esperada para o dia 5 de fevereiro.

— A partir desse resultado é que vou tomar as providências cabíveis — sublinhou Gleydson Alexandre.

Vale ressaltar que a polêmica em torno do cachê de Ivete Sangalo foi motivo de um ácido embate entre ele e o governador Cid Gomes, que chegou a classificá-lo como “um garoto que deseja aparecer e fica criando caso”. A declaração gerou muita polêmica e provocou a reação da Associação Cearense do Ministério Público (ACMP) e da Associação Nacional do Ministério Público de Contas (Ampcon), que publicaram nota repudiando a atitude do governador.

“As declarações feitas por ele são desrespeitosas em relação ao Ministério Público de Contas (MPC) e demonstram que o chefe do Executivo estadual não tem o menor respeito pelas instituições democráticas (...) Ademais, o direito de recorrer do MPC é assegurado constitucionalmente e será exercido toda vez que a decisão combatida estiver contrária ao interesse público, à Constituição ou à jurisprudência dos Tribunais Superiores”, defendeu-se o procurador, em nota.

No que tange ao show da cantora Ivete Sangalo, o governo do estado também informou não ter recebido nenhuma notificação sobre o recurso ajuizado pelo MPC.

Foto: André Teixeira/G1

Três milhões pelo show de Plácido Domingo, na inauguração do Centro de Convenções, só para poucos e seletos convidados do Governador Cid Gomes

MAIS POLÊMICAS

Além da discussão em torno do show da cantora Ivete Sangalo, o governo do estado do Ceará deve prestar mais esclarecimentos acerca da contratação do tenor espanhol Plácido Domingo, que teria custado mais de R$ 3 milhões. É o que garante a conselheira do Tribunal de Contas do Estado do Ceará Soraya Victor, relatora do processo que apura o caso. Segundo ela, o despacho para a notificação foi dado na última quarta-feira, 23.

O artista foi uma das atrações da inauguração de um centro de eventos em Fortaleza, em agosto do ano passado, e a contratação também se tornou alvo de muita polêmica. A festa foi restrita a 3 mil convidados do governador Cid Gomes.

O Ministério Público de Contas havia entrado com uma representação junto ao TCE para que o governo do estado apresentasse a justificativa de preço e também a demonstração da exclusividade da empresa contratada, a D & E Consultoria e Promoção de Eventos Ltda. O objetivo era principalmente saber se o trâmite havia respeitado a Lei Nº 8666/93, que rege licitações e contratos públicos.

De acordo com o procurador-geral do MP, Gleydson Alexandre, para contratar trabalho artístico não é preciso fazer licitação, mas a legislação determina que isso seja feito diretamente com o artista ou com a empresa que tenha a exclusividade para agenciar o trabalho dele.

A análise técnica feita pelo TCE foi finalizada na sexta-feira passada. Segundo Soraya Victor, o governo não apresentou a justificativa de preço.

— Em relação à empresa contratada, foi enviada uma documentação, mas isso será avaliado pelo pleno do Tribunal — informa a conselheira.

Ela disse também que ainda não se sabe ao certo qual o custo total da festa.

— Não temos o detalhamento das despesas. É preciso verificar, por exemplo, se os gastos com bufê, mesa, decoração estão incluídos no pacote de R$ 3,3 milhões ou se isso foi somente o cachê do Plácido Domingo. É por isso que pedimos mais esclarecimentos — explicou ela.

A assessoria de comunicação da Casa Civil informou que o governo ainda não foi oficialmente notificado sobre o assunto, mas salientou que todos os esclarecimentos foram encaminhados ao TCE ainda em 2012. O prazo para o pronunciamento agora é de 15 dias a contar da notificação. Por conta do período de férias coletivas, o TCE só deve avaliar o caso novamente em fevereiro.

O governador Cid Gomes é um verdadeiro mecenas, no seu currículo de altos cachês, estão meio milhão para o cantor Luan Santana e a mesma quantia para a dupla Zezé di Camargo e Luciano no réveillon de 2013 promovido pelo governo em Fortaleza.

Isso sem levar em conta os efeitos terríveis da seca que assola o estado do Ceará, os problemas com a saúde, a educação e a segurança. Além, é claro, de evidentes suspeitas de cachês superfaturados e propinas dividida com os contratadores.


16 de jul. de 2012

VEJA: O PT de Dilma

BRASIL – Eleição 2014
O PT de Dilma
Os conflitos entre aliados na eleição municipal levam a presidente a montar grupo de ministros petistas para cuidar da articulação com os partidos e comandar sua campanha à reeleição em 2014, assunto sobre o qual ela já fala abertamente

Foto: Reuters

Dilma se encontrou com Temer para reforçar que o PMDB seguirá como o principal aliado do governo

Postado por Toinho de Passira
Texto de Otávio Cabral
Fonte: Veja - 16/07/2012

Até agora, Dilma Rousseff era um raro caso de alguém que fez sucesso na política praticamente sem tê-la exercitado. Em sua primeira experiência eleitoral, quando não era uma liderança nem mesmo em seu partido, foi eleita presidente do quinto maior país do mundo. Para isso, contou com a popularidade de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.

Em seus primeiros dezoito meses como presidente, seguiu a mesma cartilha do tempo em que era ministra e concentrou-se nas questões administrativas — nem aí para a política. Essa parte foi deixada nas mãos de Lula e do PT. De novo, foi um sucesso. Seu governo atingiu índices de aprovação popular maiores que os do anterior.

No último mês, porém, a receita deu para desandar. Convalescendo do tratamento de câncer, Lula deixou a articulação política e focou suas ações na eleição para prefeito de São Paulo. O PT passou a defender interesses contrários aos de Dilma, como a defesa dos réus do mensalão. E, aproveitando o período eleitoral, partidos aliados, como o PSB e o PMDB, começaram a desafiar o governo.

A gota-d’água foi o caso Belo Horizonte, cidade onde o PSB rompeu com o PT e se aliou à oposição. Prevendo turbulências no horizonte, Dilma decidiu pilotar o próprio voo. Convocou cinco de seus ministros mais próximos e montou um grupo que será responsável pela costura política do governo e pela sua campanha à reeleição em 2014 — assunto que ela passou a mencionar abertamente. Com isso, deu o primeiro passo para montar seu próprio PT e afastar-se da órbita de Lula.

Nas duas últimas semanas, a presidente reuniu-se três vezes no Palácio da Alvorada com os ministros de sua nova tropa de elite: Alexandre Padilha (Saúde), Paulo Bernardo (Comunicações), Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). São todos petistas históricos, sendo que os dois primeiros já eram ministros no governo Lula. Hoje, não apenas são os auxiliares mais próximos de Dilma, como também seus principais conselheiros políticos. É a eles que a presidente recorre quando precisa se informar sobre eleições e é a eles que confia missões delicadas como as que envolvem negociações com os partidos aliados e o Congresso.

“A definição dos palanques municipais começou a sair do controle do governo e fez a presidente perceber que precisa dedicar mais tempo à política. Como ela não gosta muito do tema nem tem experiência partidária, montou uma equipe de confiança para isso”, diz um dos cinco ministros do grupo.

A primeira reunião da equipe foi convocada pela presidente assim que ela foi informada da crise na eleição de Belo Horizonte. Na cidade, havia desde 2008 uma inusitada aliança, com os rivais PT e PSDB apoiando o prefeito Marcio Lacerda, do PSB. Agora, o PSB decidiu romper com os petistas e manter o acordo apenas com os tucanos.

Há três fatores que colaboraram para transformar uma disputa local em uma questão nacional – e de honra - para a presidente. Belo Horizonte é sua cidade natal. O líder do PSDB local é o senador Aécio Neves, seu provável rival em 2014. E o mentor da aliança foi Eduardo Campos, presidente do PSB, governador de Pernambuco e, embora aliado do governo, possível adversário de Dilma em 2014.

Diante disso, a presidente resolveu usar a força do governo para equilibrar o jogo na capital mineira: lançou a candidatura do ex-ministro Patrus Ananias, do PT, e levou para o seu palanque uma dezena de partidos, inclusive o PMDB e o PSD, o que lhe dará o maior tempo na propaganda de televisão.

"Dilma se recusava a entrar na campanha municipal. Mas ela viu que o caso de BH terá influência direta em 2014. Foi a primeira vez que a vi falar em reeleição”, afirma outro ministro do grupo.

Na semana passada, a presidente se reuniu com Eduardo Campos e com o governador do Ceará, Cid Gomes, em um jantar no Palácio da Alvorada. Acompanhada de Paulo Bernardo e Gleisi, serviu bacalhau, sopa de legumes e vinho nacional — e foi dura no recado.

Em tom cordial, reafirmou o desejo de continuar ao lado dos socialistas em 2014, mas deixou claro que não aceitará que a eleição municipal sirva de instrumento de chantagem contra ela. Qualquer que seja o resultado, Eduardo Campos não substituirá Michel Temer como vice em sua chapa. E uma eventual tentativa de voo-solo de Eduardo será interpretada pelo governo como um rompimento.

No dia seguinte, Dilma se encontrou com Temer para reforçar que o PMDB seguirá como o principal aliado do governo e que ela nada fará para impedir que o partido ocupe a presidência da Câmara e a do Senado em 2013.

Historicamente, as eleições municipais servem como aquecimento para a disputa presidencial. Neste ano, há outros fatores que ajudam a levar a sucessão de Dilma ao tabuleiro. O principal é a convicção — no governo e em parte da oposição — de que Lula não tentará voltar à Presidência. Além dos problemas de saúde — que hoje dificultam sua fala e locomoção e inviabilizam a participação em uma campanha nacional —, ele perdeu parte da influência que tinha sobre o eleitorado.

Hoje, segundo o Datafolha, Dilma é um cabo eleitoral mais eficiente do que Lula em São Paulo. Há ainda o julgamento do mensalão, em agosto, que, em caso de condenação dos réus, tenderá a enfraquecer o PT de Lula e José Dirceu. Dilma sabe que precisa montar seu próprio PT para buscar um novo mandato. E dá mostras de que, para obtê-lo, está disposta até a fazer política.