8 de out. de 2010

Senador Arthur Vígilio denuncia mega fraude eleitoral

AMAZONAS
Senador Arthur Vígilio denuncia mega fraude eleitoral
O senador Arthur Virgílio, líder do PSDB no senado, e não reeleito no pleito de 03 de outubro, denunciou que seus oponentes compraram votos dos eleitores num escandaloso e surpreendente esquema, que envolvia o envio de cartões de créditos bancários, com direito a saques, para eleitores e cabos eleitorais em todo o estado do Amazonas. Se comprovado crime eleitoral os candidatos eleitos para representar o estado no senado, Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa Grazziotin (PCdoB), terão seus mandatos cassados.

Foto: Raimundo Valentin/Jornal do Amazonas

O senador Arthur Virgilio, exibindo as provas do crime eleitoral, de compra de votos, por parte dos seus adversários

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Jornal do Amazonas , A Crítica , Amazonas Notícias

O senador Arthur Virgílio Neto (PSDB), em entrevista coletiva nesta sexta-feira (8), apresentou documentos e cartões bancários que teriam sido usados para compra de votos durante o processo eleitoral em favor dos candidatos ao Senado, Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa Grazziotin (PCdoB), justamente os que venceram a eleição.

De acordo com Arhur, sua assessoria jurídica entrou com pedido no Ministerio Publico Federal (MPF) para que faça uma avaliação do material recolhido e uma auditoria nas contas da empresa A.C. Nadaf Neto Assessoria em Comércio Exterior, que expediu os cartões usados.

Arthur disse que tomou conhecimento dos cartões através de pessoas que denunciaram o “esquema” e que agora cabe ao MPF realizar as apurações.

No momento da coletiva, cinco pessoas estavam depondo na sede do MPF.

“Meu dever nessa primeira abordagem é mostrar para a população que essa campanha foi maculada por práticas espúrias que denigrem o processo democrático e caberá agora ao MPF apurar e punir as pessoas e instituições envolvidas”, disse Arthur Virgílio.

Na denúncia, o senador diz que “os beneficiários receberam valores que variavam de R$ 600,00 a R$ 1.200,00 para vota efetuar a compra de votos para os candidatos ao Senado Eduardo Braga e VanessanGrazziotin”.

De acordo com o Diário Oficial do Município de 28 de setembro, Abrahim Calil Nadaf Neto, titular da empresa A.C. Nadaf Neto Assessoria em Comércio Exterior é servidor da Secretaria Municipal de Finanças e Controle Interno (Semef) e estaria “emprestado” ao Governo do Estado “com ônus para o orgão de origem”.

“O que causa estranheza é um número grande de pessoas recebendo estes cartões. Não sabemos quantos contratos, mas podem chegar a milhares e isso já configura crime de abuso economico”, disse Arthur.

Foto: Raimundo Valentin/Jornal do Amazonas

Milhares de cartões Bradesco Visa foram distribuídos no Amazonas para os cabos eleitorais

Em nota oficial, o senador Arthur Virgílio disse:

1. O mega crime eleitoral envolveu a empresa A.C Nadaf Neto Assessoria em Comércio Exterior, que emitiu, no período da campanha, milhares de cartões de débito e saque no banco Bradesco em favor de supostos cabos eleitorais, fato gravíssimo que maculou o pleito e alterou o resultados das eleições para o Senado, com a compra em profusão de votos.

2. Os beneficiários receberam valores de R$ 600,00 a R$ 1.200,00 para votar e efetuar a compra de votos para os candidatos ao Senado Eduardo Braga e Vanessa Grazziotin. Cada beneficiário seria encarregado comprar entre 10 e 20 votos pelo valor unitário de R$ 50,00, dependendo do valor creditado em seu cartão. Dez votos, por R$ 500,00, vinte votos, por R$ 1.000,00. A diferença era o pagamento por seus “serviços”.

3. As denúncias, com a presença de testemunhas e provas documentais, estão sendo formalizadas neste momento por minha assessoria jurídica ao Procurador Eleitoral, dr. Edmilson Barreiros.

4. Os cartões foram entregues em todos os municípios do Estado, incluindo Manaus, na semana da eleição. Junto com o cartão cada beneficiário recebia uma correspondência do banco com sua senha pessoal para efetuar os saques.

5. Solicitei ao Ministério Público a quebra do sigilo bancário da empresa A.C. Nadaf Netto Assessoria em Comércio Exterior; a investigação de seu vínculo legal com as campanhas dos candidatos envolvidos; que investigue a origem do dinheiro, a existências ou não de contratos de prestação de serviços com todos os beneficiários.

6. Em Coari, a juíza do pleito, considerando suspeita a movimentação fora da normalidade nos caixa eletrônicos do Bradesco, determinou a apreensão de vários cartões. Em Parintins, a Justiça Eleitoral efetuou, no domingo da eleição, a detenção da senhora Egren Baranda, flagrada com vários cartões em seu poder, e já notificou o vereador Rai Cardoso que também estaria à frente do esquema delituoso.

7. Os valores distribuidos e a consequente compra de votos me motivam a representar junto ao Ministério Público Eleitoral no sentido de que investigue, profundamente, esses fatos tão graves quanto deprimentes. Está claro o abuso de poder econômico e o crime eleitoral. A Justiça Eleitoral foi ultrajada, a democracia pisoteada. As provas são robustas e incontestáveis.

Minha eleição foi roubada pelo ódio, pela insensatez e e pelo despudor de alguns. Acuso frontalmente o candidato Eduardo Braga de ser o mandante da maior fraude eleitoral da história do Amazonas, em seu favor e da candidata Vanessa Grazziotin. E afirmo: não ficarão impunes.

A sociedade, que está chocada desde a noite de 3 de outubro, saberá agora porque os “vencedores” sequer tiveram ânimo de comemorar a “vitória” do dinheiro sujo".

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