25 de out. de 2010

BRASIL - CORRUPÇÃO: Erenice se desmente, em depoimento na Polícia Federal

BRASIL - CORRUPÇÃO
Erenice se desmente, em depoimento na Polícia Federal
A ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra admitiu nesta segunda-feira à Polícia Federal que se encontrou com o consultor Rubnei Quícoli, que foi procurado pelo filho dela para viabilizar um empréstimo bilionário com o BNDES. O depoimento contraria a própria versão de Erenice quando ministra da Casa Civil e que o governo sustenta até hoje de que não se encontrou com o empresário.

Fotos: Alan Marques /Agencia Folha

Erenice, a amiga do peito e braço direito de Dilma, estava tão preocupada em se esconder da imprensa que acabou revelando mais que devia

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Blog do Josias de Souza

Erenice Guerra prestou depoimento à Polícia Federal nesta segunda (25). Foi inquirida durante cerca de quatro horas. Em dado momento, a ex-braço direito de Dilma Rousseff deu uma resposta que injetou contradição no inquérito do Erenicegate. A ex-ministra admitiu à polícia que se encontrou, na Casa Civil, com o consultor Rubnei Quícoli.

Até aqui, Erenice e o governo negavam que esse encontro houvesse ocorrido. Admitia-se que Rubnei estivera no Planalto. Mas dizia-se que ele se reunira apenas com um assessor, não com Erenice.

Rubnei é aquele consultor que negociou com o grupo de Israel Guerra, o filho de Erenice, a obtenção de empréstimo no BNDES. Um financiamento de R$ 9 bilhões à empresa EDRB. Coisa destinada a um projeto de energia solar no Nordeste.

Na versão de Rubnei, corroborada pelos sócios da EDRB, a empresa não quis pagar propina ao grupo que traficava influência sob Erenice. E o negócio desandou. As tratativas foram iniciadas em novembro de 2009, quando Erenice ainda era a segunda de Dilma Rousseff.

Ela só herdou a cadeira de ministra em fins de abril de 2010, quando Dilma virou candidata à sucessão de Lula. Rubnei revelou suas incursões pelo submundo da Casa Civil numa reportagem veiculada pela Folha.

A notícia compôs o pano de fundo que tornou insustentável a permanência de Erenice no governo.

Advogado da ex-ministra, Mário de Oliveira Filho, disse que sua cliente reconheceu à PF que "houve um encontro oficial, marcado pela assessoria dela”. Acrescentou: “Foi uma reunião de uma hora e quinze minutos, na qual ela participou por 30 minutos. Foi uma conversa rigorosamente técnica".

No esforço que empreendeu para desmerecer o noticiário, o governo e o PT sempre se referiram a Rubnei como um “bandido”, com passagem pela polícia. Pois bem. Descobre-se agora que Erenice admite ter se reunido com o desqualificado, no Planalto, em ambiente que fica a um lance de escada do gabinete de Lula.

Ao levar o caso às manchetes, Rubnei contara que a EDRB fora orientada a firmar contrato com a Capital, empresa de lobby do filho de Erenice. Pagaria R$ 40 mil mesais, mais 5% sobre o valor do empréstimo do BNDES. Cobrada em fevereiro de 2010, a empresa diz que se recusou a pagar. Segundo o advogado de Erenice, “ela nunca autorizou ninguém, nem o filho [Israel], a falar em nome dela para gerenciar qualquer negócio”. No dizer de seu defensor, Erenice apenas deu ao caso “os encaminhamentos devidos”, direcionando a EDRB à estatal que cuida de energia solar.

Erenice já havia admitido um encontro com outro consultor que se serviu dos bons préstimos do filho para azeitar negócios na Anac e nos Correios.Chama-se Fábio Baracat. Neste caso, a ex-ministra diz que recebeu o personagem em casa, na condição de “amigo” do filho.

Erenice também falou à PF sobre a ruma de parentes empregados em diferentes órgãos do governo e sobre os amigos do filho abrigados na Casa Civil. A ex-ministra disse que jamais agiu para beneficiar parentes no governo. Quanto aos amigos do filho, ganharam emprego que por questões técnicas.

Tomada pelo que diz, Erenice não tem nada a ver com nada. Se houve nepotismo, favorecimento e outros malfeitos, foi tudo à sua revelia. Ao sair da PF, Erenice fugiu da imprensa. Para evitar as lentes dos fotógrafos, refugiou-se na garagem de um edifício. Esforço vão, como se pode constatar pelas reveladoras imagens clicadas pelo repórter Alan Marques.


*Acrescentamos subtítulo, legenda das fotos ao texto original


2 comentários:

Mordaz disse...

Na verdade nesta reportagem só o advogado de defesa fala com a imprensa. Ela mesma ficou de longe. Ainda não sabemos bem tudo que ela respondeu. Daqui a pouco o advogado acusa o delegado de estar perseguindo a sua cliente e que mudar de delegado.
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Mas investigar mesmo, ir atrás de provas, nadica de nada. Tanto que o advogado alega que ela está como testemunha, e não mãe dos meliantes que se negaram a fala e a pessoa que podia traficar influência, por possuir. Visto que seus rebentos não podiam nada, só cobrar!

Mordaz disse...

Fugiu como o diabo da cruz, o melhor, das perguntas irrespondíveis sem a compadrismo da PF!
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Agora pensa bem! Assim como José Dirceu fez ao sair da Casa Covil, esta mulher tem todos os dados privilegiados do governo livre para vendê-los como José Dirceu vive até hoje fazendo seu pé de meia. Além de continuar por trás a traficar influência "pelos serviços prestados" para Lula e Dilma, indo ao "sacrifício"! A foto não mostra nada do quanto ela tem escondido!