ELEIÇÕES 2010: Dilma e o PMDB são como água poluída e óleo de rícino
ELEIÇÕES 2010 Dilma e o PMDB são como água poluída e óleo de rícino Recordar é viver: a petista escanteiou as pretenções do PMDB, sempre que pode. No setor energetico usou o seu homem de confiança Valter Cardeal para boicotar o poder dos peemdebistas dentro da estatal, mesmo quando eles tinham o peemdebista, Silas Rondeau, como Ministro das Minas e Energia. Logo que se considerou eleita no primeiro turno, apagou o seu vice Michel Temer, da campanha. Só agora, quando o navio começa a sossobrar, Temer foi chamado para falar meio segundo no programa da candidata. Esse seria o espaço do PMDB, num “futuro improvável” governo Dilma
Foto: Getty Images Postado por Toinho de Passira O relacionamento de Dilma com o PMDB é pura conveniência eleitoral momentânea, até os peemedebistas mais ingênuos, se é que exista peemedebista ingênuo, sabem disso. Quando imaginava que iria ganhar no primeiro turno e subiu desajeitadamente nos saltos altos, não vacilou tratar o PMDB e seu vice Michel Temer como se fossem lixo tóxico. Todo mundo lembra que quando foi nomeada para Ministra da Casa Civil, com a saída do “chefe da sofisticada quadrilha do mensalão” José Dirceu, Dilma ficou ainda por muito tempo mandando e desmandando no Ministério das Minas e Energia, mesmo depois que Sarney e Renan tinham nomeado Silas Rondeau, para ocupar a cadeira que havia sido dela. A ministra havia plantado no Ministério, onde está até hoje, um urso gaúcho de maus bofes, chamado Valter Luiz Cardeal de Souza, que agora aparece envolvido num escândalo de má gestão, por ter ofertado de forma fraudulenta garantias de empresa subordinada à Eletrobrás, para concessão de garantias de empréstimo externo para empresas privadas. O que é crime. Certo momento, chegou-se a afirmar que entre o truculento Cardeal e a truculenta Dilma Rousseff, haveria mais que um simples relacionamento profissional. Caso Dilma conseguisse ser eleita, apostaríamos todas as fichas que seria ele o todo poderoso Ministro das Minas e Energia da sua gestão. Há três anos, a revista IstoÉ publicava uma matéria de Hugo Studart, contando as agruras do PMDB dentro do Ministério das Minas e Energia, onde era ministro o peemedebista Silas Rondeau, afilhado de Sarney e Renan Calheiros, que reinava mais não mandava, tolhido pelo capataz de Dilma Rousseff, o gaúcho Valter Cardeal. De direito, diz a revista, Valter Cardeal, era apenas o diretor de Engenharia da estatal Eletrobrás. Mas de fato controlava todo o setor. Cardeal, em 2007, chegou a acumular os cargos de diretor e de presidente-interino da Eletrobrás. Nessa função, estava responsável por decidir cerca de R$ 5 bilhões em investimentos diretos da estatal. Dilma também o escalou para ser presidente do Conselho de Administração de Furnas, estatal responsável pela geração de energia no Sudeste. Nessa função, toca R$ 1,2 bilhão em obras e outro R$ 1 bilhão em custeio. Cardeal foi igualmente escalado para presidir o Conselho de Administração da Eletronorte – mais R$ 940 milhões em investimentos e outro bilhão de reais em custeio. Se não bastasse, ele ainda controlava, de forma direta ou indireta, todos os conselhos, grupos de trabalho ou estatais menores do setor, como a Eletrosul e a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), do Rio Grande do Sul (essa última a empresa envolvida no atual escândalo).
Conta a IstoÉ, que mesmo interino em todas essas funções, ele era o único que mandava de fato, apoiado na força de Dilma. Na Eletrobrás, depois de brigar com todo mundo da diretoria, o gaúcho grandalhão, desbocado e desengonçado, ganhou dos diretores o apelido de Fred Flinstone. Em Furnas, a estatal onde o PMDB conseguiu emplacar como presidente o ex-prefeito do Rio Luís Paulo Conde, Cardeal se faz presente. Conde reclama que Cardeal monitora todos os seus movimentos. “Não mando nada aqui”, desabafou a um amigo. “Só o pessoal do cafezinho sobe na minha sala. Eu chamo os diretores e eles mandam dizer que estão viajando. Estão é com o Cardeal.” Conde tentou nomear um novo chefe da auditoria interna. Cardeal soube e o desnomeou. Humilhado, Conde acabou pedindo exoneração do cargo. Na Eletronorte, ocorreu o mesmo: os diretores nomeados pelo PMDB também não podiam se movimentar. Somente o diretor de Engenharia, Ademar Palocci, irmão do ex-ministro da Fazenda e filiado ao PT, tinha alguma liberdade. Dilma usou o quanto pode a interinidade de Valter Cardeal para impedir que fossem efetivadas as indicações do comando peemedebista. Só depois que Silas Rondeau foi pego com um envelope cheio de dinheiro das empreiteiras, na operação Navalha da Polícia Federal e caiu, o PMDB partiu para tentar ter mais espaço no setor. Dilma não pode assegurar todos os poderes a Valter Cardeal como havia feito durante muito tempo. A nomeação de Edison Lobão, extraído do fundo do bolso do colete de José Sarney, chegou com uma retomada dos peemedebistas no setor, sem maiores interferência, de porteira fechada. Depois de relutar, a pedido de Lula, Dilma acabou aceitando a nova situação, até porque já havia sido indicada candidata do presidente à sua sucessão e sabia que iria precisar do PMDB para as eleições. Não se tem dúvidas, que se caso fosse eleita, Dilma daria uma banana ao PMDB e cairia nos braços fortes do capataz Valter Cardeal. Fotomontagem Toinho de Passira |
Um comentário:
Zé Dirceu vetou Michel Temer no programa da Dilma. Palocci proibiu a entrada de Zé Dirceu nas reuniões internas. ...
.
Michel Temer, visivelmente incomodado, começa a tirar o corpo fora e vai liberando o partido, aos pouquinhos, para construir pontes com José Serra. O pau está comendo solto no ninho de ratos.
...
Dilma odiou a montagem do programa de hoje. Rosnava mais do que ontem à noite. Destratou o marqueteiro Patinhas com as suas conhecidas patinhas. Mal sabe Dilma que 50 milhões de telespectadores também odiaram o programa. É o que dizem as qualis.
...
É víbora querendo comer víbora. Não tem ninguém distraído.
Postar um comentário