1 de set. de 2009

Amazônia perdeu em julho 836,5 km²

Desmatamento
Amazônia perdeu em julho 836,5 km²
Área equivalente à metade do município de São Paulo

Foto: Reuters

A mata devastada sendo substituída por uma estéril savana

Fontes: O Globo, Último Segundo, G1, Estadão

O desmatamento na Amazônia em julho atingiu pelo menos 836,5 quilômetros quadrados (km²) de floresta, 157% a mais que o registrado em julho de 2008, quando o desmate foi de 323 km². Os dados são do relatório do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A área de floresta derrubada equivale à metade do município de São Paulo.

O Pará se manteve na liderança do desmatamento, com 577 km² de derrubadas (quase 70% do total registrado em julho). No mesmo período, Mato Grosso derrubou 123,8 km². O Amazonas aparece em seguida, com 47 km² a menos de florestas. No Maranhão, os novos desmatamentos atingiram 37,6km² e, em Rondônia, 34,5 km².

O desmatamento medido pelos satélites em Roraima foi de 8,3 km²; em Tocantins, de 5,3 km²; e no Acre, de 3 km². Com menos nuvens que nos meses anteriores, em julho os satélites conseguiram observar 77% da Amazônia Legal. Apenas o do Amapá não foi monitorado, pois apresentou um índice de cobertura de nuvens de 96% no período.

A devastação ficou concentrada principalmente na região dos municípios de Novo Progresso e São Félix do Xingu, ambos no Pará, e na região leste do estado, na fronteira com o Maranhão. Nos outros estados, o desmate foi disperso.

Enquanto isso, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, (foto) fingiu comemorar a queda de 56% no desmatamento da Amazônia no mês de julho entre 2004 e 2008. Ao comentar os dados do Deter divulgados pelo Inpe, Minc disse que neste ano a Amazônia terá o menor desmatamento da história.

- Este será, com certeza absoluta, o menor desmatamento dos últimos 21 anos - disse Minc, que, no entanto, disse que o Brasil ainda está no "purgatório" e que ainda se tira muita madeira da região amazônica.

Segundo o presidente do Ibama, Roberto Messias, só este ano o órgão apreendeu cerca de 1.000 caminhões lotados de madeira ilegal por mês. Minc reclamou que entre a intenção e a ação ainda há uma distância enorme.

Polemizando, ele disse que todo mundo, inclusive a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), presidida por sua desafeta, senadora Kátia Abreu, é a favor do desmatamento zero, desde que não seja o seu desmatamento que esteja na mira.

- Desmatamento zero virou igual camiseta do Che Guevara. Agora vai lá tirar madeireira. Querem cortar meu pescoço. Todo mundo é a favor do desmatamento zero desde que não seja o seu desmatamento e sim o desmatamento dos outros - observou.

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