16 de nov. de 2012

Terceiro morteiro atinge Tel Aviv, no 2º dia de ataque contra a cidade

ISRAEL – PALESTINA -Conflito
Terceiro morteiro atinge Tel Aviv,
no 2º dia de ataque contra a cidade
A crise agrava-se: enquanto o primeiro ministro egípcio visitava Gaza, em sinal de solidariedade ao Hamas, devido ao ataque de Israel que matou o seu líder Ahmed al-Jabari, palestinos e israelenses disparam misseis e foguetes em ataques mútuos que não cessaram nem durante o pacto de cessar fogo, combinado acontecer durante a visita do premier egípcio.

Foto: Mahmud Hams / Pool via EPA

O líder do Hamas na Faixa de Gaza, Ismail Haniya, à esquerda, e primeiro-ministro egípcio Hisham Qandil, segunda à esquerda, visitar um homem ferido em um ataque aéreo israelense, no hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza ,hoje, 16 . A visita de Hisham, a Palestina, forçou Israel a promover trégua de três horas.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: O Globo

Um morteiro atingiu nesta sexta-feira Tel Aviv, centro financeiro israelense. É o terceiro incidente do tipo na cidade desde quinta-feira. Mais cedo, Israel chegou a decretar um cessar-fogo de três horas, durante a visita do premier egípcio, Hisham Kandil, ao território palestino, mas segundo os dois lados do conflito não teria sido respeitada.

Sirenes foram acionadas em Tel Aviv nesta manhã, e uma explosão foi ouvida, disse uma testemunha. Militantes palestinos dispararam dois morteiros contra a cidade na quinta-feira, e sirenes também foram acionadas pela primeira vez desde a Guerra do Golfo, em 1991. Um deles teria caído no mar, e outro em um subúrbio de Tel Aviv; nenhum incidente foi registrado.

Foto: Wissam Nassar/The New York Times

Funeral de Ahmed al-Jabari, o comandante militar do Hamas, morto por Israel, na cidade de Gaza, nesta quinta-feira, 15

Segundo o Exército israelense, o foguete desta sexta-feira atingiu uma área aberta e explodiu antes de tocar o chão. A prefeitura de Tel Aviv, por sua vez, disse que vai abrir todos os abrigos públicos antibombas. Apesar de grande parte de imprensa local falar em um foguete, o jornal “Jerusalem Post” diz que dois morteiros atingiram Tel Aviv hoje.

Foto: Uriel Sinai / Getty Images

Uma nuvem de fumaça se eleva sobre Gaza durante um ataque aéreo israelense, visto a partir da cidade israelense de Sderot, em 15 de novembro.

A viagem de Kandil a Gaza pode ser vista como um ato de solidariedade dos islamistas do Cairo com o Hamas, mas é também uma mensagem clara de que os tempos de cumplicidade com Israel, que vingavam durante o governo de Hosni Mubarak, acabaram. Durante a breve visita, Kandil chamou os ataques de Israel contra o território palestino de agressão:

- O que testemunho em Gaza é um desastre e não posso continuar calado. A agressão israelense tem que parar - disse o premier, durante uma visita a um hospital. - O Egito não vai poupar esforços para deter a agressão e alcançar uma trégua.

Foto: Uriel Sinai / Getty Images

Israelenses abrigados em um grande tubo de concreto usado como um abrigo anti-bomba depois que um foguete foi lançado a partir da Faixa de Gaza em 15 de novembro, 201, no Nitzan, Israel.

O presidente egípcio, Mohamed Mursi, emitiu um comunicado após a visita de seu premier a Gaza, denunciando os ataques israelenses como uma “gritante agressão contra a Humanidade” e se comprometendo a ajudar os palestinos.

O chanceler tunisiano também anunciou nesta sexta-feira que vai visitar o território palestino no sábado para oferecer seu apoio ao Hamas. O premier turco, Recep Tayyio Erdogan, também manifestou seu apoio a Gaza, chamando de “bárbara” a postura israelense.

Foto: Nir Elias / Reuters

Um rastro de fumaça traça o céu, produzido por um foguete lançado do norte da Faixa de Gaza, em direção a Israel, em 15 de novembro.

Cessar-fogo é decretado, mas ambas partes desrespeitam trégua

Apesar do breve cessar-fogo, Israel acusa o Hamas de não respeitar as três horas de trégua, e o grupo islâmico também acusa o Estado judeu de continuar os ataques. O governo de Tel Aviv ainda disse estar disposto a suspender a ofensiva, se e quando os islamistas fizerem o mesmo.

O Exército de Israel diz ter atingido 150 alvos na Faixa de Gaza durante a noite. Segundo o jornal “Haaretz”, três israelenses foram feridos nesta sexta-feira depois que um morteiro atingiu o sul do país. O Hamas diz ainda ter atingido um avião israelense, mas o Exército nega, informou o “New York Times”.

Vinte e um palestinos e três israelenses morreram desde o início da ofensiva, desatada com a morte do chefe militar do Hamas, Ahmed Jabari, na quarta-feira.

Nesta sexta-feira, 85 mísseis explodiram durante 45 minutos na Cidade de Gaza. Fontes militares disseram que os alvos do ataque são locais subterrâneos de lançamento de foguetes. Um míssil atingiu o Ministério do Interior, um símbolo de poder do Hamas, e outro alcançou uma casa vazia pertencente a um comandante do Hamas.

Segundo islamistas, uma criança e um militante teria morrido em um ataque israelense, durante a visita do premier egípcio. A violência, juntamente com um ataque a um prédio perto da casa do primeiro-ministro do Hamas, Ismail Haniyeh, em Gaza, indica que Israel está expandindo sua ofensiva além de alvos militares.

Fontes do Hamas dizem que o Exército israelense respondeu os ataques de morteiro com um bombardeio aéreo contra o norte da Faixa de Gaza, no qual dois palestinos teriam morrido. Israel nega que tenha atacado o território palestino durante a visita de Kandil.

No Twitter, um porta-voz do premier Benjamin Netanyahu acusou o “Hamas de não respeitar a visita do primeiro-ministro egípcio a Gaza e violar o cessar-fogo temporário”. Segundo um porta-voz do Exército, 50 morteiros foram lançados contra Israel durante a estadia de Kandil no território palestino.

Foto: Amir Cohen / Reuters

Um bebê judeu emoldurado por estilhaços de um janela quebrada após um foguete disparado por militantes palestinos na Faixa de Gaza re atingido sua casa no sul da cidade de Netivot, Israel, em 12 de novembro. A pesar dos danos, o pretado não causou vítimas, mas recebeu uma resposta dura por parte dos israelenses, nessa onda de violência sem data para acabar.


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